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Gerson Nogueira: 'Belém vira a capital do futebol'

Equipes de fiscalização estarão distribuídas em pontos estratégicos para garantir a fluidez nas vias e evitar o estacionamento irregular de veículos próximos ao estádio. Foto: Divulgação
Equipes de fiscalização estarão distribuídas em pontos estratégicos para garantir a fluidez nas vias e evitar o estacionamento irregular de veículos próximos ao estádio. Foto: Divulgação

Belém vira a capital do futebol

A escolha da capital paraense como sede da estreia do Brasil nas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa de 2026 é um assunto da maior relevância, que parece não estar sendo devidamente avaliado pelo torcedor paraense. A partida da sexta-feira, 8, contra a Bolívia se reveste de um valor imenso para o prestígio de Belém como centro futebolístico mais importante do Norte do país.

Que Belém é o centro do futebol nortista todo mundo sabe há décadas, mas há nove anos a Fifa teve a fuga de ideia – não tão inocente assim – de inverter as coisas, atribuindo a Manaus um destaque inexistente, a começar pelo fato de que o futebol lá não tem o peso popular que tem entre nós.

Até os amazonenses reconhecem isso. Alguns até se surpreenderam com a escolha de Manaus como sede da Copa do Mundo de 2014. Para entender aquela bizarrice é fundamental contextualizar o comando máximo do futebol à época. Joseph Blatter era o chefão da Fifa, tendo o cartolão João Havelange como mentor e o cartola monossilábico Ricardo Teixeira como cúmplice de várias tramoias.

Como se sabe, logo depois daquele Mundial, Havelange morreu, Blatter foi defenestrado da Fifa após a descoberta do propinoduto existente na entidade. José Maria Marín, presidente da CBF, acabou preso nos Estados Unidos e Teixeira virou ermitão forçado no interior do Rio de Janeiro.

Pois agora, após todo esse tempo e o giro da história, Belém finalmente é lembrada para abrigar a Seleção Brasileira por uma semana, culminando com a partida diante da Bolívia. Ao longo desse tempo, tudo que diz respeito ao futebol brasileiro vai estar vinculado à Cidade das Mangueiras.

Além do escrete convocado por Fernando Diniz, estarão aqui os presidentes de todas as federações estaduais, a cúpula da Conmebol e a diretoria da CBF. Um excelente momento para que o paraense mostre do que é capaz quando o assunto é futebol e a missão é torcer com paixão.

Tudo o que precisa acontecer é um grande espetáculo no novíssimo estádio estadual Jornalista Edgar Proença (o Mangueirão), com suas linhas modernas, melhoramentos que garantem conforto e acessibilidade a torcedores, atletas e comissões técnicas.

No Norte, ninguém é capaz de fazer igual.

 

Torcida do Leão surpreende e endossa volta de Catalá

Retrospecto de Catalá tem bons números, mas o começo ruim sob o comando de Marcelo Cabo pesou para a eliminação na Série C – Foto: Samara Miranda/Remo

Quando se despediu do clube e da torcida, no sábado passado, o técnico Ricardo Catalá deixou entreaberta a possibilidade de retornar para a próxima temporada. É óbvio que ele prefere vir para assumir o planejamento e montar o elenco, ao contrário do que ocorreu neste ano quando pegou o bonde andando.

A campanha dele em 15 partidas é impressionante. Alcançou o mesmo nível de quem se classificou para o G8 da Série C. Obteve 25 pontos, o que lhe garantiria – contando a partir da 5ª rodada – a quinta colocação geral.

Durante esse período, cometeu alguns erros, principalmente quanto a escolhas na definição do time e também nas mudanças durante os jogos. Indicou jogadores que não renderam, casos de Marcelo e Renanzinho. Mas teve mérito na evolução de Diego Ivo, Pedro Vítor e Lucas Marques.

De perfil sério, Catalá queria um time capaz de construir o jogo a partir de ações com a bola de pé em pé, o que muitas vezes era inviável com as peças que tinha à disposição. Para piorar, perdeu nas últimas rodadas jogadores fundamentais, como Pablo Roberto e Pedro Vítor.

A aceitação de seu trabalho é maior do que se podia supor. Apesar de decepcionada com mais uma desclassificação, boa parte da torcida mostra maturidade ao defender a volta do treinador. Manifestações na internet comprovam isso.

Torcedor não cai mais em lorotas como antes, já consegue avaliar criticamente o desempenho de técnicos e jogadores, às vezes de forma até mais responsável que muito dirigente.

 

Sem a Sula, Botafogo pode focar no que interessa

O atacante Diego Costa fez dois gols. Luis Henrique fez o outro. O clube alvinegro chegou aos 51 pontos e segue como líder isolado da competição. Foto: Vítor Silva/Botafogo

Assim como foi feio ver a torcida do Botafogo vaiar o técnico Bruno Lage pelo empate com o Defensa y Justicia no estádio Nilton Santos, na semana passada, não dá para aceitar tanta lamentação por conta da eliminação do time na Sul-Americana. De minha parte, considero a melhor coisa que podia acontecer ao Botafogo a essa altura da temporada.

Sem o compromisso de ir à final da Sula, o Botafogo poderá se dedicar integralmente ao que interessa: a conquista do título brasileiro, este sim um objetivo digno de ser perseguido.

Na Sul-Americana, os riscos de perder jogadores importantes era imenso. Caso tivesse passado pelo Defensa, teria pela frente dois confrontos pelas semifinais e dois válidos pela final do torneio.

Para um elenco que já está sem Tiquinho Soares há várias rodadas, seria desastroso perder outros titulares importantes, como Eduardo, Adryelson, Cuesta, Marlon Freitas e Tchê Tchê.

A batalha que realmente importa é a conquista do Campeonato Brasileiro, que o Botafogo não vence desde 1995. Diante de um desafio desse porte, seria pouco inteligente se expor ao desgaste físico de viagens e jogos simultâneos ao certame nacional.

Além disso, a Sul-Americana é um torneio menor, disputado por equipes que foram barradas na Libertadores. Há um prêmio razoável, mas nada que justifique colocar em perigo a liderança isolada do Brasileiro.

Há derrotas e derrotas, mas não dá para chorar pitangas por um torneio que iria exaurir um elenco limitado e até carentes em algumas posições.