Nildo Lima
O Paysandu terá, em 2024, um orçamento jamais visto na história centenária do clube. Conforme o presidente Maurício Ettinger revelou, por ocasião da visita da imprensa ao CT Raul Aguilera, na última quarta-feira, o montante beira os R$ 100 milhões. O valor, de acordo com o dirigente, virá de diversas fontes de arrecadação, que aumentaram bastante com o acesso do time à Série B do Brasileiro. “Teremos um orçamento de mais de R$ 70 milhões para o ano que vem”, anunciou Ettinger.
“Esse acréscimo ocorre por uma série de fatores que vão ajudar o Paysandu em 2024, como o acesso à Série B, o incremento das cotas de patrocínio e transmissão de jogos e reformulação do plano de sócio torcedor”, disse o presidente bicolor. Só do contrato assinado recentemente com a Liga do Futebol Brasileiro (Libra), o clube “abocanhará” quase R$ 11 milhões, dos quais já recebeu como adiantamento R$ 3 milhões.
O Sócio Bicolor, que passou por uma repaginação, é outra aposta da diretoria bicolor. Com o time assegurado na Série B, o torcedor, com toda a certeza, se mostrará mais propenso a aderir ao programa, que oferece mais comodidade ao público no acesso aos jogos, sem falar nos preços dos ingressos que acabam saindo mais barato em relação aos que são praticados nas bilheterias dos estádios. Este ano a carteira de associados do programa, com o clube na Série C, chegou a ter quase nove mil filiados.
A Segundona também descortina uma visibilidade maior ao Papão no aspecto publicitário, com o provável aparecimento de grandes empresas dispostas a utilizar o Lobo como uma espécie de “garoto propaganda” de suas marcas. O fato de a Série B receber um foco maior da mídia em comparação com a Série C, com os clubes tendo todos os seus jogos transmitidos por canais fechados, deve servir como fator de motivação para o empresariado local e nacional.
A venda de materiais com a marca Paysandu, que vão de um simples lápis a objetos mais sofisticados, também deve sofrer um bom aquecimento em suas vendas, sobretudo se a equipe for bem ao longo da competição nacional. Uma das principais fontes de arrecadação do clube, a venda de camisas oficiais, produzidas pelo próprio clube, com a marca Lobo, deve imprimir um salto, ainda mais se o Papão der chegar a meta de estar na Série A de 2025, como planeja a diretoria.
TUDO NO FUTEBOL – Apesar da soma vultosa do orçamento bicolor, nenhum centavo sairá do montante para obras no Centro de Treinamento, estádio da Curuzu ou outro imóvel do clube. A informação foi dada pelo presidente Maurício Ettinger, na semana passada. A revelação chamou a atenção de muita gente, já que imaginava que o novo xodó diretoria do clube, o local de preparação da equipe, seria o principal patrimônio do clube beneficiado com o acesso do Papão à Série B do Brasileiro. De acordo com o dirigente, os R$ 70 milhões do planejamento será todo ele aplicado diretamente no futebol do clube.
l “Apesar disso, esse dinheiro será prioritariamente destinado à formação do elenco, cumprimento da folha salarial e manutenção dos campos”, antecipou o presidente, sinalizando que o CT pode até vir a receber algum tipo de investimento, mas só em um caso especial. “Qualquer injeção de verba nas obras do CT só deverá ser feita em caso de superávit”, explicou Ettinger. Para o leitor não apegado ao economês, o CT só será beneficiado com algum dinheiro, caso o valor fixado para o orçamento seja ultrapassado.
Meta é chegar aos 20 mil sócios
Até a última sexta-feira, a quantidade de torcedores filiados ao programa Sócio Bicolor, de acordo com o site oficial do Paysandu, era de 3.376 pessoas. Número inferior aos quase nove mil associados que o clube teve este ano. A redução, pode-se dizer, é natural, visto que com o fim da Série C do Brasileiro, o Papão fechou o seu calendário de jogos na temporada. Desta maneira, muitos torcedores não renovaram ou até mesmo abandonaram os seus contratos. Para tentar recuperar os filiados e atrair novos torcedores, o clube entrou na onda da black friday, oferecendo desconto de até 30% em todos os tipos de planos.
As propostas de filiação variam de R$ 50 a R$ 168. Com a promoção, o Departamento de Marketing do clube espera desencadear um novo crescimento da iniciativa. Mas a expectativa maior de procura pelo torcedor, no entanto, está reservada para o começo do ano que vem, quando o clube disputará a primeira competição de seu calendário, o Parazão. À medida que a temporada for se desenrolando, com a participação do time nos demais campeonatos e torneios, no caso Copas Verde e do Brasil e, a “cereja do bolo”, a Série B do Brasileiro, a carteira de associados do projeto deverá estar bem mais robusta.
Danilo Moraes, gerente do Sócio Bicolor, revela a meta fixada pelo clube para o ano que vem. “No ano de 2023 a gente chegou a aproximadamente nove mil sócios. Para 2024, a meta é chegar a 20 mil sócios. A gente imagina que seja uma meta possível de ser atingida, principalmente por conta dos grandes jogos que virão com a participação do Paysandu na Série B”, salienta. O funcionário bicolor ressalta o valor do Mangueirão no alcance da meta. “É fundamental para ter grandes jogos com grandes públicos”, argumenta.
De início, o Paysandu pretende mandar, durante a Série B, conforme adiantou o presidente Maurício Ettinger, 40% das 38 partidas que fará no campeonato no Mangueirão. A porcentagem, porém, pode até aumentar ou mesmo diminuir, dependendo do desenrolar da campanha da equipe na competição.