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Gerson Nogueira analisa vitória do Remo: 'Na bacia das almas'

Foto: Mauro Ângelo/Diário do Pará
Foto: Mauro Ângelo/Diário do Pará

Vitória na bacia das almas

Foi um sufoco danado. O Remo finalmente venceu a primeira na Série C, conquistando também o triunfo inicial de um clube paraense no Campeonato Brasileiro. O time pressionou no começo, até empolgou a torcida, mas após 15 minutos foi desidratando e viu o Florestar crescer em cima de seus erros e hesitações. Como resultado direto da atuação ruim, o gol só saiu aos 44 minutos da etapa final, na bacia das almas.

Poderia ter sido pior. A partir dos 30 minutos, ao ver que o dono da casa não conseguia se impor, o Floresta armou um cerco à área azulina e quase abriu o placar. Primeiro, com Lucas Alisson, que cabeceou com muito perigo e obrigou Marcelo Rangel a fazer grande defesa. Na sequência, Jonilson desviou um chute de Lohan que tinha endereço certo.

Antes disso, nos primeiros 15 minutos, o Remo ocupou o campo de defesa do Floresta e esteve bem perto de marcar. A primeira boa jogada foi com Pavani, que driblou dois marcadores, mas finalizou por cima da trave. Depois, Jaderson também se aproximou da área, mas bateu torto.

Ribamar, em briga constante com a defesa do Floresta, teve uma chance no jogo aéreo, mas o cabeceio saiu à direita. Depois, quase forçou um erro do zagueiro Ricardo Lima, que desviou a bola à esquerda com muito perigo. Aos 14 minutos, Pavani cobrou falta, ameaçando a meta de Luiz Daniel.

O problema é que o esforço do Remo pareceu se limitar aos minutos iniciais, pois à medida que o tempo passava o time ia diminuindo o ritmo e se perdendo em passes laterais, sem oferecer perigo ao Floresta.

Foi o pior momento da equipe na partida. O visitante era mais confiante e agressivo, explorando o bom trabalho do meia Marcelo (aquele mesmo que passou em brancas nuvens pelo Remo em 2023), que distribuía lançamentos e arriscava chutes a gol.

Para o segundo tempo, sem mudanças na escalação, o Leão voltou na mesma toada. A torcida, que já havia vaiado o time na descida para os vestiários, começou a se irritar com os seguidos erros na saída para o ataque e com a inoperância de alguns jogadores – Helder, Adson e Marco Antônio, principalmente.

Pedro Vítor acertou um belo chute cruzado, que passou perto do poste direito da trave cearense, mas a presença ofensiva do Remo se resumia a chegadas esporádicas e cruzamentos que não achavam Ribamar na área.

Mesmo assim, o técnico Gustavo Morínigo só resolveu mexer na equipe quando ficou evidente que o Floresta ia tomar conta do jogo. Foi então que entraram Kelvin, Ytalo e Ronald, substituindo Pedro Vítor, Pavani e Marco Antônio. Depois, Paulinho Curuá entrou no lugar de Jaderson.

O time continuou embolado e só passou a ter movimentação maior nos minutos finais, quando Kelvin já formava dupla com Thallys pela direita. Nos minutos finais, quando ninguém mais acreditava na vitória, Ytalo recebeu na intermediária, passou para Ronald. Este lançou Kelvin, que foi à linha de fundo e cruzou para Ytalo finalizar diante do goleiro.

Uma vitória difícil e suada, improvável até, mas extremamente importante, por significar o início da recuperação do Remo no campeonato – pulou da 19ª para a 13ª posição na classificação.

 

 

Jejum quebrado já se prolongava por sete partidas

A última vitória do Remo havia acontecido na semifinal do Parazão, contra a Tuna, em 31 de março. O time não conseguiu vencer nenhum jogo nos quatro clássicos contra o PSC e perdeu as três primeiras partidas da Série C. Esse incômodo jejum justifica plenamente a comemoração entre jogadores e comissão técnica após a vitória magra sobre o Floresta.

Na entrevista depois do jogo, Gustavo Morínigo lembrou os cinco jogadores dispensados pelo clube, dizendo que o grupo sentiu e se uniu ainda mais em busca de um bom resultado. Dedicou a vitória a eles. Soou como admissão de que não houve ingerência sua no afastamento dos atletas.

Só não explicou a insistência com peças que se mostram improdutivas, casos de Adson e Helder. Custou a lançar Ronald e Kelvin, jogadores mais incisivos e que vinham atuando bem antes do Brasileiro começar.

 

Papão perde para o Mirassol e cai para a 19ª posição

O PSC sofreu uma espécie de apagão nos 25 primeiros minutos do jogo contra o Mirassol, ontem à tarde. Tomou dois gols em 16 minutos e se deixou pressionar perigosamente. Levou uma bola no travessão e custou a se acalmar em campo.

Logo aos 6 minutos, Negueba fez o gol, mas a arbitragem anulou porque Dellatorre estava em impedimento. Quatro minutos depois, a rede finalmente balançou: Fernandinho livrou-se da marcação e chutou rasteiro no canto esquerdo, superando Matheus Nogueira.

Aos 15 minutos, foi a vez de Warley iniciar contra-ataque pela direita e deixar Dellatorre à vontade para ampliar. A defesa do PSC não conseguia marcar o rápido ataque do Mirassol e só foi se ajustar depois da parada médica, aos 25’.

Ainda houve tempo para Fernandinho acertar o travessão. O PSC só chegou duas vezes. Um chute de Jean Dias e uma cabeçada de Wanderson, que passou perto do gol.

O PSC mudou o time e a atitude no 2º tempo. Com Juninho e Esli García, o time passou a ser mais agudo ofensivamente. Logo de cara, Juninho e Nicolas exigiram boas defesas de Alex Muralha.

Aos 13 minutos, Esli García recebeu excelente passe de Nicolas e fuzilou na saída do goleiro do Mirassol. Com o gol, o Papão partiu para tentar o empate, mas o ímpeto não foi acompanhado pela qualidade das jogadas. A melhor chance, aos 33’, foi desperdiçada por Juninho.

Uma derrota que inicialmente se desenhou até elástica terminou como um resultado normal, a partir da evolução da equipe no período final. E ficou claro, mais uma vez, que Juninho e Esli não podem continuar como reservas.