Bola

Gerson Nogueira: 'O começo da redenção'

 Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.
Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

A intensidade que o Remo impôs ao jogo desde os primeiros movimentos impressionou positivamente a todos, até mesmo pela comparação direta com a apagada performance nas quatro rodadas anteriores da Série C. E foi com raça e transpiração que a vitória finalmente veio, pelos pés do atacante Pedro Vitor, principal destaque da equipe na partida.

O primeiro tempo foi todo dominado pelos azulinos, que cercaram a área do Confiança trocando passes em velocidade, mas tendo dificuldades para finalizar. O primeiro chute em direção ao gol ocorreu aos 15 minutos. Pedro Vitor avançou pela direita, deu um corte para o meio e mandou um chute rasteiro, que passou perto da trave.

Com muita briga pela bola no meio-campo, o Remo levava a melhor pela disposição. Aos 23’, um susto: o lateral Lenon arremessou a bola na área e o zagueiro Adryan desviou, acertando a trave esquerda de Vinícius.

Foi o único esboço de ousadia do Confiança. O Remo seguiu apertando e, aos 28’, após cobrança de escanteio, a bola sobrou para Pedro Vitor, que chutou com muito perigo, próximo do gol do arqueiro Gianezini.

A grande chance surgiu aos 30’, quando o Remo subiu em contra-ataque fulminante. Muriqui passou para Rodriguinho e este tocou para Pedro Vitor. Dentro da área, ele fintou o marcador e foi travado quando ia finalizar para as redes.

Logo em seguida, o mesmo Pedro Vitor abriu espaço em frente à área e encaixou um chute pelo alto, no ângulo. Gianezini conseguiu tocar para a linha de fundo. Um minuto depois, Diego Guerra cabeceou por cima da trave. O Remo era só pressão.

Ainda houve tempo, no primeiro tempo, para Rodriguinho cobrar uma falta com esmero e obrigar Gianezini a fazer um pequeno milagre. Mesmo com o 0 a 0 no placar, a torcida aplaudiu a saída do time para os vestiários.

No intervalo, o técnico Ricardo Catalá trocou Jean Silva por Fabinho e o Remo se lançou à missão de buscar a vitória a qualquer custo. Aos 15 minutos, novas mudanças: saíram Pablo Roberto, muito mal novamente, e Lucas Marques e entraram Álvaro e Lucas Mendes.

O gol tão esperado aconteceu aos 17 minutos: Pedro Vitor, deslocado pelo lado direito, caminhou com a bola até às proximidades da grande área e disparou um chute colocado, no canto direito da trave de Gianezini. Um golaço, fortemente comemorado no Baenão.

O cansaço e o posicionamento cauteloso do time fizeram o Remo recuar excessivamente nos minutos finais, permitindo uma meia pressão do Confiança. Aos 40’, em cobrança de escanteio, o zagueiro Salazar desviou e Diego Cardoso completou para as redes. A arbitragem anulou, apontando impedimento.

A partida terminou com o Remo se entregando à marcação, agarrando-se ao resultado positivo e celebrando o apito final como um título conquistado.

 

Águia e Leão dominam a seleção do campeonato

Axel Lopes; Edilson, David Cruz, Betão e Leonan; Anderson Uchoa, João Vieira e Pablo Roberto; Muriqui, Pilar e Mário Sérgio. Técnico: Mathaus Sodré. Revelação: Ricardinho.

A seleção dos melhores do Campeonato Paraense, escalada acima, tem quatro jogadores do vice-campeão Remo, três do campeão Águia, três do 3º colocado PSC e um do 4º, Cametá.

Uma escolha sem mistérios ante a limitação técnica que a competição apresentou. Foi um torneio de baixo rendimento por parte das equipes. Até mesmo as que se tornaram finalistas tiveram uma trajetória apenas regular.

O Águia saiu-se melhor pela eficiência, conjunto e objetividade nas fases agudas da competição. O Remo foi amplamente superior na fase de classificação, mas caiu vertiginosamente na reta final.

No gol, Axel foi superior aos demais concorrentes. A segurança e a colocação são os seus principais atributos, sem cair na tentação das defesas espalhafatosas. Foi uma verdadeira muralha no gol do Águia, destacando-se também nas disputas de penalidades.

A defesa tem na lateral-direita o bicolor Edilson, que chegou com a competição em andamento, mas conseguiu ficar acima dos demais. O centro da zaga tem a dupla David Cruz e Betão, unindo experiência e combatividade. Betão foi o herói do título, marcando um golaço de bicicleta na final. Na esquerda, o titular é Leonan, pela regularidade.

Na meiúca, o trio Uchoa-João Vieira-Pablo Roberto. Todos tiveram grandes momentos no Parazão, com destaque para Pablo Roberto, autor de algumas das jogadas mais vistosas do campeonato, mas que caiu de rendimento na decisão, acompanhando a derrocada do time azulino.

O ataque une o oportunismo de Pilar (Cametá), a objetividade e o senso de colocação de Mário Sérgio (artilheiro do torneio) e a técnica de Muriqui. Fabinho merece menção honrosa, como vice-artilheiro.

Ricardinho (Remo) é a revelação. Apareceu bem quando lançado por Marcelo Cabo no time mesclado, usado em algumas partidas da competição. Rápido e driblador, é um dos destaques da nova geração. Pena que foi deixado de lado pelo próprio Cabo na fase mais aguda do Parazão.

Mathaus Sodré, jovem treinador que o Águia já conhecia desde 2021, quando foi auxiliar no clube, derrotou profissionais muito mais tarimbados. Superou Márcio Fernandes e Marcelo Cabo, adotando uma estratégia simples e infalível: marcação forte e velocidade nos contra-ataques.

 

Hora de recarregar as baterias

A coluna entra, a partir de amanhã, em breve recesso, pelas próximas duas semanas, propiciando descanso ao escriba e merecida folga aos pacientes baluartes. Até o retorno.