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Gerson Nogueira: 'O desafio milionário da Série B'

Foto: Wagner Santana
Foto: Wagner Santana

O desafio milionário da Série B

Dirigentes do PSC projetam um investimento mensal de R$ 1,5 milhão no Brasileiro da Série B do próximo ano. Caso isso se confirme, é uma decisão dentro dos limites do bom senso. Não chega a configurar a gastança desmesurada promovida por alguns clubes da atual edição, nem fica entre os mais controlados financeiramente.

Dados da competição desta temporada, apurados em junho, indicam que nem sempre há uma relação direta entre a colocação na tabela e o volume de dinheiro empregado na formação dos times.

O Ceará Sporting, por exemplo, vice-campeão em gastos, com R$ 2,5 milhões, ocupa apenas a 11ª posição e está fora da briga pelo acesso à Primeira Divisão. Já o Atlético-GO, terceiro colocado no campeonato, é o campeão absoluto em investimentos, cerca de R$ 3 milhões.

O Vitória, líder geral do campeonato, é dono da terceira folha salarial, R$ 2,2 milhões. O quarto colocado em investimentos é o Sport-PE, com R$ 1,9 milhão, ocupando a segunda posição na tabela.

Em quinto lugar, aparece o Criciúma (7º na classificação), com R$ 1,8 milhão. O sexto em gastos é a Chapecoense (17º), com R$ 1,7 milhão mensais. O Novorizontino (4º) tem folha mensal de R$ 1,1 milhão.

Fecham o top 10 de clubes que mais investiram na Série B deste ano o Avaí (13º), com R$ 1 milhão; o Vila Nova (9º) com R$ 950 mil; e o ABC, lanterna da competição, com R$ 900 mil.

Vale ressaltar que o Juventude, em 5º lugar na classificação, tem uma folha salarial de R$ 500 mil. Talvez seja o exemplo mais fora da curva, no bom sentido. Na outra ponta da corda, aparece o Ceará, dono de um planejamento que resultou em fracasso retumbante.

Aos bicolores, de volta à Série B depois de cinco anos de espera, talvez fosse mais aconselhável seguir o velho mantra – nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Não podem seguir os passos de Ceará e ABC (rebaixado), muito menos se conformar com a austeridade do Juventude.

Para quem ambiciona obter o acesso à Série A, o Papão precisa se cercar das cautelas e informações óbvias na hora de contratar, visando estabelecer um ponto de equilíbrio entre dinheiro empregado e nível de qualidade.

Em hipótese alguma, pode mergulhar nos erros deste ano, quando contratou nada menos que cinco dezenas de jogadores. Na Série B, a repetição de uma política tão desastrosa teria consequências terríveis no aspecto técnico e irremediáveis na parte financeira.

(Os dados aqui mencionados foram pesquisados pelo amigo e leitor Márcio Augusto, com exclusividade para a coluna)

 

Milagre: CBF anuncia investimento no futebol regional

Uma reunião com todos os presidentes de federações estaduais, prevista para 1º de novembro, na luxuosa sede da CBF, no Rio de Janeiro, vai ter como principal prato do cardápio o investimento de R$ 200 milhões no desenvolvimento do futebol regional. A própria entidade fez a convocação para o encontro, que deve discutir também o calendário para 2024.

Sobre a liberação de verba para o futebol regional, a ideia original não é da CBF. Baseia-se em projetos que a Fifa e a Conmebol já desenvolvem. Por essa razão, o CBF Transforma vai tentar se espelhar no Fifa Foward e no Conmebol Evolução.

A iniciativa visa utilizar parte do faturamento anual da entidade O objetivo é dar suporte para que as federações invistam em recuperação de gramados, futebol de base, arbitragem, futebol feminino, entre outros.

Esses projetos da Fifa e da Conmebol já estão em seu terceiro ciclo (cada um tem quatro anos) e nas vezes anteriores a CBF recebeu recursos, mas não os investiu, segundo a carta enviada às federações.

A confederação pretende, além de usar o dinheiro dessas entidades, também investir recursos próprios. Uma fonte de receita foi conseguida com a venda do avião e helicóptero da CBF.

As federações estaduais, por sua vez, para terem acesso a verba, vão precisar apresentar projetos e vão ter que cumprir critérios de governança como a prestação de contas.

 

Bola na Torre

O programa começa às 22h, na RBATV, com apresentação de Guilherme Guerreiro e participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em pauta, a eleição no Leão, os planos do Papão para a Série B 2024 e a definição da Série B do Parazão. A edição é de Lourdes Cezar.

 

Um tiro malandro que pode ter saído pela culatra

Caso o Botafogo supere o Cuiabá, neste domingo, no estádio Nilton Santos, alcançará 62 pontos na classificação, abrindo 10 pontos de diferença sobre o vice-líder (Red Bull Bragantino) e 12 pontos sobre o quarto colocado (Flamengo). Será algo como a volta do anzol, afinal há uma semana a CBF decidiu adiar o jogo Fortaleza x Botafogo com base no regulamento.

A suspensão do jogo deixaria o Botafogo à mercê de uma aproximação dos adversários diretos, inédita neste campeonato. Como não pontuou na rodada passada, poderia ver o Bragantino reduzir para 4 pontos a distância, enquanto o Flamengo tinha a chance de baixar para 6 pontos.

Quis o imponderável, porém, que tudo desse errado nessa equação malandra. O Bragantino perdeu em casa para o Atlético-MG e o Flamengo sofreu uma virada diante do Grêmio, em Porto Alegre. O futebol, como sempre, insistindo em contrariar os interesses mais escusos.

Agora, o líder volta a campo e Fla e Bragantino é que podem sentir o peso e as consequências de uma folga forçada na tabela – só voltam a jogar no dia 23 de novembro, mesma data de Fortaleza x Botafogo.