Nesta segunda-feira (19), Sócrates celebraria 70 anos de uma vida repleta de histórias com grandes clubes do Brasil e com a Seleção Brasileira. O meio-campista é um dos grandes ídolos do Corinthians e defendeu a Seleção Brasileira nas Copas do Mundo de 1982 e 1986. Com a Seleção Brasileira, foram 63 jogos e 25 gols.
Com mais de 1,90m, ele compensava a falta de velocidade com uma incrível inteligência e visão de jogo. Sua marca característica era o toque de calcanhar, que ludibriava os defensores e permitia o avanço do ataque. A jogada arrancou elogios do Rei do Futebol, Pelé, que disse que Sócrates “joga melhor de costas do que a maioria de frente”.
Nascido em Belém (PA), ele foi criado em Ribeirão Preto (SP) e iniciou sua carreira no clube da cidade: o Botafogo de Ribeirão Preto. A partir de 1974, integrou a equipe profissional do time e foi um dos protagonistas do título do primeiro turno do Campeonato Paulista de 1977. Resultado importante para um time de menor expressão. Em meio a seu sucesso dentro dos gramados, Sócrates se formou em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP) e foi apelidado de Doutor.
Em 1978, sua transferência para o Corinthians deu início a uma história de sucesso com a camisa alvinegra. Ele se tornou nome marcante da história do Timão e conquistou os Campeonatos Paulistas de 1979, 1982 e 1983. Dentro de campo, o protagonismo pela equipe rendeu ao jogador as primeiras convocações para a Amarelinha. Fora de campo, Sócrates se notabilizou por sua lutas sociais.
Sócrates liderou o movimento chamado “Democracia Corintiana”, ao lado de Casagrande e Wladimir, que implementou medidas democráticas para tomadas de decisão no ambiente interno do Corinthians, além de apoiar o movimento Diretas Já, que defendia a redemocratização do Brasil nos anos 80.
Na Copa de 1982, na Espanha, recebeu a faixa de capitão para ser o líder da Seleção Brasileira, com um time recheado de craques cujo futebol encantou o mundo. O legado da equipe formada por Sócrates, Falcão, Zico, Leandro, Júnior, entre outros, permanece intacto no imaginário dos apaixonados pelo futebol bem jogado.
A Fiorentina (ITA) foi o destino do meio-campista em 1984. Com uma passagem discreta no futebol italiano, retornou ao Brasil em 1986 para atuar pelo Flamengo. Vestindo o uniforme rubro-negro, foi chamado para o Mundial de 1986, no México. No ano seguinte, Sócrates decidiu encerrar sua carreira, mas voltou aos gramados em 1988 para o Santos, onde permaneceu até 1989, quando se aposentou pelo Botafogo de Ribeirão Preto.
Em 2022, a revista francesa France Football, responsável pela organização da Bola de Ouro, criou o Prêmio Socrates, que homenageia o atleta envolvido em causas sociais. Sadio Mané, de Senegal, foi o vencedor em 2022. No ano passado, Vinicius Júnior foi o vencedor pelo seu trabalho no Instituto Vini Jr.
Sócrates nos deixou em 4 de dezembro de 2011, vítima das consequências de um choque séptico, em São Paulo.
Fonte: CBF