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Gerson Nogueira destaca o trunfo do Paysandu na Série C:  a força emocional

Foto: Jorge Luis Totti/PSC
Foto: Jorge Luis Totti/PSC

O trunfo da força emocional

O PSC obteve a classificação de forma antecipada e repete o que conseguiu nos últimos anos: garantir presença na fase dos quadrangulares. Não foi feliz nas recentes tentativas, mas desta vez mostra uma força emocional que parece haver faltado nas edições anteriores da Série C.

A parte anímica é cada vez mais determinante para o êxito ou o fracasso nas competições esportivas. O futebol, durante décadas, desdenhou disso. As comissões técnicas não pareciam entender o fator emocional como importante para a trajetória dos times.

Hélio dos Anjos, um técnico da velha guarda e que aposta em métodos conservadores de comandar elencos, trouxe ao Papão a capacidade de resistir às pressões em campo e de encontrar formas de reagir.

Enquanto esteve nas mãos de Marquinhos Santos, o PSC era uma equipe fragilizada em todos os aspectos – físico, técnico e emocional. Sofreu goleadas inesperadas – para Ypiranga e Volta Redonda – sem esboçar resposta imediata. Era como se o time aceitasse passivamente os maus resultados.

Logo na estreia, diante do Brusque na Curuzu, Hélio teve a oportunidade de ver de perto todas as fragilidades do time. Derrotado por 2 a 0, o PSC parecia um bando em campo, sem iniciativa ou lucidez para mudar os rumos da partida.

Com Hélio, todos os problemas foram devidamente enfrentados e os resultados surgiram rapidamente. Já no jogo seguinte, em Manaus, diante do então líder Amazonas, os atropelos iniciais foram superados com organização e contundência, demonstrando a evolução geral.

O Papão recobrava ali a confiança que havia perdido lá atrás, ainda na disputa do Campeonato Estadual. Até mesmo jogadores que não se mostraram à altura do desafio começaram a despertar. Vinícius Leite, Paulão, Robinho e Jacy Maranhão são exemplos disso.

As vitórias em sequência se encarregaram de dar ao grupo ainda mais solidez e segurança. A torcida, que antes duvidava da capacidade da equipe, passou a apoiar também, num processo de troca extremamente valioso. A dramática virada sobre o Náutico, na Curuzu, espalha bem esse momento.

É justamente nesse poderio técnico e mental que estão assentadas as perspectivas de sucesso do Papão no quadrangular. Na parte técnica, alguns ajustes ainda são necessários, principalmente quanto à marcação no corredor central e nas laterais.

Ninguém pode cravar que apenas o aspecto anímico pode determinar o sucesso de uma equipe. Conquistas dependem de vários fatores, mas, para superar adversários como Botafogo-PB, Amazonas e Volta Redonda, o trunfo do equilíbrio emocional pode ser decisivo.

 

Em teimosia, Diniz caminha para se igualar a Dunga

A primeira convocação feita por Fernando Diniz como técnico interino da Seleção Brasileira deu margem a muitos questionamentos. Ninguém entendeu a ausência de Rony, melhor atacante brasileiro na Copa Libertadores, e muito menos a de Lucas Perri e Adryelson, destaques do líder disparado do Campeonato Brasileiro.

Imaginava-se que, diante do corte de Vinícius Jr. por lesão, o treinador iria repensar as alternativas do ataque, incluindo o palmeirense, até como forma de criar uma identificação com a torcida paraense no jogo contra a Bolívia, no dia 8 de setembro.

Ledo engano. Diniz, cuja teimosia já está quase na mesma proporção da que se via em Dunga, de triste memória no comando da Seleção. Ou alguém esquece as patacoadas do ex-volante, que, entre outras coisas, deixou Ganso e Neymar no Brasil e levou Josué e Grafite para a Copa do Mundo de 2010?

Diante da contusão de Vini Jr., Diniz chamou ontem Rafinha, atacante de beirada que foi uma das decepções brasileiras na Copa do Qatar. Fez isso como a reforçar sua rejeição a atacantes que atuam no Brasil. Ainda pode ter uma chance de se redimir, caso se confirme o corte de Neymar.

Cabe observar que a torcida pela convocação de Rony não é pachequismo regionalista. Rony tem méritos. É um dos mais regulares atacantes em atividade no Brasil nas últimas quatro temporadas.

 

Má vontade com o basquete pune fã da modalidade

Depois de dois mundiais disputados em nível muito baixo, o Brasil volta ao principal torneio do basquete internacional com boas perspectivas de obter uma classificação digna. Nas duas primeiras partidas, contra o Irã e a Espanha, a Seleção mostrou qualidades e atuações bem interessantes de Bruno Caboclo e Yago.

Até mesmo a derrota para a favorita Espanha está na conta da normalidade. Renovado, o time é homogêneo e faz da marcação o seu ponto forte. Sobrou na estreia contra o Irã, fazendo 100 a 59. Nesta quarta-feira, bem cedo, a equipe treinada por Gustavo de Conti enfrenta a Costa do Marfim em busca da classificação à próxima fase.

O aproveitamento é de 50% de aproveitamento. Se passar pela Costa do Marfim, o Brasil terá no próximo grupo Letônia, Espanha e Canadá. A segunda fase começa na sexta-feira.

Curiosamente, a Copa do Mundo de basquete não merece nem rodapé de página nos principais jornais do Brasil e não existe para a TV aberta. Qualquer torneio mequetrefe de vôlei é badalado à exaustão. O basquete cumpre a sina de enfrentar uma má vontade que desafia o bom senso.

Os fãs da modalidade, que não são poucos, têm que se contentar com a transmissão de apenas um canal esportivo. Desde que monstros como Oscar Schmidt e Hortência saíram de cena, o basquete brasileiro mergulhou num período de abandono, a começar pelos maus modos da cartolagem.

A TV parece ter atirado o basquete na cesta dos esportes malditos, como se os êxitos do passado tivessem deixado um rastro de inveja e ressentimento. Espero sinceramente que seja só impressão pessoal.