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Com pinta de xerife, Rafael Castro pode estrear no domingo pelo Remo

Tylon Maués

Sem o zagueiro Ligger, suspenso pelo cartão vermelho que recebeu contra o São Bernardo-SP, uma vaga está aberta na defesa azulina, isso se o técnico Rodrigo Santana não resolver por mais mudanças. Jonilson e Sheldon ganharam mais um concorrente para a posição. Em Belém há pouco mais de uma semana, o zagueiro Rafael Castro está regularizado e veio com ritmo de jogo. Ele estava defendendo o Treze-PB na Série D do Campeonato Brasileiro. O defensor falou sobre sua experiência na competição e sobre a situação azulina.

“Sei bem como é essa competição, sei da entrega que tem que ter. É uma competição aguerrida, que não dá margens para erros. Acho que o Remo já está em uma situação que a gente não pode mais errar. O relógio, daqui a pouco, começa a correr contra nós. Sabemos que faltam onze jogos para encerrar essa primeira fase e se nós fizermos o papel de casa, a gente consegue colocar o Remo em uma boa situação dentro da competição, principalmente aqui com o apoio da nossa torcida”.

Cria da base do Corinthians-SP, Rafael trabalhou com os técnicos Tite e Fábio Carille, que segundo ele o ajudaram demais no início de carreira. Pelo Timão, ele conquistou a Copa São Paulo de 2015. De acordo com ele, esse período no Parque São Jorge lhe deu uma experiência para saber lidar com a pressão da torcida. “O Corinthians me moldou bastante para saber lidar com torcida, com pressão, com essas situações de clubes grandes. Hoje, eu venho para o Remo sabendo da torcida apaixonada que tem, sabendo o que ela espera, do que a torcida cobra de um jogador quando vem para cá e fico muito feliz e honrado de estar vestindo essa camisa gigante do futebol brasileiro”, disse. “Espero poder contribuir da melhor forma possível dentro de campo, como fora também. Tive um papel de liderança na minha última equipe, eu vinha sendo capitão no Treze. Então, o que o Remo precisar de mim, se tiver que puxar orelha, se tiver que chegar junto, eu vou exercer esse papel, pois, eu quero não só o melhor para mim, mas para o Remo”, completou o zagueiro. Na entrevista coletiva, Rafael também falou sobre como encontrou o elenco azulino, da razão de ter trocado uma estabilidade em outro clube e da experiência de ter enfrentado o Remo em outras oportunidades.

Aceitar o convite azulino

“Sou um jogador movido por desafios. Sempre deixei claro que eu queria voltar a disputar a Série C. A minha última participação foi em 2022. Tinha deixado claro que um dos meus objetivos era de voltar para esse cenário nacional. Eu tenho objetivos também pessoais de crescimento de carreira, de voltar a jogar uma Série B. Para mim o Remo é uma oportunidade incrível. Quando surgiu o convite eu não pude recusar pela grandeza que tem o clube, pela torcida apaixonada que tem e mesmo sabendo da situação delicada que o Remo está (…) No Treze a gente já estava praticamente classificado, estávamos invictos na Série D. Eu era o capitão do time, um dos pilares. Agradeço muito ao Treze pelas portas abertas, pela confiança que depositaram em mim, mas quando surgiu essa oportunidade não pensei duas vezes. Tive três convites de clubes que eu recusei”.

Já esteve do lado oposto

“Já vim jogar algumas vezes aqui e contra o Remo e sei da atmosfera que tem essa torcida. Quero ajudar a sair dessa situação, sou um jogador que sou movido a desafios, passei por grandes equipes também com torcidas fanáticas e gosto dessa pressão, gosto disso da torcida que nos cativa, que nos impulsiona mais jogo todo. Já pude acompanhar essa última partida aqui e vi que realmente a torcida do Remo é aquilo que eu imaginava, que apoia até o final, é o nosso 12º jogador dentro de campo, então eu tenho como meta principal o objetivo de ajudar o Remo a se recuperar. Vamos andar degrau a degrau para pensar na classificação”.

Um elenco incomodado

“O primeiro contato que eu tive foi de um grupo que está insatisfeito com a situação em que o Remo se encontra. Nós sabemos da qualidade deste elenco, sabemos que aqui tem jogadores muito qualificados, muitos experientes. Cabe a nós que estamos aqui dentro trabalhar muito. É importante o jogador ter esse incômodo, cada um ter esse incômodo dentro de si, de não aceitar a situação na qual nós nos encontramos no momento, mas que nós temos totais condições de dar essa volta por cima (…) Às vezes é um detalhe ou outro que falta ajustar, mas o que me chamou a atenção é essa indignação da equipe com o atual momento, mas que estamos numa crescente”.

Primeiras impressões

“Eu pude acompanhar esse último jogo aqui. Vi, principalmente no primeiro tempo, que nós tivemos muitas oportunidades de gol, foi uma equipe que foi pra cima, sabemos da qualidade que tinha a equipe de São Bernardo-SP, mas nós podíamos muito bem ter feito o primeiro gol. Ter feito 2 a 0 ali no primeiro tempo e já ter matado o jogo. Mas, infelizmente, o futebol se decide em detalhes (…) O clube vem melhorando depois da chegada do professor Rodrigo, o clube já vem criando mais jogadas, mostrando uma forma de jogar diferente. Acho que estamos no caminho certo. Não estamos no G8, mas não estamos na zona de rebaixamento. Então, acho que não tem que pensar no Z4. Temos que almejar o G8. Para isso é essencial essa vitória contra o Ypiranga aqui. Vamos nos doar o máximo para conseguir esses três pontos”.