A rotina do dia a dia na sede do Paysandu promete ser significativamente alterada na próxima terça-feira, dia 5, em virtude da realização da eleição que determinará o presidente do clube para o biênio 2025/26. Dessa forma, seguindo a tradição eleitoral da agremiação, é esperado que, muito antes do início da votação—agendado para 16h e com término às 21h—um grande número de pessoas se reúna no local.
Os eleitores poderão votar em Roger Aguilera, da situação, ou Felipe Fernandes, da oposição, juntamente com seus respectivos vices nas chapas denominadas “Raul Aguilera”, de número 70, e “Payxão e Mudança”, de número 25.
O colégio eleitoral, por sua vez, conta com 1.571 associados, os quais estão distribuídos entre remidos e proprietários, todos em dia com suas mensalidades. Nesse contexto, além do novo presidente que sucederá Maurício Ettinger—atualmente em seu segundo mandato à frente da agremiação—também serão eleitos os vices-presidentes de operação e gestão. Ademais, os eleitores terão a responsabilidade de escolher 25 conselheiros efetivos e 25 suplentes, que farão parte do Conselho Deliberativo, o qual terá um mandato de dois anos. Além disso, haverá a eleição de cinco integrantes do Conselho Fiscal.
Dessa maneira, pela ordem, os eleitores escolherão primeiramente o presidente, depois os três candidatos ao Conselho Fiscal e, por fim, os 25 conselheiros e seus respectivos suplentes. A votação será realizada em urnas eletrônicas, que são cedidas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE/PA). Essa escolha visa, portanto, garantir segurança, credibilidade e agilidade ao pleito. Assim que a votação for encerrada, a contagem dos votos terá início e, dentro de, no máximo, 30 minutos—segundo a previsão do presidente da Assembleia Geral, advogado Bernardo Almeida—os eleitos serão conhecidos.
QUEM É QUEM?
Chapa: “Payxão e Mudança”
- Número: 25
- Posição: Oposição
- Candidato (Presidente): Luiz Felipe Fernandes
- Data de Nascimento: 11/10/1959 (65 anos)
- Local de Nascimento: Belém (PA)
- Tempo de Sócio: 46 anos
- Atividade Profissional: Empresário (Construção Civil)
- Vices: Coronel Bastos e José Prado
Chapa: “Raul Aguilera”
- Número: 70
- Posição: Situação
- Candidato (Presidente): Roger Alberto Mendes Aguilera
- Data de Nascimento: 17/05/1981 (43 anos)
- Local de Nascimento: Belém (PA)
- Tempo de Sócio: Não lembra
- Atividade Profissional: Empresário (Comércio Varejista)
- Vices: Diego Moura e Márcio Tuma
Uma candidatura em nome da continuidade
Atualmente, o vice-presidente de operações do clube e presente na gestão desde o primeiro dos dois mandatos do presidente Maurício Ettinger, o empresário Roger Aguilera, candidato da situação à presidência bicolor, decidiu, por sua vez, adotar o silêncio às vésperas do pleito. Quando foi procurado pela reportagem do DIÁRIO, durante a inauguração do segundo campo do CT do clube na última sexta-feira, ele informou que, até o anúncio do nome do novo presidente, não se pronunciará. “Pode perguntar sobre outros temas, mas sobre eleição não falo neste momento”, avisou.
Enquanto Aguilera optou por manter-se em silêncio, o presidente Ettinger, que atua como cabo eleitoral de seu possível sucessor, falou sobre o significado da candidatura de seu atual vice. “É a continuidade de um trabalho que a gente vem fazendo e que vem dando certo”, declarou. “Nos últimos quatro anos, o Roger esteve bem próximo da diretoria, tendo atuado nos dois últimos anos como vice-presidente e tocado todo o futebol. Portanto, acho que, se eleito, ele terá um futuro brilhante pela frente na direção do clube”, comentou o presidente.
Embora evite a imprensa quando o assunto é eleição, o candidato da situação demonstra um “apetite” bem diferente na busca por votos dos eleitores. Durante a inauguração da obra no CT bicolor, que leva o nome de seu avô, o saudoso Raul Aguilera, o candidato foi observado pela reportagem enquanto abraçava supostos eleitores. Além disso, ele não hesitou em dar o conhecido “tapinha nas costas” daqueles que acredita que farão a escolha por seu nome na hora de apertar as teclas da urna eletrônica na terça-feira.
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Entre as suas principais propostas estão as ampliações do estádio da Curuzu e do Centro de Treinamento do clube. Veja mais sobre a chapa aqui.
Promessa é de reformulação total
O não cumprimento de uma promessa por parte de seus antigos companheiros de diretoria levou o empresário Felipe Fernandes, de 65 anos, a se lançar como candidato de oposição ao pleito que elegerá na próxima terça-feira o sucessor do presidente Maurício Ettinger, de quem Fernandes foi um dos vices. A revelação, sem rodeios, foi feita ao DIÁRIO pelo próprio postulante ao comando do Papão para o biênio 2025/2026.
“O que me levou a romper com o grupo que está aí no comando do Paysandu foi a falta de palavra”, disparou Fernandes. “O compromisso que eles firmaram comigo, quando aceitei ser vice-presidente, era de que o próximo candidato à presidência seria eu. Eu acredito na palavra do homem e isso não foi feito. Desliguei-me do grupo e saí para ser candidato”, explicou o candidato, assegurando, em seguida, não fazer mais parte do atual grupo que há anos dirige a agremiação.
“Não faço mais parte desse grupo, mas sou Paysandu acima de tudo. Tanto faz estar no poder a ou b, sempre ajudei, sempre colaborei com o clube”, comentou. Fernandes assegura não guardar mágoa de seus antigos companheiros de diretoria, mas, segundo ele, “existem, lógico, algumas pessoas que eu evito e vida que segue”. Vencendo a eleição, o candidato promete uma reformulação total no futebol do clube. “Precisa mudar tudo. Do jeito que está, o Paysandu não vai a lugar nenhum”, criticou.
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As principais propostas para o futebol profissional são a criação de um comitê gestor de futebol, a valorização de jogadores da terra e formação de executivos de futebol com identidade com o clube no profissional e na base. Veja mais sobre a chapa aqui.