Mudanças de local de jogo ameaçam a paz no Parazão
O Paysandu deu o pontapé inicial nas polêmicas dentro do Parazão. A diretoria informou nas redes sociais que havia firmado acordo com a direção do Caeté para que a partida – que acontece hoje em Bragança – fosse disputada no estádio Mangueirão, mas a Seel teria negado o pedido conjunto dos clubes.
O argumento da Seel foi que o jogo iria comprometer as condições do gramado para o jogo Flamengo x Sampaio Corrêa, pelo Campeonato Carioca, marcado para o dia 31 deste mês.
Segundo o PSC, caso a solicitação fosse acatada, o confronto contra o Caeté seria disputado nesta terça-feira (23), oito dias antes da partida pelo Cariocão. A contrariedade aumentou porque, ainda segundo os bicolores, houve uma aceitação de troca de local para outra partida, no domingo (28), apenas três dias antes do jogo do Flamengo.
“O Paysandu repudia tal decisão, que foi tomada sem nenhum fundamento técnico, com a explícita e única intenção de privilegiar outros participantes do campeonato estadual. Nem o alto volume de chuvas, que poderia deixar o gramado em estado precário, foi o suficiente para que se negasse o pedido de marcação de outra partida do Parazão”, diz a nota.
Se tudo aconteceu como o PSC informa, não há como negar que houve tratamento diferenciado em relação à reivindicação dos clubes. Com a palavra, a Seel – que não se posicionou sobre a manifestação bicolor.
FPF assume despesas de clubes com menor receita
Uma iniciativa que diminui as perdas dos clubes mandantes em jogos que envolvem clubes recebem cota menor de patrocínio foi anunciada ontem pelo presidente da Federação Paraense de Futebol (FPF), Ricardo Gluck Paul. A entidade assumirá os custos relacionados ao quadro móvel dos jogos realizados por esses clubes.
O quadro móvel, integrado por delegados e auxiliares, tem normalmente seus custos sob responsabilidade do mandante. A medida beneficia os clubes do Grupo B, que recebem cotas inferiores aos dois clubes do Grupo A, Clube do Remo e Paysandu.
A decisão envolve um impacto financeiro da ordem de R$ 80 mil, que a partir de agora será coberto pela FPF. A medida vai contribuir para a saúde financeira dos clubes emergentes e colaborar com o fortalecimento do futebol no Estado.
A novidade chega pelas pontas
A segunda rodada do Parazão, que acontece hoje, tem possibilidade de mexer bastante na tabela de classificação, liderada por Remo, PSC e Caeté, os vencedores da abertura do campeonato. Expectativas muito acentuadas quanto ao desempenho de dois jogadores em especial.
Echaporã, do Leão, e Jean Dias, do Papão, chamaram atenção pelas atuações diante de Canaã e Santa Rosa, respectivamente. Por coincidência, são dois pontas dribladores e velozes, jogadores que costumam agradar de cara os torcedores da dupla Re-Pa.
E não é para menos. Há uma rica tradição de jogadores que encantaram a torcida com habilidade e funcionalidade pelos lados do campo. Os dois clubes têm uma vasta galeria de ponteiros que brilharam ao longo da história, desde Neves e Ércio, Leônidas e Birungueta até chegar em Lupercínio, Evandro e Rony.
Pelas investidas que deu pelo lado esquerdo, infernizando a marcação do Santa Rosa, sábado à noite, Jean Dias caiu no gosto da galera alviceleste. Foi dele o cruzamento perfeito para o gol de Nicolas. Entrou aos 28 minutos de jogo, substituindo Leandro, lesionado, e deixou a impressão de que não sai mais da equipe.
Além de Jean, o técnico Hélio dos Anjos tem a alternativa de lançar contra o Caeté, hoje à tarde, o meia venezuelano Esli García, 23 anos, um dos reforços que o PSC foi buscar fora do Brasil. Na estreia, o time sofreu com a falta de criatividade no meio-campo. Esli estava em Belém, mas não havia sido regularizado.
Já o técnico Ricardo Catalá tem nas escapadas de Echaporã um dos caminhos para obter a segunda vitória, hoje à noite, no estádio Jornalista Edgar Proença, contra o Castanhal. Echaporã encheu os olhos da torcida com dribles e capacidade de finalização.
Participou das principais articulações do ataque remista no primeiro tempo contra o Canaã e confundiu a marcação com deslocamentos constantes. Cansou no início do segundo tempo e foi substituído, a fim de ser preservado para o jogo de hoje.
Aos 23 anos, Echaporã festejou muito a atuação na estreia e se emocionou porque esteve muito perto de desistir da profissão, depois de lesão sofrida no ano passado – ficou sem jogar por oito meses. A acolhida da torcida remista é apontada por ele como um motivo de celebração.
Escalação burocrática alveja o futebol-raiz
A escalação do Tapajós difere da dos demais clubes do Parazão, pelo critério de uso do nome composto dos jogadores. Para o confronto de ontem com o Águia (1 a 1), o time alinhou: Cassiano Silva; João Gabriel, Walter Teixeira, Paulo Henrique e Talisson Sancho; Romulo Amorim, Marcos Silva e Nilson Gomes; Igor Gabriel, Otávio Gomes e Thainler Mariano. Parece uma lista de funcionários de uma repartição pública.
Prova flagrante de que o futebol-raiz dos apelidos engraçados e folclóricos definitivamente está a caminho da perdição.