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Gerson Nogueira: 'Artilheiro é prioridade máxima no Paysandu'

Mário Sérgio, atacante do Paysandu. Foto: Jorge Luis Totti/Paysandu
Mário Sérgio, atacante do Paysandu. Foto: Jorge Luis Totti/Paysandu

Artilheiro é prioridade máxima

Mário Sérgio, com 22 gols anotados na temporada, foi o principal artilheiro do futebol paraense em 2023. Titular do PSC, o centroavante fez nove gols na Série C, embora caindo de rendimento no quadrangular decisivo em função das mudanças de posicionamento no ataque bicolor.

De qualquer forma, Mário Sérgio é o principal nome do setor ofensivo, e ninguém discute isso. Peça fundamental na estruturação técnica que conduziu à conquista do acesso, a regularidade é uma das características mais fortes do atacante.

Mesmo quando a equipe oscilava, ainda sob o comando de Marquinhos Santos, o artilheiro era uma exceção, sempre representando uma solução em jogos complicados, principalmente dentro de casa.

Com a mudança da comissão técnica, Mário perdeu parte do protagonismo e passou a dividir responsabilidades na área inimiga com Nicolas Careca, um jogador mais brigador e menos técnico.

Em alguns poucos momentos, a parceria até deu certo, mas no geral funcionou como um fator de limitação para a movimentação de Mário Sérgio, que antes era o jogador de referência.

Apesar do baixo aproveitamento nos jogos finais do quadrangular, contra Amazonas e Volta Redonda, coincidentemente as duas derrotas do Papão nesta fase, Mário fechou a campanha com um dos nomes mais representativos do time e do campeonato.

Por tudo isso, renovar o contrato com o artilheiro para a disputa da Série B deve ser a maior preocupação da diretoria bicolor. Pelo que se informa, existem negociações já em andamento. Mário tem vínculo com o Mirassol (SP), mas demonstra interesse em permanecer.

No meio da fase de classificação, surgiram especulações sobre sondagens de outros clubes da Série B, mas o jogador foi firme em dizer que estava focado na luta do PSC para conseguir o acesso.

Além dos seis jogadores já confirmados para 2024 – Matheus Nogueira, Paulão, Robinho, João Vieira, Vinícius Leite e Roger –, caberá ao PSC lutar para preservar seu principal atacante, a fim de garantir uma espinha dorsal para a formação do elenco que vai encarar a Segunda Divisão.

Exemplos de clubes que não tiveram o necessário cuidado na formação de elenco para a Série B estão aí mesmo para servir de alerta. Equívocos na escolha dos jogadores costumam resultar em problemas na competição, principalmente para equipes que acabaram de subir da Série C.

Pelos próximos dois meses, passado o período de festejos pelo acesso, o PSC terá que planejar a campanha. Ao mesmo tempo, terá que ir ao mercado para iniciar a busca por reforços, que não pode ser retardada até o início de 2024, sob pena de perda de opções para contratar.

Venezuela joga bem e expõe limites da Seleção

O 1º tempo de Brasil x Venezuela, ontem, na Arena Pantanal, foi uma das piores apresentações da Seleção nos últimos tempos. Surpreendentemente, foram cinco finalizações para cada lado nos 45 minutos iniciais, com mais perigo por parte dos venezuelanos. O empate final, com direito a um golaço dos visitantes, foi inteiramente justo.

Desde o início, Neymar, Vini Jr., Rodrygo e Richarlyson se perdiam em jogadas confusas. Tentativas de chutes paravam nos zagueiros e apenas um lance agudo aconteceu: um disparo de Casemiro da entrada da área.

O mais estranho é que a Venezuela passou a acreditar e criou de forma insistente incômodos lances junto à área. Fazia muito tempo que o Brasil não se aperreava com uma das piores seleções do continente.

Para o 2º tempo, diante do baixo rendimento da equipe, Fernando Diniz surpreendeu prestigiando a mesma formação. O time já estava com o jovem Ian Couto no lugar do improdutivo Danilo, que saiu lesionado.

Apesar dos erros nas tentativas de aproximação e de passes comprometidos pelo mau estado do gramado da Arena Pantanal, o Brasil acabou achando o gol do mesmo jeito que saiu do zero contra o Peru, em Lima.

Escanteio cobrado por Neymar, logo aos 4 minutos, encontrou o zagueiro Gabriel Magalhães na área. Ele se antecipou à defesa e o desvio de cabeça foi mortal, sem chances para o goleiro Romo.

Mesmo com a vantagem no placar, o jogo não ficou tranquilo. Vini Jr. e Neymar seguiram pecando muito nas jogadas individuais. Em alguns momentos, parecia simples desleixo; em outras, era pura dificuldade para superar a marcação venezuelana.

Aos 16’, em cruzamento de Soteldo, quase o empate. Angel cabeceou para baixo e obrigou Ederson a uma grande defesa. O jogo se arrastava, com tentativas frustradas dos dois lados e frustrantes para a torcida presente.

As movimentações de Savarino e Soteldo mudaram a configuração do ataque da Venezuela e resultaram no golaço de Belo, batendo de meia-bicicleta, aos 39 minutos. O Brasil, desarticulado, ainda enfrentou uma pressão final, algo inédito nos confrontos entre as duas seleções.

Campanha azulina põe na berlinda a gestão do futebol

Lançadas quatro candidaturas à eleição para a presidência do Remo, marcadas para 12 de novembro, o clube começa a viver o ambiente de campanha e de exposição das propostas de cada chapa.

Pelas entrevistas concedidas pelos candidatos à Rádio Clube do Pará nos últimos dias, fica evidente a preocupação com o futebol profissional. Nada mais natural diante do êxito do rival PSC na conquista do acesso.

Por mais que os planos de trabalho revelem atenção com a saúde financeira e os investimentos em infraestrutura, todos são coerentes com os anseios da torcida azulina: disputar a Série C para buscar classificação à Série B.

É uma imposição que vai se tornar ainda mais concreta a partir da posse do novo presidente. Os vacilos no futebol em 2023 serão cobrados com mais contundência já a partir do Parazão e irão se acentuar no Brasileiro.