Um lugar entre os grandes
A assinatura de contrato da diretoria do PSC com a Liga do Futebol Brasileiro (Libra) significou mais que uma simples formalização de parceria. É um passo importante na evolução do clube rumo a melhores acordos para verbas de transmissão e demais direitos. Significa que, a partir de agora, o Papão integra um grupo sólido de grandes clubes nacionais que se juntaram para atuar em bloco nas negociações com a CBF e patrocinadores.
Ainda não se vive um ambiente plenamente consolidado de ligas no Brasil, como já ocorre na maioria dos países europeus, mas este é o início de todo o processo. Ao PSC cabe, como recém-chegado à Série B, estreitar ligações com os clubes da chamada elite nacional, a fim de obter o máximo de lucratividade nas competições da CBF.
Como o objetivo maior é conseguir o acesso à Série A, a diretoria trabalha com rapidez para não deixar passar nenhuma oportunidade. Outros 17 clubes já integram a Libra, concentrando quase 70% da audiência de transmissão dos campeonatos nacionais de futebol.
Atlético-MG, ABC-RN, Bahia, Corinthians, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo e Vitória.
A partir do momento em que os acordos começarem a funcionar para valer, o PSC estará entre os beneficiados diretos da força de negociação e barganha que a Libra terá. Não é a solução para todos os problemas, mas logo poderá ser um meio de garantir mais lucro e autonomia aos grandes clubes, responsáveis pelas maiores arrecadações e audiências.
Ao mesmo tempo, o clube se cacifa como um legítimo aspirante a participar da elite nacional, sem se contentar em permanecer anos a fio na Série B. A ambição de seguir em frente, com uma equipe de fato competitiva, está diretamente associada à imagem que é transmitida aos demais clubes participantes da Libra.
Com vacilo dentro de casa, Fogão põe título em risco
A tradicional dificuldade de superar adversários teoricamente mais fracos que acomete clubes considerados favoritos vitimou o Botafogo ontem à noite, dentro do estádio Nilton Santos. Diante do Cuiabá, um emergente que luta para se manter na Série A, Tiquinho Soares e seus companheiros acabaram derrotados pelos próprios erros de finalização.
O gol solitário do jogo, nos primeiros minutos do 2º tempo, foi uma combinação de distração e falha individual. Luís Henrique, que fazia uma boa partida, resolveu dar um drible de letra no campo de ataque, perdeu a bola e no lance seguinte veio o lançamento perfeito para o atacante Pita.
O domínio foi amplo e avassalador. Ao todo, mais de 30 finalizações alvinegras contra o gol do Cuiabá, mas apenas três de fato foram perigosas.
Lucas Perri saiu do gol em desespero e chutou a bola contra o atacante, que avançou disputando a jogada com o lateral Di Placido até o fundo das redes. Com um pouco mais de calma, Perri poderia ter limpado o lance tranquilamente.
Acontece que há pelo menos três rodadas o Botafogo demonstra um nervosismo exagerado, que se reflete no desempenho em campo. Ontem, diante de um adversário fechado na defesa, Tiquinho Soares teve pouquíssimo espaço para jogar.
Quando isso ocorre, a receita é distribuir responsabilidade aos demais jogadores, mas estes também produziram abaixo do esperado. A exceção foi Junior Santos, insistente e driblador no primeiro tempo, mas sem força e inspiração no primeiro tempo.
A expectativa do título continua alta. O time tem seis pontos de vantagem (e um jogo a menos que os demais), mas a margem de gordura que havia está praticamente se esvaindo. A distância ainda é razoável e administrável. Resta saber se o time terá a fibra necessária para encarar os grandes desafios que se aproximam.
Contra Palmeiras, Vasco e Grêmio, o Botafogo define sua história neste campeonato. Serão três grandes clássicos. O lado positivo é que o líder costuma se sair melhor em jogos grandiosos. A conferir.
Deu Beatles na batalha roqueira do clássico espanhol
Jude Bellingham acabou com El Clásico. Foi o dono da partida com dois gols que garantiram a virada sobre o mandante Barcelona, sábado. Nas tribunas, duas majestades do rock, Mick Jagger e Ronnie Wood, celebraram o lançamento da parceria Stones-Barça. O time usou pela primeira vez na camisa a famosa logo da língua flamejante.
O Barcelona começou melhor, fez um gol logo de cara, com Gündogan, aproveitando que a defesa do Real bateu cabeça. Teve mais duas grandes chances com o português João Félix.
Aí veio o segundo tempo e Carlo Ancelotti mudou as pedras no tabuleiro. Botou Luka Modric e as coisas passaram a pender para o lado merengue. Como Vinícius e Rodrygo não conseguiram furar o bloqueio pelos lados, o gol veio pelo meio.
Bellingham acertou um foguete do meio da rua, surpreendendo Ter Stegen. Golaço. Quando o jogo parecia condenado ao empate, Carbajal cruzou na área, Modric desviou e Bellingham apareceu na pequena área para desviar em direção ao gol. Lance típico de centroavante letal.
Um monstro começa a se erguer no futebol europeu e mundial. Bellingham, 20 anos, veio do Borussia Dortmund para substituir Benzema, e está saindo melhor que a encomenda. Haaland, outro fenômeno da grande área, parece ter encontrado um rival à altura na temporada.
Na batalha imaginária entre Beatles e Stones, deu Fab Four pelos pés de (Hey) Jude Bellingham. Mas, independentemente de qualquer resultado, o rock venceria de qualquer maneira.