Flamengo faz o 'jogo do ano' contra o Peñarol no Uruguai

Por mais que ainda restem três meses até que a temporada brasileira termine oficialmente, é bem plausível afirmar que, na expressão do poker, o Flamengo vai para o seu “all-in” na temporada às 19h desta quinta-feira, contra o Peñarol, em Montevidéu.

Na quarta colocação no Brasileirão e a 11 pontos do líder Botafogo, o rubro-negro optou por mandar escalação 100% reserva na última rodada, contra o Grêmio, e deixar os principais jogadores no Rio, se preparando para a partida de amanhã. Além disso, o técnico Tite, que ao longo de quase toda a carreira adotou postura mais comedida e cuidadosa com as palavras, afirmou, logo após a derrota por 1 a 0 para os uruguaios no jogo de ida, que o rubro-negro marcaria ao menos um gol mesmo se tivesse “metade das oportunidades que criou” no Maracanã.

– Pode me cobrar -, cravou o experiente treinador de 63 anos.

A fala potente do comandante do Flamengo e o ar de decisão para o confronto contra o Peñarol – uma vitória rubro-negra por dois gols ou mais de diferença dá a vaga na semifinal ao time carioca, já por um gol leva a disputa para os pênaltis – se justificam pela temporada repleta de altos e baixos da equipe até o momento, e a pressão da torcida, que não se mostra satisfeita só com a ida à semifinal da Copa do Brasil.

Não à toa, Tite, xingado na partida da semana passada, deve fazer uma alteração no time que tem sido cobrada pelos torcedores. Pulgar, que falhou diretamente no gol do Peñarol, sairá do time para a entrada de Léo Ortiz no meio-campo. Além disso, Gabigol, que não tem recebido oportunidades com o treinador, voltou a ser relacionado após duas partidas fora e deve receber boa minutagem, mesmo vindo do banco de reservas.

Com todo esse cenário, há duas formas bem objetivas de analisar os possíveis resultados para a partida de amanhã. Se o Flamengo for eliminado, a crise e a pressão em cima de Tite se instalará de vez. Mas se o rubro-negro avançar, a conquista da vaga na semifinal terá traços históricos e poderá dar uma “nova vida” ao trabalho do treinador e sua comissão. Até porque a última vez que o Flamengo venceu um jogo fora de casa na Libertadores foi em 2022, há oito jogos. Já em partidas no Uruguai, o jejum é de 29 anos, desde 1995.