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Gerson Nogueira e o Flamengo no Mangueirão: 'Prioridade máxima para o Cariocão'

Foto: Márcio Melo/Paysandu
Foto: Márcio Melo/Paysandu

A frase soa estranha, mas traduz a mais pura verdade. No momento de definir prioridades para os primeiros meses da temporada, os jogos do Campeonato Carioca previstos para o novo Mangueirão levaram a melhor sobre as vontades e interesses dos clubes que irão disputar o Campeonato Paraense a partir do próximo sábado, 20.

O jogo entre Flamengo e Sampaio Corrêa (RJ), marcado para o dia 31 de janeiro, obrigou a uma reacomodação de datas das partidas da quarta rodada do Parazão, o que inclui o remanejamento do clássico Remo x Tuna, a fim de não conflitar com a partida do Cariocão.

A situação é inédita e precisa ser entendida justamente pelo aspecto inusitado. Nunca antes isso havia acontecido em pleno andamento do certame estadual. Obviamente, a presença do Flamengo tem a ver com a existência do novo Mangueirão, transformado em arena nível Fifa após os investimentos do governo do Estado.

Antes, nenhum grande clube cogitava realizar seus jogos em Belém pela simples razão de que não havia local compatível com as exigências desse tipo de espetáculo. A realização do jogo de estreia da Seleção Brasileira nas Eliminatórias Sul-Americanas, em 2023, com lotação máxima, aguçou o interesse dos clubes do Rio de Janeiro.

Como é de conhecimento geral, a torcida paraense tem especial carinho pelos grandes do Rio, o que torna absolutamente natural a marcação de jogos em Belém. Apesar de ser um negócio financeiramente vantajoso para os clubes, causa atropelos para o calendário estadual e pode vir a acarretar perdas financeiras para a dupla Re-Pa.

É simples: não há dinheiro suficiente para acrescentar despesas ao orçamento do torcedor, que, dividido entre várias opções (mais cinco partidas do certame carioca estão previstas para Belém), vai forçosamente abrir mão de alguns jogos.

Como é bobagem nadar contra a correnteza (entenda-se: a força do poder econômico), o mais inteligente é adaptar-se à nova realidade. Cabe, porém, exibir um mínimo de amor próprio em relação ao nosso campeonato.

Diante do esquartejamento inevitável da competição, o mais lógico seria alinhar a tabela com os clubes do Rio, a fim de evitar constrangimentos como o que se vê agora, quando até o principal clássico da Amazônia terá que conviver na mesma semana de Flamengo x Sampaio genérico.

Não há mais jeito de encaminhar as coisas ordenadamente nesta temporada, mas fica a dica para os próximos anos, quando o interesse pelo mercado paraense tende a crescer ainda mais. Um ajuste de tabelas, com consultas recíprocas, evitaria situações vexatórias como a deste ano.

 

Toda a responsabilidade nas costas do homem-gol

Ytalo, experiente homem de área, chegou ao Remo com a bagagem respeitável de ter sido o vice-artilheiro da Série B 2023. Marcou 13 gols defendendo o Sampaio Corrêa, clube que acabou rebaixado e que não tinha uma equipe tecnicamente forte para ajudar o artilheiro.

Significa que os gols que Ytalo acumulou no Brasileiro surgiram de muito esforço e qualidade do próprio atacante. Esses aspectos constituíram a razão principal do interesse do Remo pela sua aquisição.

Já adaptado ao clima amazônico e às chuvas de toda tarde, Ytalo participou da pré-temporada azulina e dos jogos preparatórios. Nas entrevistas, deixa claro que tem consciência da responsabilidade que recai sobre suas costas, mas parece tranquilo em relação a isso.

Afinal, os goleadores são sempre os jogadores mais cobrados pela torcida. O Campeonato Paraense pode funcionar como um interessante campo de experiências para os reforços do Remo e para que o centroavante se encaixe no modelo de jogo concebido por Ricardo Catalá.

O Parazão é também um desafio no aspecto climático e das condições dos gramados, principalmente no interior do Estado. Tudo isso pode ficar menos pesado caso Ytalo consiga ter ao seu lado um time realmente estruturado e forte, como lhe foi prometido no ato da contratação.

A meta principal, enfatizada por ele, é a conquista do acesso à Série B, objetivo maior do Remo na temporada. Não pode, porém, descuidar de competições menos vistosas, mas igualmente importantes na visão do torcedor. O Parazão, por exemplo, que o Remo tenta reconquistar depois de ser atropelado pelo Águia no ano passado.

A Copa do Brasil é um desafio com nível limitado de ambição. O Remo tentará novamente chegar à terceira fase e, se possível, avançar um pouco mais. Já a Copa Verde vem mais abaixo na ordem de prioridades, mas também servirá como balizador do potencial do time para encarar a disputa da Série C.

 

PVC é atração na festa do Troféu Camisa 13

O jornalista Paulo Vinícius Coelho é o convidado especial do evento de lançamento da 32ª edição do Troféu Camisa 13, promovido pela RBATV e coordenado por Gandur Zaire Filho. Figura de destaque da nova geração de comentaristas esportivos no Brasil, PVC é um nome de prestígio pelas inovações que introduziu na análise de futebol no país.

Atento às novidades introduzidas pela cobertura dos jogos das ligas europeias, PVC foi o analista que melhor aprendeu a esgrimir números, ancorado na prodigiosa memória para datas e escalações de times de qualquer década. Pode-se dizer que criou um estilo próprio único, que ainda não encontrou concorrentes.

Na festa do Camisa 13, hoje, às 19h, no auditório da Fiepa, PVC vai discorrer sobre “O Norte do futebol do Brasil”, identificando e descortinando aspectos que podem ajudar a alavancar o futebol praticado no Pará e demais Estados nortistas.