Glórias para o melhor do século
Eu sei que muitos no Brasil ainda resistem à ideia de reconhecer que um argentino é o melhor jogador deste século. Mas o fato é que, desde o ano 2000, ninguém chegou perto de Lionel Messi em talento, produtividade e nível de letalidade. Um atacante que nem tem o perfil tradicional e característico de jogadores da posição, mas que conseguiu ser superior a todos os seus contemporâneos.
A oitava Bola de Ouro, conquistada na segunda-feira, premiou os feitos de Messi na Copa do Mundo do Qatar e também o conjunto da obra, até porque é improvável que ele ainda tenha condições físicas e fôlego para competir no mesmo nível de grandeza nas próximas temporadas.
Messi era favorito absoluto para a conquista do prêmio da France Football. A votação final confirmou isso. A dúvida era apenas sobre o 2º colocado. Erling Haaland, do Manchester City, levou a honraria. Kylian Mbappé, do PSG, muito mais jogador que Haaland, completou o pódio da premiação.
Os méritos de Messi na última Copa são inegáveis. Fez tudo o que estava ao seu alcance para conquistar o troféu máximo. Esforço ainda mais louvável diante das óbvias limitações do time argentino. De Paul e os demais operários chegaram à final exclusivamente pelos gols e pela presença diferenciada do camisa 10.
Mbappé foi brilhante no Qatar, cresceu muito nos últimos jogos da Copa e na final foi tão espetacular quanto Messi. Ocorre que não tinha como fazer frente ao argentino. Esta é seguramente a última oportunidade de reconhecer o conjunto da obra de um dos gigantes do futebol mundial.
Antes dessa conquista, Messi havia sido o vencedor da Bola de Ouro em 2009, 2010, 2011, 2012, 2015, 2019 e 2021. Nesse período, ele concorreu diretamente com Cristiano Ronaldo, que levou cinco troféus – 2008, 2013, 2014, 2016 e 2017.
De uma vez por todas, fica claro que a disputa entre os dois grandes ídolos teve momentos de maior equilíbrio entre 2013 e 2017, principalmente pelos números de ambos nos rivais Barcelona e Real Madrid. Em campo, porém, no quesito talento e habilidade, Messi sempre foi maior.
Apesar da técnica e dos atributos naturais, Messi não dribla por driblar, como tantos outros contemporâneos, como Neymar. Messi vai muito além das firulas. Sua finta é vertical, tem sempre o gol como objetivo final. Nunca perde tempo, por isso é o que é.
Além de todas as homenagens recebidas na cerimônia final da Copa do Mundo 2022, o argentino foi distinguido também com o troféu Fifa The Best, em fevereiro. Agora, veio a cereja do bolo. Merecidamente.
Um feito histórico: Remo quita as dívidas trabalhistas
Parecia uma dívida impagável. Houve um período em que o Remo teve todas as suas receitas bloqueadas – bilheteria, patrocínios e convênios. Pior que isso: a insegurança financeira deixou o clube vulnerável a oportunistas de toda espécie, como um certo presidente que chegou a destruir a picaretadas o histórico pórtico do Evandro Almeida, a fim de facilitar a venda do estádio.
Ali, há pouco mais de uma década, o clube esteve muito perto de perder seu maior patrimônio, o estádio Baenão, com endosso de boa parte dos conselheiros e beneméritos, por desinformação ou cumplicidade.
Denúncias, muitas das quais divulgadas por esta coluna, foram levantadas, comprovadas e contribuíram para evitar o desastre maior, fazendo gorar a transação. Desde então, o clube passou por várias gestões; algumas empenhadas em sanear os débitos, outras nem tanto.
Nesta segunda-feira, a diretoria do clube, à frente o presidente Fábio Bentes, e ex-dirigentes participaram da solenidade que marcou a quitação das dívidas da agremiação junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região. Sem dúvida, um grande dia para a instituição Clube do Remo.
Um ato formal e significativo, comemorado efusivamente pelos gestores, mas que a torcida não pode deixar de reconhecer. Normalmente, o torcedor costuma se importar pouco com a vida financeira do clube, dedicando toda atenção apenas ao futebol profissional. É um erro.
Caso o torcedor dedique-se a cobrar mais eficiência na condução administrativa, o clube terá mais condições de se fazer forte também nas competições de campo.
Em seus dois mandatos, o presidente Fábio Bentes quitou mais de R$ 20 milhões em dívidas trabalhistas, extinguindo as pendências com o TRT/8. Existem débitos menores na área cível e fiscal, perfeitamente controlados.
É preciso, porém, lembrar que todo o esforço para que o clube conseguisse finalmente ingressar no seleto time dos adimplentes começou com o trabalho incansável de Ronaldo Passarinho e sua equipe, no comando do departamento jurídico do Remo por vários anos.
Calendário inviabiliza plano de mudar a Série C
As datas do calendário oficial do futebol brasileiro, divulgadas ontem, não deixam brecha para a proposta de mudança na forma de disputa da Série C, defendida por vários clubes, incluindo o Remo. Pelo que está estabelecido, a competição será realizada de 21 de abril a 20 de outubro de 2024.
Seriam necessários pelo menos mais 30 dias para abrigar as 38 rodadas da competição, no modelo desejado pelos clubes disputantes. A ideia é estender à Série C o mesmo formato de pontos corridos das Séries A e B.
As demais datas ficaram assim definidas: o Campeonato Paraense vai de 21 de janeiro a 7 de abril, ganhando uma data em relação a 2023. A Copa do Brasil será disputada de 21 de fevereiro a 10 de novembro. A Série D vai de 21 de abril a 28 de setembro. Já a Série B será de 20 de abril a 26 de novembro e a Série A, de 13 de abril a 8 de dezembro.
Como de hábito, não há data para a Copa Verde. A expectativa é que, em fevereiro, algumas datas sejam alteradas com base no Estatuto do Torcedor. A Supercopa do Brasil deve ser realizada no dia 3 de fevereiro, com chances de acontecer no estádio Mangueirão.