A sequência ingrata do Paysandu na Série B do Campeonato Brasileiro, que no último final de semana (1) chegou ao oitavo jogo seguido sem vitória, conta com cenários internos de descontentamento no meio do plantel.
A teoria ficou evidente com a reação fechada de um dos xodós da torcida, no caso o atacante venezuelano Esli García, autor do tento que permitiu ao Bicolor sair do Serrinha com o empate em 1 a 1 com o Goiás-GO, pela 24ª rodada da competição.
O jogador tornou a repetir a sua principal característica no gramado em lance de objetividade, em domínio e finalização rápida. A plasticidade no gol, contudo, foi secundária. A reação do jogador de poucos amigos ao ‘encarar’ o banco de reservas em uma espécie de repúdio pela não titularidade, especialmente com a preferência de companheiros recém-chegados, ficou cristalina com a não comemoração da lona.
O caso não passou batido com a Fiel abraçando a causa do ponta nas redes sociais, entendendo que a falta de melhores resultados positivos se dá também pela teimosia de Hélio dos Anjos, sendo uma delas preterindo a presença do estrangeiro. Em análise fria, o retrospecto de García defende a tese.
Na temporada, o atleta de 24 anos já marcou 10 gols, sendo vice-artilheiro do clube atrás somente de Nicolas, que possui 20. O jogador atuou somente em um único jogo em 2024 oficial do início ao fim do cronômetro, que foi pela 11ª rodada da Segundona, em empate em 1 a 1 diante do CRB-AL, na capital paraense. Na realidade, Esli ficou até mesmo sem ser relacionado, no primeiro compromisso do returno do Brasileiro.
Embora mordido, Esli García foi sereno em suas palavras pós-jogo. “A verdade é que tem sido momentos difíceis para mim. Graças a Deus pude marcar outro gol e ajudar o time. Estou muito feliz com o gol e tenho que continuar trabalhando. Como sempre digo, trabalhar dia a dia, superar e melhorar. E, na verdade, estou muito feliz por marcar um gol aqui neste estádio. É muito bonito tudo aqui. Feliz pelo gol, é seguir trabalhando”, disse.
‘JOGADOR DE LANCE ISOLADO’
Ciente da repercussão, o treinador Hélio dos Anjos não se escondeu e tratou ela de maneira bem clara sobre a ausência de uma continuidade do jogador, do começo ao fim. “Eu sou muito sincero. Se ele iniciasse, ele não teria sustentação. Eu trabalho com o jogador todo dia. É um jogador de lance isolado. Ele marca. A posição que nós usamos na equipe, eu preciso de mais jogador tático, pela qualidade dos adversários. O Juninho fez o meia por fora hoje, enquanto aguentou fez a sustentação. Eu não vejo essa sustentação no Esli desde o primeiro tempo. A gente sabe o processo que ele enfrenta”, destaca.
Número do jogador
36 jogos / 10 gols / 1 assistência
Vice-artilheiro do time