Nesta temporada, o Paysandu repatriou um dos grandes nomes do futebol da agremiação em tempos recentes para ajudar nas competições do ano, especialmente no Campeonato Brasileiro da Série B deste ano. O atacante Nicolas voltou para a alegria da Fiel, que tem o seu artilheiro de volta para a Curuzu, com o faro de gol ainda apurado e com um adicional: veio acompanhado de um novo perfil de liderança dentro e fora do gramado.
Artilheiro da equipe no ano com dois gols, responsáveis diretos pelas duas vitórias do time bicolor no Campeonato Paraense, no meio desta semana (24), o atleta chamou atenção ao abordar um assunto fora do âmbito esportivo após sair consagrado de campo no Diogão, em Bragança, ao descer a lenha sobre as condições do piso da praça esportiva, péssimas para a condução do bom futebol na sua análise.
As críticas feitas pelo profissional foram assimiladas pela grande maioria dos torcedores, ao visualizar no centroavante uma espécie de porta-voz das necessidades em prol da equipe, a exemplo do jogo válido pela segunda rodada, ao abrir o bocão e falar aquilo que a Fiel queria explanar.
Apesar da grande repercussão de Nicolas ao ter peitado diversos órgãos em entrevista pós-jogo, o próprio avaliou: “Me considero um atleta de falas pontuais, em momentos que considero pertinentes e relevantes. Apesar de ser mais contido no meu jeito, sou antenado a tudo que acontece no clube, estou em contato frequente com a direção, presidência, etc, sempre discutindo melhorias para o grupo, em busca de soluções para determinadas situações e pensando sempre na evolução e crescimento do clube”, disse.
Sobre a possibilidade de ser o grande líder do elenco desta temporada, o jogador seguiu: “Nosso grupo tem outros atletas experientes também, com ampla rodagem no futebol, então estamos bem fortalecidos nesse aspecto”, explicou.
TORCIDA – No meio da torcida, quanto maior a participação de um atleta em falas em prol do clube, a proporção da idolatria é acompanhada pelo grau de consideração. Pelo lado bicolor, dois fatores entram nessa balança a favor do atacante Nicolas: o faro de gol no gramado e, mais recentemente, a personalidade à beira dele.
A fala do profissional, que certamente incomodou um percentual de pessoas, no meio da tropa alviceleste caiu como uma cereja de imponência após a vitória no minuto final sobre o Caeté, por 1 a 0.
O torcedor Moacyr Santos, elogiou a postura, mas com ressalvas. “Para jogar no Paysandu tem que ter personalidade, tem que defender as causas do clube. Se dirigente não faz o papel, alguém tem que fazer. Mas pra isso tem que jogar bola também, algo que ele tem feito”, destacou.
APROVADO – Não foi somente no meio da galera que a postura do atacante Nicolas foi agraciada. Os críticos também visualizaram a ação do jogador, dentro e fora de campo, com bons olhos, especialmente por se tratar de um assunto delicado e geralmente abafado em grande parte.
O jornalista, radialista e cronista esportivo Carlos Castilho, por exemplo, reiterou a presença de líder do atleta como um forte pilar para o Papão. “O papel do Nicolas como jogador é indiscutível. É goleador e tem uma identificação com o Paysandu muito grande. Durante o tempo que esteve aqui foi sempre um jogador em evidência. O seu papel agora de grande líder, de intérprete do próprio clube, como fez em Bragança, significa um novo status”, destaca.
Para Castilho, a nova identidade do jogador, caso adotada de vez nesse seu retorno à capital paraense, só vem a engrandecer as partes envolvidas: clube e profissional. O cronista explica. “Na realidade, Nicolas era apenas um goleador, agora passa a ser o goleador e o grande líder, que expõe o seu ponto de vista sem medo de cara feia, acreditando no que diz. Sobretudo defendendo a postura de time grande que é o Paysandu, integrante da Série B. Eu apoio esse novo momento do Nicolas no Paysandu”, aponta.