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Gerson Nogueira analisa as dúvidas ofensivas do Paysandu

Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu
Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu

Sobre as dúvidas ofensivas  

O PSC e o Botafogo-PB têm a oportunidade, neste domingo, no Mangueirão, de desempatar um duelo particular. Em 15 jogos, foram cinco empates e cinco vitórias para cada lado. É uma estatística que serve de cenário para as dificuldades previstas para um jogo já naturalmente equilibrado na briga pelo acesso à Série B.

Para tirar a limpo essa rivalidade, o Papão precisa melhorar sua produção ofensiva. Nos dois primeiros jogos do quadrangular, o ataque só marcou duas vezes. A batalha pelo acesso exige mais volúpia ofensiva.

E é aí que reside o maior desafio no caminho de Hélio dos Anjos. Sim, a defesa e o meio-de-campo estão em evolução. Em Manaus, depois de seis partidas, o Papão saiu de campo sem sofrer gols. A meia-cancha também mostrou sinais positivos, com a entrada em cena de Alencar.

Dureza mesmo é calibrar o setor ofensivo. O ataque mais utilizado desde que Hélio assumiu o comando técnico foi Nicolas Careca-Mário Sérgio-Vinícius Leite. Careca mostrou utilidade como atacante de referência e pivô, facilitando a exploração do jogo aéreo e liberando espaço para Mário.

Ausente do confronto com o Amazonas, Careca tem lugar garantido ao lado de Mário Sérgio na formação que começa a partida com o Botafogo, domingo. Vinícius Leite, de comportamento mais discreto nas últimas partidas, é o mais ameaçado neste momento.

A característica de recomposição e a capacidade de atuar mais recuado podem deixar Vinícius no time. Ocorre que Hélio tem várias outras alternativas, caso pense em sufocar o Belo desde o começo. Mirandinha, que ainda não engrenou, tem possibilidades. Ronaldo Mendes, que começou em Manaus, também pode ser lembrado.

Outras alternativas menos cotadas ficam por conta de Bruno Alves, que não tem sido muito utilizado por Hélio, o serelepe Juninho e Gustavo Custódio, um atacante esquecido nas partidas mais recentes.

De ressaca do Mangueirão, Brasil pena para vencer o Peru

Poucas vezes na história recente da Seleção Brasileira jogadores experientes e de alto nível erraram tantos passes em 90 minutos. Contra o Peru, na terça-feira à noite, o Brasil esteve irreconhecível e a baixa produção ofensiva passou pelo excesso de erros, com destaque para o volante Casemiro e o atacante Neymar.

E não foram erros cometidos em lances forçados, sempre de difícil execução. Não, foram passes curtos, com jogadores próximos. Do lado de fora, o técnico Fernando Diniz demonstrava irritação crescente com tantos atropelos no desenvolvimento de jogo da Seleção.

No primeiro tempo, um jogo surpreendente duro para o Brasil, que ficou nos primeiros minutos tentando se livrar da marcação adiantada aplicada pelos peruanos. Ainda assim, em lances rápidos, Raphinha e Richarlison botaram a bola no barbante, mas o VAR anulou os gols.

O 2º tempo trouxe um Brasil ainda mais dispersivo, sem criatividade e com imensos buracos entre defesa e meio-campo. Após apenas dois bons chutes a gol, a partida parecia se encaminhar para um placar chocho.

Aí Neymar cobrou um escanteio e Marquinhos desviou de cabeça, vencendo o goleiro peruano, aos 44 minutos. Um gol que literalmente caiu do céu, tirando o empate da pauta. Um resultado frustrante, embora o Brasil tivesse tido mais posse de bola e iniciativas de ataque.

Fiquei com a clara impressão de que a Seleção estava de ressaca das manifestações de carinho recebidas em Belém. Sem o calor da torcida paraense, o time sentiu o baque e não foi tão efetivo como se esperava.

Campanha garante salto do Fogão no ranking de clubes

A liderança isolada do Campeonato Brasileiro, dono de uma campanha inédita até aqui, garante ao Botafogo um salto gigantesco no ranking mundial de clubes organizado pela IFFHS (Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol). Pulou nada menos que 85 posições em relação à lista anterior, divulgada em junho.

O Fogão aparece como o quinto melhor brasileiro classificado no ranking, atrás de Flamengo (3º), Palmeiras (9º), São Paulo (13º) e Fortaleza (17º). A IFFHS considera os resultados dos últimos 365 dias nas competições nacionais e internacionais.

Com 10 pontos de vantagem sobre o 2º colocado no Brasileiro, o Botafogo conseguiu esse avanço no ranking com 190 pontos somados até aqui, posicionando-se em 20º lugar, bem próximo da Roma (190,5), a 19ª.

O Botafogo também é, de longe, o clube da Eagle Football – holding do milionário John Textor – mais bem posicionado. O Lyon é apenas o 175º colocado, com 88 pontos, enquanto o Crystal Palace é o 236º, com 74. O RWD Molenbeek nem aparece na lista.

Os 10 primeiros do Ranking da IFFHS são: 1) Manchester City – 312 pontos; 2) Real Madrid – 301; 3) Flamengo – 268; 4) Inter de Milão – 249; 5) Porto – 239; 6) Al Ahly (EGI) – 236,5; 7) Manchester United – 230; 8) Napoli – 225; 9) Benfica – 221; e 10) Palmeiras – 221.

Furacão desfalcado deita e rola em cima do Fla

Depois de ver o Atlético-PR passear diante do Flamengo, metendo 3 a 0 e perdendo uma carrada de gols, ontem à noite, em Cariacica (ES), a pergunta óbvia é: como o Botafogo conseguiu perder para o time de Jorge Sampaoli dentro do ‘tapetinho’ do estádio Nilton Santos?

Só os caprichos do futebol explicam situações desse tipo. Cabe lembrar, ainda, que o Furacão estava desfalcado de seis jogadores titulares, entre os quais Fernandinho e Vítor Roque. Mesmo assim, botou o Fla na roda.