Papão administra e obtém vaga
Como era previsível, o jogo foi fraco, de baixa intensidade e com poucos lances de perigo nas duas áreas durante todo o primeiro tempo. Com a posse da bola, o PSC forçou mais as ações no ataque, mas sem encaixar finalizações mais agudas e abusando dos passes errados. Melhorou um pouco no 2º tempo, mas não o suficiente para vencer, mas o garantiu o 0 a 0, que garante vaga na próxima fase.
Limitado, o time do Ji-Paraná ficou sempre recuado e só se animou a ir à frente quando percebeu os espaços proporcionados pelo PSC no meio-de-campo e nas laterais. Mesmo quando saía em contra-ataque, tinha dificuldade em fazer a bola chegar aos atacantes Douglas e Goduxo.
O PSC impôs uma certa correria até os 20 minutos, explorando as subidas de Edilson e Kevyn para apoiar Jean Dias e Bryan, mas os cruzamentos não chegavam a Nicolas dentro da área. Aos poucos, a equipe foi arrefecendo as tentativas e se acomodou, preferindo trocar passes laterais e inofensivos.
Robinho, à saída de campo, reclamou do excesso de erros na tentativa de verticalizar o jogo. Quando os homens de lado passaram a ser vigiados, o meio-de-campo teimava em jogar pelo meio, mas sem inspiração ou objetividade.
Nos poucos momentos em que o Ji-Paraná se apresentou no ataque, com Douglas, a zaga do PSC chegou a se atrapalhar para marcar, pois apenas Lucas Maia guarnecia o centro da defesa. O resto do time, incluindo os volantes Val Soares e Gabriel Bispo, estavam adiantados.
Somente aos 47 minutos, Nicolas apareceu com algum perigo, em bola alçada por Robinho, mas o goleiro Lupita se esticou e tocou para escanteio. Muito pouco para 45 minutos de pleno domínio dos bicolores (71% de posse de bola).
Para a etapa final, os times voltaram sem alterações. O jogo seguiu na mesma pisada, sem maior pressão bicolor no ataque. Com a vantagem do empate, o PSC evitava excessos na busca pelo gol. As primeiras mudanças só viriam aos 24 minutos, com Michel e Vinícius Leite substituindo Edilson e Bryan Borges.
A aproximação melhorou, mas o repertório não mudou. Cruzamentos para Nicolas, que desviou duas bolas pela linha de fundo, e para Lucas Maia, que cabeceou nas mãos do goleiro Lupita.
Robinho, cansado, foi trocado por Biel aos 29’. O Papão passou a concentrar o jogo mais no centro do campo, evitando dar espaço para contragolpes do Ji-Paraná e administrar a vantagem concedida pelo regulamento. Com Vinícius Leite ao lado de Nicolas, algumas situações foram criadas, mas sem ameaçar diretamente o gol de Lupita.
Nos instantes finais, o PSC tratou de se resguardar e o Ji-Paraná ensaiou uma pressão, mas sem maiores consequências.
Ídolo da galera vai comandar Leão em Bragança
Quando o técnico Ricardo Catalá foi demitido, após o jogo com o São Francisco, até o leãozinho de pedra do Baenão sabia que o substituto natural seria Agnaldo de Jesus. E só podia ser ele mesmo. Nos últimos anos, nenhum outro ex-atleta do clube tem tanta identificação com a torcida quanto ele.
Deveria ter sido o treinador interino na final do Parazão 2023, em substituição ao dispensado Marcelo Cabo, mas por razões burocráticas não pôde ficar ao lado do gramado e o Remo deixou de ter um comandante vibrante ao lado da equipe.
Para a partida de domingo em Bragança, Agnaldo terá Mariozinho como auxiliar. A escalação deve mudar em relação às últimas partidas. É improvável que Seu Boneco, que foi um grande volante, vá apostar em Daniel, o pior dos homens de marcação do time.
No ataque, depois das oito chances desperdiçadas contra o São Francisco, Ribamar pode perder a posição para Ytalo ou Kanu. Nas outras posições, poucas mudanças. Jaderson, Camilo, Thalys, Ícaro e Vidal devem jogar.
Acima de tudo, independentemente de nomes, o Remo precisa ter uma postura mais competitiva e organizada. Não pode se apresentar de forma desleixada como na quarta-feira. É hora de iniciar a reação no campeonato.
O Remo se movimenta para contratar o novo treinador até amanhã, mas contra o Tubarão está confirmado que o time será dirigido por Agnaldo.
Nas mãos de Dorival, a chance de uma nova Seleção
Quase ninguém acredita na possibilidade de Dorival Junior surpreender na primeira convocação do escrete para os amistosos de março. Não custa sonhar, mas o vazamento da pré-lista de selecionados deixou uma impressão negativa sobre as escolhas do novo comandante.
Caso quisesse de fato impor um novo rumo à formação do elenco nacional, Dorival teria que buscar nomes menos óbvios e evitar a todo custo repetir as opções de Fernando Diniz. Seria a maneira adequada de impor um posicionamento autoral e desconectado de seus antecessores.
Na prática, é o primeiro ato concreto do novo técnico. Por isso, há um simbolismo na relação de nomes que serão anunciados. Pode mostrar o alinhamento com a vontade da CBF e a influência dos empresários, tão execradas pela torcida. Ou romper com tudo isso, optando por uma lista mais pessoal.
Dorival vai chamar 26 jogadores para os amistosos contra a Inglaterra, no dia 23, em Londres, e a Espanha, no dia 26, em Madri. A quantidade maior se deve a um acordo da CBF com a Real Federação Espanhola de Futebol, que permite colocar mais jogadores à disposição do técnico na partida que será realizada no Santiago Bernabéu.
Será o mesmo número de atletas que Tite levou para a última Copa do Mundo, no Qatar, por conta dos impactos da pandemia de covid-19. A Fifa permitiu que três nomes fossem acrescidos à lista habitual.