Bola

Gerson Nogueira analisa vitória do Paysandu no Amazonas: 'Dramática e decisiva'

Mário Sérgio comemora gol na Arena Amazônia. Foto Jorge Luis Totti/Paysandu
Mário Sérgio comemora gol na Arena Amazônia. Foto Jorge Luis Totti/Paysandu

Vitória dramática e decisiva

O gol de Mário Sérgio, cobrando pênalti aos 16 minutos da partida com o Amazonas, em Manaus, deu a vitória ao PSC e pode ter sido a porta para o acesso à Série B. Com os três pontos ganhos, o Papão alcançou 4 na pontuação e depende agora exclusivamente de seus resultados dentro de casa. Em caso de vitórias sobre o Botafogo-PB e o Amazonas, o time alcança os 10 pontos necessários para garantir a vaga.

Não foi sem drama a vitória na Arena da Amazônia. O PSC teve um bom começo de jogo e poderia, além do gol, ter ampliado a vantagem, tal a desorganização do setor defensivo do Amazonas. Só que o 2º período foi inteiramente diferente. O mandante melhorou ligeiramente e passou a buscar o empate a todo custo. Um pênalti (depois desmarcado) quase garantiu a igualdade.

Desde os primeiros movimentos, o PSC se mostrou mais tranquilo e aplicado na retenção da bola. Chegou a estabelecer 61% de posse, o que dá uma ideia do domínio que a equipe tinha no jogo. O gol nasceu de um chute forte de Vinícius Leite, de fora da área, que o goleiro Marcão rebateu para o lado. Edilson pegou o rebote e cruzou. A bola bateu no braço do lateral Raphael Soares. Pênalti.

Mário Sérgio bateu rasteiro, sem chances para o goleiro. A partir daí, o PSC ampliou suas ações a partir do meio-campo. Robinho, João Vieira e o estreante Alencar, com grande atuação, controlavam inteiramente a área central, contando com a ajuda de Ronaldo Mendes e Vinícius Leite.

Em ações pelos lados do ataque, o PSC chegava até a entrada da área e aí se perdia em passes errados e tentativas inconsistentes de aprofundar o lance. Um erro básico foi não arriscar chutes de média distância. A única tentativa foi quase ao final da etapa inicial em falta cobrada por Robinho.

O Amazonas voltou do intervalo pressionando em busca do empate, acuou o PSC e passou a insistir com cruzamentos altos. Aos 14 minutos, depois de perder boa chance, o lateral Raphael Soares cometeu falta dura e recebeu o segundo cartão amarelo.

Com um a menos, o Amazonas ficou exposto por alguns momentos, mas o PSC não partiu para cima, como se esperava. Fechado em seu campo, o time paraense tentava apenas se defender da pressão adversária, que se intensificou após os 35 minutos.

Aos 38 minutos, o Amazonas armou um cerco à área do Papão. Julio Rusch chegou às proximidades da área e arriscou um chute forte, que passou perto. Em seguida, o meia Rafael Tavares disparou da meia-lua e o goleiro Matheus Nogueira fez sua defesa mais difícil na partida.

Já nos acréscimos, o árbitro apontou pênalti sobre Rusch, que foi derrubado dentro da área. Caso quisesse, o juiz podia optar por outra falta ocorrida no mesmo lance, sobre Igor Bolt. A penalidade foi marcada, a bola colocada na marca fatal, mas o VAR revisou o lance por inacreditáveis oito minutos e apontou impedimento na origem da jogada.

O jogo teve acréscimos de 21 minutos, pois, além da parada provocada pelo VAR, houve o tumulto no banco de reservas do PSC, com agressão ao zagueiro Naylhor. Com a bola rolando, o Amazonas teve mais uma chance na área e Leandrinho perdeu grande oportunidade. Em seguida, foi expulso.

 

Agressões na arena amazonense envergonham o futebol

O espetáculo dantesco da agressão ao zagueiro Naylhor e ao preparador Thomaz Lucena, do PSC, fechou de forma horrorosa a tarde de sábado no estádio Arena da Amazônia. Algo indigno da grandeza do futebol como manifestação popular.

As acusações, inclusive da súmula, apontam o presidente do Amazonas como o agressor de Naylhor e um segurança é acusado pelo soco que nocauteou Lucena. Os bicolores não esperavam o ataque, o que dá contornos de covardia às agressões.

Naylhor saiu com o nariz machucado e sangrando, enquanto o árbitro da partida tentava sem sucesso colocar paz num ambiente de conflagração criado pelos dirigentes do clube amazonense.

Depois do jogo, o tal presidente do Amazonas foi ao vestiário dos árbitros e tentou derrubar a porta a pontapés, gritando xingamentos e ameaças. Uma figura tão desqualificada deve ser banida do futebol e responsabilizada criminalmente pelos atos insanos de sábado.

 

Passagem da Seleção ainda repercute entre os torcedores

O Mangueirão todo iluminado, expondo suas belíssimas formas arquitetônicas, virou símbolo do orgulho da torcida paraense na passagem da Seleção Brasileira por Belém. Não foi um simples jogo de Eliminatórias da Copa do Mundo. Foi muito além disso.

Além do resgate da imagem da Seleção perante o público brasileiro, a acolhida do torcedor de Belém fez com que o Estado do Pará confirmasse aquilo que muitos já sabiam, mas nem sempre ressaltaram.

Aqui o futebol é rei. Paixão que alimenta uma população inteira. O fato indesmentível é que o paraense vive o tempo inteiro a paixão fervorosa por PSC e Remo. Belém, por força deste destino, respira futebol.

Os jogadores da Seleção Brasileira, o técnico Fernando Diniz e a imprensa destacada para cobrir a partida puderam testemunhar, em todo a sua magia e ardor, o afeto que os paraenses devotam a esse esporte mágico e apaixonante que é o futebol.

A presença de Neymar como símbolo das homenagens da torcida, representada por pessoas comuns à porta do hotel, é emblemática do novo momento vivido pela Seleção.

É como se a torcida afirmasse com seus gritos e aplausos que está começando uma nova era. E, de fato, está. Quem há de duvidar?