Bola

Gerson Nogueira e a classificação do Paysandu: 'Festa com direito a sustos'

Foto: Wagner Almeida/Diário do Pará
Foto: Wagner Almeida/Diário do Pará

Festa com direito a sustos

Podia ter sido mais tranquilo, mas o PSC contribuiu para transformar em drama o confronto com o lanterna e rebaixado Pouso Alegre. Embalado pela festa empolgante da torcida majoritariamente feminina na Curuzu, o time parece ter se convencido de que a vitória estava garantida por antecipação. O triunfo veio no sufoco, graças a um pênalti inexistente assinalado na reta final da partida, quando o desespero já dominava os bicolores.

O gol de Nicolas Careca, aos 13 minutos, turbinou ainda mais o clima festivo. Após cruzamento na área, a bola foi desviada por Giovanni e afastada em cima da linha pela zaga. Atento, o centroavante deu um giro para pegar o rebote e mandar a bola para o fundo das redes.

Com a vantagem no placar, o PSC ainda desfrutou de outras oportunidades, mantendo um jogo sempre voltado para o ataque, mas com direito a algumas firulas que atrapalhavam a objetividade.

Além do gol, Nicolas Careca se destacou pelo esforço e presença na área. Tentou acertar uma bicicleta, mas pegou fraco na bola e facilitou a defesa do goleiro George. O Pouso Alegre saía sem muita velocidade, mas chegou ao gol em cruzamento da direita. Para sorte do Papão, o atacante foi flagrado em impedimento.

Só que, aos 48 minutos, uma boa trama do Dragão pela direita resultou em cruzamento na área e a bola sobrou limpa para Geovane bater forte para o gol, empatando a partida. O resultado àquela altura era terrível para os planos bicolores de classificação antecipada.

No reinício da partida, na segunda etapa, o PSC voltou com Jacy Maranhão no lugar de Giovanni. O time veio com disposição ofensiva, buscando o gol. Kevin, Vinícius Leite e Nicolas Careca tentaram entrar na área, sem sucesso. Nos contra-ataques, o Pouso Alegre ameaçava. Matheus Lucas acertou chute da entrada da área, mas Matheus Nogueira defendeu bem.

A situação se mostrava perigosa para o PSC, que cruzava bolas na área e tentava forçar jogadas pelos lados. Como o time subia a todo instante, já no desespero, acabava deixando espaços para o Pouso Alegre explorar o contra-ataque.

Foi então que aconteceu o lance mais polêmico da noite. Aos 39 minutos, Jacy Maranhão tentava sair da área com a bola quando recebeu o combate da defesa e foi desarmado. No choque, caiu junto com o zagueiro, um lance normal. Mal posicionada, a árbitra entendeu o lance como faltoso e deu o pênalti que tirou o Papão da agonia. Robinho cobrou e fez 2 a 1.

A confusão criada pela marcação do pênalti causou a expulsão dos jogadores Léo Alves e Nicolas Careca, do PSC. Na entrevista pós-jogo, o técnico Hélio dos Anjos aplaudiu a torcida pelo incentivo incessante e admitiu que o time sofreu para vencer. Atribuiu o empenho do Pouso Alegre a uma gratificação oferecida por outros clubes.

No fim das contas, o importante é que o PSC obteve a classificação e agora pode administrar a partida com o Confiança, no sábado, para movimentar o elenco e aguardar a definição dos adversários do quadrangular.

Leão joga bem, fica no empate e afasta risco de queda

Só os remistas mais empedernidos acreditavam em classificação. Com 21 pontos, o Remo teria que vencer os dois próximos jogos e sonhar com um milagre na definição da última vaga do G8. A realidade falou mais alto e o time, ao empatar com o CSA ontem à tarde, afastou qualquer possibilidade de classificação.

O lado positivo é que o empate assegurou a permanência na Série C. Dos males, o menor. Desastre monumental seria cair para a Série D na temporada mais aleatória do Remo nos últimos 10 anos.

Com um planejamento que começou em dezembro, o time foi se estruturando a partir da chegada do técnico Marcelo Cabo. A montagem do elenco foi conduzida pelo próprio treinador e os primeiros resultados, ainda no Campeonato Paraense, avalizaram o trabalho.

O problema é que, ao longo do semestre, o Remo foi perdendo consistência e terminou por ser derrotado em todas as competições em que se envolveu. Foi eliminado na semifinal da Copa Verde pelo PSC de Márcio Fernandes e perdeu logo depois o certame estadual para o Águia de Marabá.

No meio disso, passou pela Copa do Brasil com boa trajetória, sendo alijado na terceira fase após derrotar o Corinthians no Mangueirão e cair nos pênaltis no jogo da volta, em Itaquera.

Veio o Brasileiro da Série C e Marcelo Cabo conseguiu perder as quatro primeiras partidas. Saiu de cena e foi substituído por Ricardo Catalá, que ontem em Maceió completou sua 14ª partida no comando do time.

Em termos proporcionais, os 22 pontos que Catalá obteve em 14 jogos perfazem uma pontuação comparável ao dos times que brigam no G8, mas o fato é que o desperdício inicial acabou pesando muito e o Remo terminou tendo que se contentar com a permanência na 3ª Divisão.

Sem conseguir transformar o bom futebol em gols, a equipe mostrou evolução diante do CSA, que hoje é treinado por Marcelo Cabo. O Remo teve duas boas oportunidades no primeiro tempo, com Muriqui e Rodriguinho. Com forte presença ofensiva, o time surpreendeu o mandante.

No segundo tempo, o Reo seguiu jogando com intensidade e ocupando o campo inimigo – e perdendo gols. Muriqui, Evandro e Leonan, duas vezes, perderam chances no interior da área. Em certa medida, o empate foi injusto, mas a campanha não merecia melhor sorte.