As filmagens de Coligay começaram oficialmente em Porto Alegre, marcando o início de uma das produções mais simbólicas já feitas sobre o futebol brasileiro. Dirigida por Paulo Machline e estrelada por Irandhir Santos, a obra retrata a trajetória da primeira torcida 100% gay do Brasil, criada por torcedores do Grêmio durante a ditadura militar. Em uma época de repressão, o grupo liderado por Ramon, personagem inspirado em uma figura real, ousou ocupar as arquibancadas com bandeiras, cor, humor e coragem. O projeto é uma coprodução entre Ventre Studio, Casa de Cinema de Porto Alegre, Canal Brasil e +Galeria, e resultará em uma série de quatro episódios e um longa-metragem.
Com roteiro de Patricia Corso, Raul Perez, Fernando Américo e Luiz Filipe Noé, Coligay mescla drama e comédia para revisitar um episódio que marcou a luta por representatividade no esporte. A narrativa mostra como Ramon e seus amigos transformaram o medo em celebração, desafiando o preconceito que dominava as arquibancadas e o país. O elenco reúne nomes como Zé Adão Barbosa, Vini Meneguzzi, Julia Soares, Bruno Fernandes e Duda Cardoso, com fotografia de Livia Pasqual e figurino assinado por Cacá Velasco. “É uma história sobre coragem e pertencimento, que mostra o quanto o futebol pode ser também um espaço de inclusão e liberdade”, define a produção.
Um grito de amor travestido de Gol
Ainda sem data de estreia, Coligay chega como uma homenagem ao espírito revolucionário de quem ousou torcer diferente e mudou a história. Mais que uma série sobre futebol, a obra celebra a diversidade e a força simbólica das arquibancadas. Nas palavras da equipe, trata-se de “um grito de amor travestido de gol”, um tributo àqueles que, mesmo em tempos de censura, mostraram que paixão por um clube e orgulho de ser quem se é podem caminhar lado a lado.