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Gerson Nogueira analisa o 'novo Remo': "A objetividade como arma"

Foto: Samara Miranda/Remo
Foto: Samara Miranda/Remo

A objetividade como arma

No começo, pareceu uma opção desastrada para um técnico jovem e vitorioso. Ricardo Catalá aceitou o convite do Remo arriscando-se ao assumir um time em queda livre, desacreditado e sem confiança. O que se viu a partir da quinta rodada do Brasileiro da Série C foi uma transformação, sem truques ou estratégias mirabolantes. A vacina encontrada pelo novo técnico foi o de fazer o time abraçar a objetividade como mantra.

O Remo passou a ser um time mais vigilante à marcação, rápido nas saídas da defesa para o ataque e insistente na busca pelo gol. Nem todos os defeitos herdados da era Marcelo Cabo foram corrigidos. Algumas peças ainda precisam se ajustar aos novos tempos, mas é indiscutível a evolução principalmente na capacidade de aproveitar as oportunidades criadas.

Com Ricardo Catalá, o Remo abandonou uma prática tão irritante quanto infrutífera: os passes laterais sem objetivo prático. Cabo, no começo de seu trabalho, também combatia esse aleijão. Com o tempo, porém, foi afrouxando as exigências e o time se entregou à preguiça.

A postura deste novo Leão, que vem de duas vitórias importantíssimas fora de casa (Aparecidense e Pouso Alegre) e está invicto há cinco rodadas, será colocada à prova amanhã  (16h30) contra o Figueirense, no estádio Jornalista Edgar Proença.

Com previsão de um público em torno de 40 mil pagantes, o Mangueirão vai repetir o espetáculo visto no jogo com o Corinthians pela Copa do Brasil, que registrou a melhor atuação do Remo na temporada.

Um desafio e tanto para o Leão de Catalá. Até pelo histórico de dificuldades que o time mostra nos jogos como mandante na Série C. Venceu apenas uma vez e sofreu duas derrotas e um empate.

A equipe não deve sofrer mudanças quanto ao modelo adotado, um 4-1-4-1 híbrido, que muda conforme as circunstâncias do jogo. Sem Fabinho, suspenso, o centroavante deve ser o novato Rafael Dias. Muriqui compõe a primeira linha de 4 com Pablo Roberto, Pedro Vítor e Rodriguinho.

No meio-de-campo, o recém-contratado Marcelo pode ganhar uma oportunidade também. A zaga, com Uchoa como primeiro volante, precisa se firmar. A atuação no último jogo foi sofrível. Diego Guerra errou lances primários e quase complicou a vitória azulina.

A necessidade de qualificar a meia cancha para conseguir propor o jogo talvez leve Catalá a lançar Marcelo. No duro confronto com o América, no Baenão, o Remo perdeu tempo e paciência tentando furar o bloqueio defensivo do adversário com jogadas previsíveis. O momento exige criatividade e capacidade de surpreender.

Os laterais funcionam até metade do jogo. Depois, Lucas Marques e Kevin são substituídos ou ganham reforço, com a entrada de Lucas Mendes e Leonan. Funcionou bem contra o Pouso Alegre, principalmente nas jogadas de contra-ataque.

Destempero à beira do campo precisa ser contido

Técnicos à beira de um ataque de nervos, prontos a esganar árbitros e auxiliares ou quem apareça pela frente, ameaçam dominar a pauta dos jogos da Série A. O líder absoluto nesse departamento é o palmeirense Abel Ferreira, cujo comportamento explosivo virou parte indissociável de seu perfil profissional. Não é o único, porém.

No jogo entre Fluminense e Atlético-MG, anteontem, o técnico Fernando Diniz ressuscitou um antigo e deplorável hábito, o de partir com agressividade para cima da arbitragem sob o pretexto de defender seus argumentos. Não tem cabimento protestar contra eventuais erros dos juízes incorrendo em deslizes até mais graves.

Por quase cinco minutos, Diniz ficou xingando e gritando com um dos auxiliares da arbitragem, sem motivo que justificasse tamanha fúria. Em outros momentos da carreira, Diniz foi acusado por atletas de ter atitudes excessivamente agressivas durante treinos e jogos.

O futebol é terreno fértil para discussões e brigas, em função dos muitos interesses envolvidos, mas nada pode justificar – e normalizar – atitudes que tornem os jogos ainda mais tensionados. A timidez nas punições só tem estimulado o aumento das cenas de destempero.

Técnicos de duas grandes equipes do futebol brasileiro, sem motivos de queixas por erros de arbitragem, Abel e Diniz não têm o direito de bagunçar a competição. No episódio de Volta Redonda, Diniz pelo menos foi expulso de campo.

O fato é que técnicos devem ser protagonistas unicamente pelo trabalho à frente dos times, não por gritar e afrontar a arbitragem.

Cametá é sede de mais uma edição dos Jogos Abertos

Nove delegações, com 1.300 atletas, desfilaram na quarta-feira (21) no ato de abertura dos XII Jogos Abertos do Pará (Joapa), regional Baixo Tocantins, na cidade de Cametá. As equipes fizeram juramento e acenderam a chama da pira olímpica. A competição é promovida pela Secretaria de Esporte e Lazer (Seel).

Na etapa atual, disputam as seis modalidades atletas dos municípios de Abaetetuba, Acará, Barcarena, Igarapé-Miri, Tailândia, Moju, Tucuruí, Limoeiro do Ajuru e Cametá. Os esportistas vitoriosos se classificam à etapa final dos Jogos, que será realizada em Belém.

Em três dias de disputas, os jogos de futsal irão ocorrer no ginásio poliesportivo São João Batista. O ginásio do IFPA sediará as partidas de voleibol e tênis de mesa. A quadra da Matinha e o campo da Arimatéia serão os locais das partidas de futebol de areia. Na quadra da Secretaria de Educação será disputado o torneio de basquete.