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Gerson Nogueira analisa novo quinteto do Remo

Recentemente, o técnico deixou o time dos desempregados e acertou com o São Bernardo (SP), time que por enquanto está na vice-liderança da Série C. Foto: Samara Miranda/Remo
Recentemente, o técnico deixou o time dos desempregados e acertou com o São Bernardo (SP), time que por enquanto está na vice-liderança da Série C. Foto: Samara Miranda/Remo

Tudo começa no meio-campo

Todo time precisa de um meio-campo organizado, criativo e firme na marcação. Está nos manuais, desde que os ingleses assumiram a paternidade do esporte. Com o Remo não é diferente. O time andou se atrapalhando em várias partidas da Série C, principalmente logo no começo, devido à indefinição entre cuidar do setor defensivo e investir na criatividade. Tinha bons jogadores, mas não se encontrou como time.

Por um desses acasos que o futebol proporciona de vez em quando, eis que na reta final da fase de classificação o técnico Ricardo Catalá encontrou uma formação razoavelmente interessante, com Anderson Uchoa, Claudinei, Richard Franco, Paulinho Curuá e Rodriguinho.

De vez em quando, troca uma das peças, mas no geral esses jogadores têm segurado a peteca na meia-cancha. Nada excepcional ou brilhante, mas com uma regularidade que tem sido suficiente para garantir ao time um processo de saída de bola mais eficiente.

Claudinei, em particular, tem sido um jogador fundamental, pois, além do trabalho de proteção à zaga, aventura-se em saídas rumo ao ataque. Foi desse modo que marcou o primeiro gol azulino diante do Ypiranga, há duas rodadas, aparecendo como elemento surpresa dentro da área.

Quando o ataque não funciona, por alguma razão específica, é importante que os homens de meio se aproximem. Claudinei, que começou hesitante e abusando da lentidão, evoluiu muito à medida que ganhou melhor condicionamento.

Ao lado de Anderson Uchoa, forma uma dupla de qualidade. Sem Uchoa, como vai ocorrer no jogo de domingo contra o Manaus, ele deve ter a companhia de Paulinho Curuá, de características diferentes, mas de rendimento também satisfatório.

Desde o confronto com o Volta Redonda, na 16ª rodada, um trio diferente passou a ser utilizado por Catalá; Claudinei, Curuá e Richard Franco. O paraguaio entra com funções mais avançadas, quase como um meia de ligação. Claudinei, porém, também pode se revezar nessa tarefa.

Deu certo contra o time carioca e pode encaixar de novo contra os amazonenses, em jogo que deve ter um volume maior de pressão sobre o setor defensivo remista, em função da situação de desespero do Manaus.

 

Com raça e cabeceios, Olímpia despacha o Flamengo

Com três gols de cabeça, o Olímpia paraguaio derrubou o favoritíssimo Flamengo ontem à noite no icônico Defensores Del Chaco, em Assunção. Foram lances telegrafados e previsíveis, mas a defensiva zaga rubro-negra patinou e permitiu cabeceios tranquilos, sem marcação. Saiu na frente, com um bonito gol de Bruno Henrique, mas se acomodou e permitiu o crescimento do adversário.

Mesmo com a boa vantagem (2 a 0) no agregado, o Flamengo parecia intranquilo, com jogadores muito nervosos. Gabriel Barbosa é normalmente assim, passa os jogos questionando arbitragem. Ontem, a tática não funcionou. O árbitro ignorou o chororô e o jogo foi disputado à moda da Libertadores, com bicudas e pescotapas.

Com raça e determinação, o time treinado por Arce foi ocupando espaços e usou as únicas armas que tinha: os cruzamentos altos na área. Foi assim que fez o primeiro gol minutos depois do gol de Bruno Henrique.

A partir daí, o Fla desceu ladeira abaixo. Ficou sem o técnico Jorge Sampaoli, expulso após um festival de reclamações e impropérios, e sofreu com as más performances de Arrascaeta, Gerson e Everton Ribeiro. A zaga tremia feito vara verde a cada bola cruzada pelo Olímpia. Foi assim que surgiram os dois gols paraguaios no 2º tempo, fechando a contagem.

Os narradores, naquele desespero doentio para afagar a maior torcida do país, insistiam ao final da partida em dizer que o resultado era uma zebra. Bobagem. O Olímpia, três vezes campeão do continente, é um dos times mais tradicionais da Libertadores. Não custa respeitar.

Foi a pior participação do Flamengo na Libertadores desde 2018, quando foi eliminado pelo Cruzeiro. Um ano depois, com Jorge Jesus à frente, emergiria para a conquista da América e o vice mundial. A lembrança dessa coincidência deve servir de consolo para os rubro-negros.

 

Neymar: de aspirante a melhor do mundo a astro descartável

Um cenário absolutamente novo na carreira de Neymar começa a se desenhar no PSG, depois da chegada do técnico Luis Enrique. As informações de bastidores indicam que o espanhol não quer o brasileiro no elenco, pois tem planos de remodelar completamente o time para o certame francês e a Liga dos Campeões.

Neymar e seus assessores não confirmam a saída e o jogador segue treinando normalmente, mas a imprensa francesa garante que, além de Mbappé, que ainda não renovou contrato, o clube deve ficar sem outros cinco jogadores. Uma verdadeira limpeza.

Incomodado com a condição de possível dispensado, Neymar se apressou em informar que pediu para ser transferido. Nesse sentido, o problema fica ainda mais sério, pois nenhum dos grandes clubes europeus se mostrou disposto a negociar sua contratação.

A fama de pouco comprometimento e de prioridade a projetos pessoais corre o mundo. Por isso, de candidato a melhor do mundo há seis anos, Neymar hoje é um craque em disponibilidade. Curiosamente, aos 31 anos, é um astro que ninguém quer.

O jornal L’Equipe chegou a noticiar que Neymar estaria disposto a voltar ao Barcelona. Ocorre que sua contratação abre uma discórdia no clube catalão entre os jogadores e junto ao próprio técnico Xavi, que já comentou que o brasileiro não se encaixa em seu sistema de jogo.

A hipótese de regresso do brasileiro foi posta na mesa da diretoria, mas não prosperou – e não apenas pelas complicações de natureza econômica.