A hora e a vez de Juninho
Os três primeiros jogos do PSC no Brasileiro da Série B frustraram a expectativa do torcedor. Na estreia, na Vila Belmiro, uma atuação até razoável não evitou a derrota para o Santos. Nas duas partidas em casa, que representavam a chance de recuperação, o time ficou apenas no empate, com desempenho insatisfatório contra Botafogo-SP e Avaí.
Em condições normais, eram partidas para somar seis pontos e fazer as pazes com a torcida. Confiança é item fundamental na construção de um time, qualquer time. Com o PSC não é diferente. Ainda mais neste retorno à Série B, com o projeto ambicioso de conquistar o acesso à Série A, segundo palavras do próprio presidente do clube.
Uma observação mais atenta das atuações do PSC revela que a baixa produção do setor de meio-campo foi determinante para os maus resultados. A diferença está no rendimento apresentado contra o Santos. Com Robinho em campo, o time foi muito forte na movimentação ofensiva, pecando apenas nas finalizações.
Diante do Botafogo e do Avaí, o PSC jogou sem meia-armador. A meia-cancha teve João Vieira, Leandro Vilela e Val Soares, que mal passavam da linha de meio-de-campo. O time só mostrou qualidade na criação quando Juninho entrou no segundo tempo.
Transformou-se, em pouco mais de 20 minutos, no melhor jogador do PSC por ter sido o mais inquieto e disposto a furar o bloqueio defensivo do Avaí. Criou três boas jogadas, caindo pela esquerda e avançando pelo meio, com dribles e arrancadas. Foram os melhores e mais lúcidos momentos do time na partida. Mostrou ousadia e habilidade.
Para quem viu aquela partida, está claro que Juninho merece uma oportunidade de compor o meio ou um dos lados do ataque, levando em conta o fraco desempenho de Jean Dias e Edinho pelas pontas.
É improvável que Juninho entre jogando contra o Mirassol, domingo, pois o time parece ter feudos bem definidos. Como teve poucas oportunidades, o meia paraense precisaria de mais minutagem e contar com a confiança do treinador. Não parece possível que isso ocorra de imediato, mas, pelo menos por ora, Juninho é merecedor da titularidade.
Com menos atletas, Morínigo pode escalar melhor
Os treinos da semana deixaram claro que o Remo será inteiramente diferente contra o Floresta, domingo, no estádio Evandro Almeida. A mudança é, acima de tudo, de postura. O lado anímico tem sido responsável em grande parte pelos embaraços enfrentados na Série C até agora.
A má atuação inicial, contra o Volta Redonda, trouxe insegurança em campo e nas arquibancadas. Mais que isso: afetou as decisões do técnico Gustavo Morínigo, que passou a arriscar mudanças a cada jogo, comprometendo o entrosamento do time.
Como consequência direta dos três tropeços, que deixam o time na vice-lanterna, o treinador deve optar pela escalação que mais se ajusta aos anseios da torcida. Uma equipe mais forte defensivamente, rápida na saída para o ataque e que tenha capacidade de decisão.
O próprio sistema 4-3-3, muito contestado dentro do próprio clube, pode ser mantido para os jogos em Belém, mas dificilmente se repetirá em compromissos fora de casa. A insegurança que predomina no meio-campo tem a ver com a falta de jogadores de marcação.
Com Jaderson, Matheus Anjos e Pavani, a defesa ficou exposta e o ataque não se beneficiou da habilidade dos três. Morínigo tem testado outras opções para o meio e Paulinho Curuá pode reaparecer na formação titular, assim como Felipinho, Pedro Vítor e Ítalo.
Após a dispensa de cinco jogadores – Ícaro, Renato Alves, Sillas, Nathan e Echaporã –, anunciada anteontem, a direção do clube deixou patente sua insatisfação, fato que não certamente não passou despercebido para a comissão técnica. As prioridades de momento são a busca da evolução técnica e a perseguição aos resultados positivos.
O enxugamento do elenco – hoje com 27 jogadores – permite acreditar que alguns jogadores irão merecer novas oportunidades. É também um momento que pode ajudar o técnico a escolher melhor. Nas partidas anteriores, as escalações ficaram sempre distantes demais das expectativas do torcedor.
Um recorde de indecisão e patetice no VAR
Foi surreal. O árbitro de Botafogo x LDU, ontem à noite, demorou 10 minutos para decidir sobre a legalidade de um gol do time visitante, sendo que o atacante estava impedido e o botafoguense Luiz Henrique havia sofrido falta na origem do lance.
Ao tentar traçar as linhas do impedimento, a cabine do VAR não chegou a uma conclusão e resolveu chamar o árbitro para revisar no monitor de vídeo. Os critérios que regulam o uso do VAR não incluem revisão de lance de impedimento pelo árbitro de campo.
Por sorte, a decisão final dele foi correta, anulando o gol.
Real, o rei de Copas, vai em busca da 15ª Champions
Vinícius Jr. não fez gol, mas foi fundamental na vitória do Real Madrid sobre o Bayern de Munique, ontem. Foi dele a jogada que resultou no gol de empate e infernizou a marcação alemã. Com o triunfo, a final será com o Borussia Dortmund, no dia 1º de junho, em Londres.
O goleiro Manuel Neuer estava em noite inspirada, com cinco defesas monumentais, três delas em chutes de Vinícius Jr. O canadense Alphonso Davies fez um golaço no 2º tempo, silenciando a torcida merengue.
Carlo Ancelotti mexeu no time e conseguiu arrancar uma impressionante virada nos minutos finais. Neuer, que era o grande herói do jogo, falhou em chute de Vini Jr. e entregou nos pés de Joselu, que só concluiu para as redes.
O gol abalou o Bayern, que sucumbiu. O nocaute veio logo a seguir: Rüdiger cruzou e o próprio Joselu colocou o Real na final da Liga dos Campeões, para brigar pela sua 15ª taça.