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Emoções compensam falta de gols no Re-Pa, analisa Gerson Nogueira

 Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.
Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.

Emoções compensam falta de gols

O empate sem gols no Re-Pa de quarta-feira deixou um quê de frustração na torcida. Quase 33 mil espectadores no Mangueirão ficaram com o grito de gol preso na garganta. No 1º tempo, os azulinos quase desfrutaram desse prazer. Quatro chances claras, três delas desperdiçadas por Ribamar. Na etapa final, a sensação esteve mais ao lado dos bicolores.

Ao contrário do que era mais ou menos consenso sobre o jogo, Remo e PSC se lançaram à partida com volúpia, buscando o gol. Como a desmentir uma tendência de suas últimas partidas, os azulinos fizeram um 1º tempo de almanaque, com desempenho quase impecável.

A defesa atuou com firmeza, não dando oportunidades ao ataque alviceleste. O meio-de-campo, pela primeira vez formado pelo trio Paulinho Curuá-Jaderson-Pavani, adotou postura dinâmica, marcando forte e impondo velocidade às ações ofensivas.

Logo nos primeiros minutos, a situação parecia mais favorável para o Papão, que botou pressão e rondou a área azulina. Mas, aos 7 minutos, Jaderson avançou velozmente e lançou Kelvin na esquerda. O disparo assustou o goleiro Diogo Silva, passando perto do travessão.

Depois dos 10 minutos, com bolas esticadas para os atacantes, principalmente Ribamar e Kelvin, o Leão inverteu completamente as perspectivas. Edinho, melhor do PSC no período, cobrou falta rasante, para uma defesa arrojada de Marcelo Rangel.

Logo, porém, o Remo retomou as rédeas. Aquele time sempre hesitante ao longo da etapa inicial das partidas deu lugar a uma equipe resoluta, confiante. Parece que não haveria amanhã. Meio e ataque estavam calibrados para buscar o gol.

Em seguida, Kelvin entrou pela direita e bateu à meia altura para uma grande defesa de Diogo Silva. Na sequência, Edinho bateu escanteio e Wanderson cabeceou bola traiçoeira rente ao travessão. Marcelo Rangel espalmou com a ponta dos dedos.

Aos 20’, bola enfiada por Vidal apanhou a zaga do PSC adiantada e Ribamar em deslocamento para a esquerda. O centroavante dominou e chutou rasteiro, à esquerda da trave. Primeira chance desperdiçada.

Não dava tempo para respirar. Aos 24’, Jaderson limpou jogada na intermediária e fez um lançamento caprichado para Pavani, que avançou e tocou para Ribamar. Ele caiu de novo para a esquerda e, livre de marcação, mandou um chute no travessão. Segunda chance perdida.

Aos 27’, Pavani descolou uma inversão de bola para Ribamar. Ele chegou à frente de Gabriel Bispo, avançou até a área, mas perdeu o controle e a bola ficou nas mãos do goleiro. Só dava Remo.

De repente, o Papão acordou. Um cruzamento da direita foi escorado por Edinho e defendido por Marcelo Rangel. João Vieira pegou o rebote, mas finalizou à direita. O lance foi invalidado por impedimento.

O Remo voltou a pressionar depois de um passe em profundidade de Pavani para Ribamar. O atacante chegou, como sempre, na frente dos zagueiros e chutou forte, mas Wanderson conseguiu desviar a tempo.

Ainda houve tempo para um arremate de Raimar, bem defendido por Diogo Silva. O primeiro tempo terminou com a sensação de que os azulinos tinham conquistado o controle do clássico. O problema é que as chances criadas não têm repeteco.

Veio o 2º tempo e as coisas mudaram de lado. Logo de cara, o Remo perdeu seu jogador mais estratégico, Jaderson. O PSC já tinha Robinho no lugar de Biel. A troca de passes ficou mais afiada e Nicolas passou a dispor de espaço para manobrar na área azulina.

Aos 10 minutos, Nicolas disputou com Ícaro e a bola sobrou para Robinho bater rasteiro, à direita do gol. Faltou pouco. No instante seguinte, Bryan cruzou na medida para Nicolas cabecear no ângulo da trave azulina. Marcelo Rangel defendeu com a mão direita e evitou o gol.

Com o Papão predominante, o Remo só chegava de vez em quando, como num chute de Renato Alves aos 30’ e um tiro alto de Sillas, aos 33’. O jogo terminou assim, lá e cá, indefinição permanente quanto ao placar, mas sem lances agudos nos instantes finais.

Para um jogo que acabou em 0 a 0, o relato dos lances mostra que houve embate, luta e aplicação, fazendo com que as emoções aflorassem o tempo todo, como bem manda a tradição do clássico.

Expectativas de evolução para o 2º clássico

Para domingo, quando começa a série decisiva do Parazão, as expectativas aumentam. Podemos ter um jogo ainda mais brigado e tático, visto que os técnicos irão aproveitar o que foi visto na quarta-feira para corrigir seus sistemas e buscar formas de explorar as deficiências do adversário.

Sem Jaderson, lesionado, o Remo tende a enfrentar mais dificuldades para reeditar a boa atuação. O PSC terá o retorno de Jean Dias e Leandro Vilela, titulares que não atuaram. São detalhes que podem fazer muita diferença.

Leão lança camisa especial alusiva ao TEA

O Remo teve uma iniciativa interessante para saudar o mês de celebração de conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA): lançou uma camisa especial em alusão ao Dia Mundial do Autismo, comemorado na terça-feira, 2.

A camisa, em parceria com a fornecedora Volt, traz a cor azul marinho, mas tem detalhes de peças de quebra-cabeças coloridos, símbolo universal do TEA. A camisa tem um coração em relevo atrás do escudo, além do selo da campanha na parte de trás da camisa, com a frase “Jogamos pelo autismo. Hoje e sempre”.

“É preciso conscientizar a população sobre os desafios e a realidade de uma pessoa dentro do espectro autista, e o futebol é um grande meio para que possamos transmitir esse discurso”, disse o diretor de marketing do Remo, Bruno Carmona.

A comercialização da camisa ocorre nas lojas do clube ao preço de R$ 199,99. Parte do valor arrecadado com as vendas será destinado a instituições que apoiam a causa.

O objetivo é contribuir para a conscientização da população (e da torcida azulina) sobre o autismo e as necessidades e direitos de pessoas que fazem parte desse espectro. Agora fica com a torcida a missão de comprar o uniforme e abraçar a importante causa.