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Gerson Nogueira analisa permanência de Catalá no Remo: 'Leão mantém aposta'

Catalá está fora do Remo. Foto: Samara Miranda/Remo
Catalá está fora do Remo. Foto: Samara Miranda/Remo

Leão mantém aposta em Catalá

A previsão era de demissão do técnico Ricardo Catalá depois da vexatória derrota em Porto Velho, pela primeira fase da Copa do Brasil, mas a diretoria azulina optou por uma decisão conservadora. A permanência foi sacramentada depois de uma reunião entre os dirigentes e o treinador, ontem à tarde.

A cúpula do futebol azulino decidiu consensualmente. Em comunicado oficial, o clube informa que os treinos serão retomados normalmente a partir de hoje. A reapresentação do elenco terá um encontro entre a diretoria e o elenco de jogadores.

O presidente Antônio Carlos Teixeira e demais diretores ligados ao departamento de futebol entenderam que a demissão de Catalá seria inadequada, pois o trabalho tem pouco mais de um mês de duração.

Foi determinante também a preocupação com a coerência em relação à filosofia da nova gestão, que assumiu prometendo adotar uma postura mais profissional, centrada na racionalidade. Conclui-se que Catalá precisa de mais tempo para desenvolver seu trabalho.

Além disso, o presidente e o diretor de futebol Sérgio Papellin avaliam que o mau desempenho do Remo neste começo de temporada não pode ser atribuído exclusivamente à Catalá. A responsabilidade é jogada também nas costas de alguns jogadores, por isso a reunião com o elenco.

O problema é que o clima é de conflagração entre a torcida, o técnico e o time. Para os torcedores, o Remo faz uma campanha trôpega no Parazão, com atuações pouco convincentes. Para piorar, veio a eliminação precoce da Copa do Brasil, competição estratégica para o clube.

Os erros exibidos diante do Porto Velho, anteontem, revoltaram a torcida. Depois de sofrer um gol logo aos 8 minutos do primeiro tempo, numa falha grave do setor ofensivo, o Leão não conseguiu encontrar o caminho da recuperação em campo, protagonizando jogadas pífias.

Um simples empate garantiria a classificação e a gratificação de R$ 945 mil. Ao lado do campo, Catalá parecia desolado e sem reação. As mudanças não alteraram o andamento da partida e o Remo terminou eliminado.

O técnico completou na capital rondoniense seis partidas na temporada, com três vitórias, um empate e duas derrotas. Um desempenho bem diferente do trabalho que desenvolveu no ano passado na Série C, quando em 15 jogos conseguiu salvar o Remo do rebaixamento.

No total, em 21 partidas, Catalá conquistou nove vitórias, oito empates e quatro derrotas, com aproveitamento de 55,55%. Apesar de ostentar números razoáveis, o prestígio que garantiu seu retorno ao clube neste ano vem sendo corroído pelas más exibições do time.

Com a manutenção do treinador, o Remo vai se dedicar ao Campeonato Paraense, onde ocupa a terceira posição, com um jogo a menos, e à Copa Verde. O próximo desafio será contra o atual campeão estadual, o Águia de Marabá, domingo, pela sétima rodada do Estadual.

Pelo nível de insatisfação do torcedor – que vaiou Catalá na vitória sobre o Tapajós, na semana passada –, o confronto com o Águia adquire contornos espinhosos. Em caso de nova decepção, dificilmente Tonhão e Papellin conseguirão segurar o treinador.

Vice critica presidente pela decisão: “loucura”

Sem esconder a decepção com a decisão da diretoria, o vice-presidente do clube, Milton Campos, classificou de “loucura” a permanência de Ricardo Catalá. Apesar de ressaltar que respeita a decisão do presidente Antônio Carlos Teixeira, disse que o ato configura uma insanidade e um desrespeito para com o torcedor azulino.

Campos não participou da reunião do presidente com os diretores, mas deixou no ar uma crítica a Tonhão, que, segundo, tem tomado sozinho as decisões do futebol. “Apesar disso, eu respeito, porque o presidente foi eleito e ele que manda”.

A situação tende a se complicar quando, além dos problemas em campo, os dirigentes também não se entendem nos bastidores, batendo cabeça mais ou menos como faz a dupla de zaga Ligger e Reiniê.

Águia tenta derrubar favoritismo do Coxa

Contra o Coritiba, hoje, em Marabá, o Águia vai tentar repetir a dose do ano passado, quando conseguiu avançar nas primeiras fases da Copa do Brasil. Com a obrigação de derrotar o Coxa dentro do Zinho Oliveira, o time de Mathaus Sodré precisará jogar muito mais do que vem apresentando no Campeonato Paraense.

Com um início fraco na competição estadual, o atual campeão paraense só obteve a primeira vitória depois do retorno de Sodré, que havia desertado do clube no ano passado em plena disputa da Série D. Sem grandes investimentos em contratações, o clube dispensou ontem o atacante Aleilson, por baixo rendimento no Parazão.

Apesar do favoritismo do Coritiba, o Águia nutre esperanças de classificação. Fato reforçado pela informação de que o Coxa não terá sete atletas usados normalmente como titulares. Para repor as ausências, o técnico Guto Ferreira teve que relacionar jogadores que não vinham atuando.

Um deles é o atacante David da Hora. A situação forçou o treinador a lançar mão até do atacante Tiago Azaf, joia da base alviverde e artilheiro do time sub-17.

No meio-campo, o Coritiba terá algumas baixas importantes: os volantes Andrey e Fransérgio e o meia Vini Paulista, todos lesionados.

No gol, com a saída de Luan Polli, outro atleta da base foi acionado. O goleiro Guilherme Christino vai ocupar a vaga de terceiro goleiro, enquanto Gabriel Leite não é anunciado. O Coxa encaminhou a contratação do arqueiro de 36 anos nesta terça-feira (20).

Guto Ferreira aposta no regulamento, montando o time para arrancar um empate em Marabá. Conhece bem o estádio Zinho Oliveira, onde foi eliminado quando treinava o Goiás no ano passado.