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Gerson Nogueira e o momento do Paysandu: 'Promessas não cumpridas'

Foto: Jorge Luís Totti/Payandu
Foto: Jorge Luís Totti/Payandu

Promessas não cumpridas

O PSC não foi aquele time aplicado e intenso do 2º tempo contra o América-MG. Passou longe disso. A derrota para o Sport, segunda-feira à noite, na Arena Pernambuco, desmentiu as promessas de que os adversários da equipe iriam sofrer tanto em Belém quanto lá fora. Na verdade, quem sofreu foi o próprio Papão.

O Sport nem precisou jogar bem para superar os bicolores, exercendo amplo domínio na maior parte do tempo, fato ressaltado pelo próprio técnico Hélio dos Anjos. Segundo ele, “o Papão não jogou nada”. Faltou imposição e intensidade, itens que fizeram toda a diferença na única vitória até agora na Série B.

Os primeiros movimentos deram a falsa impressão de que o PSC iria adotar uma estratégia segura para garantir pelo menos o empate. O time tocava a bola em ritmo cadenciado, mas evitando dar chances ao Sport. Chegou a ameaçar duas vezes com Edinho pela direita e em jogada de linha de fundo que terminou em cabeceio de João Vieira.

As bravatas costumam resultar em armadilhas, principalmente em competições acirradas, como a Série B. O mau desempenho diante do Sport deixou claro que, para impor sofrimento aos adversários, o Papão terá que evoluir muito tanto na parte tática quanto na performance técnica.

Limitações no elenco comprometem o jogo coletivo. Kevin é um lateral que não rende ofensivamente e o reserva imediato, Bryan Borges, é fraco como marcador. O meio-de-campo tem dois bons volantes, João Vieira e Leandro Vilela, mas tem sérias fragilidades na criação.

Juninho tem atuado bem e é o melhor do setor, mas precisa de companhia qualificada para construir boas situações ofensivas. Sofreu duas pancadas violentas contra o Sport e foi obrigado a sair. Sem alternativa, o técnico lançou o veterano Robinho, cujo perfil hoje é mais de um burocrata, tocando para os lados ao invés de verticalizar o jogo.

Sem força criativa no meio, o time teve que sacrificar Nicolas, forçado a sair da área para buscar jogo no campo de defesa do PSC. Uma incoerência que expõe as deficiências do elenco. Quando Nicolas deixa de ser flecha para se tornar arco, quem perde é o time.

Anteontem, na melhor jogada construída pelo PSC, a bola foi cruzada da linha de fundo e achou João Vieira na área. O cabeceio saiu fraco, nas mãos do goleiro. Óbvio que o homem certo para aproveitar o lance seria Nicolas, que estava muito atrás.

Não por coincidência, o centroavante marcou apenas um gol na competição – Esli García fez quatro. Lembra o ocorrido com Mário Sérgio na Série C 2023, que virou ponta e perdeu espaço no centro para o limitado Nicolas Careca. Caiu de produção e deixou de ser decisivo, marcando poucos gols.

Por serem uma espécie cada vez mais raros, goleadores precisam ser valorizados, jogando no espaço onde são de fato produtivos. Transformar Nicolas em meia improvisado prejudica tremendamente o time. Com Nicolas fora da área, quem perde é o PSC.

A boa notícia é que há tempo suficiente para ajustar a rota: restam 29 rodadas.

Fogão assume liderança após festival de gols perdidos

Avassalador no 1º tempo, construindo lances agudos e desperdiçando um caminhão de gols, o Botafogo parecia destinado a parar na trave e nas boas defesas do goleiro Fábio. O Fluminense só se defendia e não levou perigo no ataque. A situação se manteve na etapa final. Tiquinho, Luiz Henrique e Cuiabano pararam na grande atuação do goleiro tricolor.

Quando a insistência já tinha virado obsessão, aos 21 minutos, o lateral Damián Suárez cobrou escanteio e o zagueiro Bastos subiu mais que a marcação e cabeceou no canto para, enfim, abrir o placar.

O Fluminense então saiu para tentar o empate, mas o sistema defensivo do Fogão se garantiu, sem dar chances. A vitória (quinta consecutiva) confirmou o mini tabu botafoguense nas últimas seis partidas entre ambos.

Com Endrick no banco, Seleção faz último teste

Muito festejado após a sofrida vitória sobre o México, no sábado, o atacante Endrick não entra de cara contra os Estados Unidos no último teste da Seleção Brasileira para a Copa América. Dorival Júnior deixou claro, ontem, que o camisa 9 segue entre os suplentes no jogo de hoje na Flórida.

Naquele jeito cauteloso de sempre, Dorival defende que se tenha paciência com o jogador. Mesmo tendo marcado nos últimos três jogos do escrete, entrando sempre no 2º tempo, Endrick ainda não é um titular do escrete.

Mesmo avaliando que o atacante mostra um processo evolutivo com a camisa da Seleção, o técnico prefere esperar um pouco mais. Teme que o processo de formação seja prejudicado: “Em momento nenhum deixamos de avaliar o que ele vinha fazendo, mas vamos ter tranquilidade com esse garoto e deixar que as coisas aconteçam de uma maneira natural”.

Dorival não está errado. Talvez tenha se convencido da necessidade de preservar Endrick depois do oba-oba instantâneo criado após o gol diante do México. Experiente, ele sabe que a precipitação na utilização do jogador pode representar uma carga excessiva de responsabilidade.

Ao mesmo tempo, se acerta em relação a Endrick, Dorival e CBF erram feio na insistência desnecessária com Lucas Paquetá, enroladíssimo em denúncias de envolvimento com a máfia de apostas na Premier League.

A presença do meia-atacante do West Ham no time titular não ajuda a Seleção. Pelo contrário: abre espaço para especulação e polêmica, que devem se intensificar durante a Copa América.