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Gerson Nogueira: 'Arbitragem sob desconfiança'

Wilton Pereira Sampaio vai apitar o jogo do Paysandu contra o Voltaço.
Wilton Pereira Sampaio vai apitar o jogo do Paysandu contra o Voltaço.

Arbitragem sob desconfiança

A notícia de que Wilton Pereira Sampaio, árbitro Fifa, vai comandar o jogo Volta Redonda x PSC, sábado, decidindo o acesso à Série B, tem gerado muita discussão e desconfiança. A torcida bicolor, cabreira desde o ocorrido em 2019, diante do Náutico nos Aflitos, vive com a pulga atrás da orelha com os homens do apito.

É preciso observar que há quatro anos não existia o VAR para revisar lances duvidosos. Caso o árbitro de vídeo já estivesse em ação, o pênalti marcado erroneamente por Leandro Vuaden certamente seria anulado.

Ocorre que o próprio VAR está sob suspeita, depois de seguidos erros registrados na Série A. Caso, por exemplo, do pênalti óbvio que não foi marcado por Wilton Sampaio em favor do Grêmio contra o Corinthians, recentemente. Os árbitros de cabine endossaram o erro do árbitro de campo.

A trapalhada virou polêmica nacional e Sampaio foi para a “geladeira”, deixando de apitar por três rodadas do Campeonato Brasileiro. Está voltando a apitar justamente no confronto decisivo da Série C.

Mais do que compreensível a apreensão dos bicolores. Wilton Sampaio confirmou a impressão no jogo Grêmio x Corinthians de que é um árbitro medroso, que prefere não se indispor com o time da casa. Falha comum a árbitros nacionais, quase todos “caseiros” e capazes de ginástica para não melindrar times mandantes.

A esperança é que Wilton Sampaio, depois da punição (mesmo branda), tenha uma postura mais corajosa e sem receios. Que apite com a autoridade que lhe foi dada ao ser eleito o melhor árbitro do país, destacado para apitar na Copa do Mundo do Qatar.

Aliás, uma participação desastrosa, com direito a críticas virulentas dos ingleses, vitimados por ele no confronto com a França. Cometeu pelo menos três erros capitais naquela partida e queimou a imagem da arbitragem brasileira no torneio da Fifa.

Nas internas, o técnico Hélio dos Anjos tem recomendado aos jogadores que não se deixem influenciar por essas cismas em relação ao árbitro. Ao time bicolor caberá fazer seu jogo, buscando o resultado que lhe convém – vitória, empate ou derrota por um gol de diferença.

A situação da arbitragem brasileira é tão absurda, recheada de pontos falhos, que a simples prevenção em relação ao suposto melhor árbitro do país já configura um quadro preocupante.

Voltaço é mandante hostil, mas PSC venceu duas fora de casa

Com 26 pontos somados dentro do estádio Raulino de Oliveira, o Volta Redonda detém a segunda melhor campanha como mandante na Série C 2023. Curiosamente, Paysandu e Operário-PR estão empatados como os melhores mandantes, ambos com 27 pontos. Por outro lado, o Papão não foi um grande visitante na primeira fase da competição, com apenas seis pontos conquistados em nove jogos.

Acontece que no quadrangular o time de Hélio dos Anjos inverteu essa condição, conseguindo estabelecer 100% de aproveitamento fora de casa, com vitórias importantes sobre o Amazonas, em Manaus, e o Botafogo-PB, em João Pessoa. Vai lutar para manter a escrita amanhã à noite.

Cano brilha na Libertadores e é cada vez mais ídolo tricolor

O argentino Germán Ezequiel Cano Recalde é o principal goleador do continente. Marcou 36 gols na temporada e lidera a galeria dos artilheiros da Copa Libertadores. Na noite de terça-feira, no estádio Beira Rio, esperou a parte final do confronto com o Internacional para aprontar, em altíssimo nível, garantindo a vitória do Fluminense com um gol e uma assistência.

O triunfo do Tricolor carioca, configurado num espaço de seis minutos, calou os milhares de colorados presentes ao jogo. Não deveria ter sido tão surpreendente, como aparentou o técnico Coudé ao final da partida. Cano é dado a essas peraltices em jogos decisivos.

Aos 35 anos, o centroavante usa toda a experiência acumulada ao longo de uma carreira de nômade, sem maiores brilhos. Encontrou a glória, de fato, no futebol brasileiro. Primeiro, com a camisa do Vasco, onde despertou atenção geral pela facilidade para fazer gols.

Depois, transferiu-se para o Fluminense, onde solidificou a imagem de homem-gol. Foi rápida a adaptação ao esquema de jogo do técnico Fernando Diniz, com jogadas construídas desde a própria intermediária.

Cano consegue trocar passes em velocidade, auxilia na marcação e dá assistências preciosas. Dentro da área, porém, é onde ele se sente mais à vontade, como demonstra a cada jogo. E não há marcação suficiente para deter os deslocamentos do camisa 9.

O Inter já havia experimentado a capacidade letal de Cano, que empatou o jogo no Maracanã na única chance que teve após a cobrança de um escanteio. No Beira-Rio, depois de um primeiro tempo de baixo rendimento, Cano emergiu nos minutos finais.

Foi o autor do passe que propiciou a John Kennedy o gol de empate. Nem deu tempo de o Inter se aprumar no jogo. Em jogada invertida, Kennedy descolou um passe dentro da área para a finalização perfeita de Cano.

A primorosa fase do artilheiro faz crer que o Flu desta vez tem boas possibilidades de conquistar o título continental. O status de ídolo que a torcida lhe devota não é injustificado. Cano merece todos os aplausos.