O futebol, por não ser ciência exata, nem sempre tem explicações lógicas para os acontecimentos. Há cinco anos (três no atual sistema de disputa), o PSC luta pelo acesso à Série B, mas, por algum motivo, sempre bate na trave. Desta vez, novamente tudo parecia apontar para um desfecho feliz. O time foi bem na fase de classificação da Série C, alcançou a maior pontuação (33 pontos) e dava pinta de que entraria voando no quadrangular.
Foi a fase decisiva começar e velhos contratempos apareceram. O time perdeu os três primeiros jogos e praticamente inviabilizou o sonho do acesso após a derrota para o Figueirense (2 a 1). Teve um espasmo, a tal melhora da morte, vencendo o ABC (1 a 0) em casa. Ficou nisso. No jogo em Natal, as esperanças sucumbiram de vez.
Começam então os questionamentos sobre os motivos do fracasso. O clube se manifestou oficialmente ontem através do coordenador técnico Lecheva. Sem fazer rodeios, ele admitiu que não encontrou ainda respostas para as muitas perguntas relacionadas à queda de rendimento no quadrangular.
Nem as resenhas internas levaram a um consenso sobre as razões do insucesso. Lecheva elogiou a estrutura e as condições de trabalho que o clube propiciou ao elenco. Relatou as dificuldades para fechar contratações, mas ressaltou que os pedidos do técnico Márcio Fernandes foram atendidos, na medida do possível.
Um aspecto parece seguir martelando na cabeça dos jogadores e da cúpula do futebol: o incrível gol sofrido contra o Figueirense, quando o goleiro Thiago Coelho saiu catando coquinhos e perdeu o tempo da bola. Até hoje há quem justifique a lambança com o fato de a linha da pequena área ter sido pintada com tinta, o que teria influído na trajetória da bola.
É uma hipótese que chegou a ser levantada logo depois do jogo, mas que ganhou ares de desculpa para a falha grotesca, que mudou a história do jogo e talvez da própria trajetória do Papão no quadrangular. No momento do gol de Léo Artur, o PSC tinha desempenho superior ao do Figueirense e controlava a vantagem estabelecida com o gol de José Aldo.
“Algumas coisas inexplicáveis acabaram acontecendo. Uma resposta lógica para essa queda de rendimento nessa reta final eu não tenho, o que posso dizer é que o PSC soube se impor aos adversários na maioria dos jogos”, avalia Lecheva. O comentário evidentemente não encontra amparo na realidade. No quadrangular, o time só se impôs diante do ABC.
Por fim, um esclarecimento e uma pista. Lecheva diz que a saída do executivo Fred Gomes foi decidida pela diretoria. O coordenador apenas foi comunicado da decisão. A informação confirma o que a coluna relatou sobre o caso.
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A pista diz respeito à permanência ou não de Márcio Fernandes após o jogo de sábado contra o Vitória. A defesa que Lecheva fez do atacante Dioguinho, esquecido durante todo o campeonato e só lembrado por Márcio Fernandes nos minutos finais do jogo com o ABC, sinaliza de certa maneira para a saída do treinador. A conferir.
Em plena era digital, a Copa ressuscita figurinhas
A Copa do Mundo, maior evento esportivo do mundo, provoca alguns fenômenos interessantes. É a oportunidade para que no Brasil, de quatro em quatro anos, todo mundo lembre que futebol pode ser uma festa e não apenas aquele festival de chutões e trombadas do Campeonato Brasileiro.
Outro aspecto curioso diz respeito à febre dos álbuns de figurinhas. Há uma procura cada vez maior pelas imagens dos jogadores, uma disputa à parte para ver quem consegue completar o álbum.
Por sorte, ainda não chegamos ao nível da Argentina, onde a crise desencadeada pelo sumiço das figurinhas já motivou até uma reunião governamental. A Union Kiosqueros de la República Argentina (Ukra), que representa os donos de bancas de jornais, e os diretores da empresa Panini se reuniram com a Secretaria de Comércio para buscar uma solução.
Desde o início das vendas, no mês passado, as figurinhas do álbum – que foi distribuído gratuitamente pelo DIÁRIO aqui no Pará – simplesmente desapareceram. Mesmo quando os estoques são refeitos, o item some das bancas em questão de horas.
O mercado paralelo e a ação de cambistas podem estar por trás da inesperada crise. No Brasil, por enquanto, a preocupação dos colecionadores é apenas torcer para evitar repetição das figurinhas, o que representa um prazer adicional ao hábito quase secular de eternizar os craques nas páginas dos álbuns.
Tudo é possível no generoso e amplo mundo da bola
“Sou fã de futebol, flamenguista, mas ainda não comecei a estudar. Mas, já comprei meu álbum de figurinhas. O Alex Escobar também falou para eu ficar tranquila, ele vai me direcionar. Porque, para mim, tudo é pênalti. Caiu, ‘é pênalti’, fez um gol errado, ‘é pênalti”, ri ao falar sobre seu talento no futebol”.
Jojo Todynho, cantora/celebridade e futura analista de futebol na Globo
Acesso do Cruzeiro é novo triunfo de Ronaldo
Por 3 a 0, o Cruzeiro passou pelo Vasco, ontem à noite, no Mineirão, e assegurou antecipadamente a volta à Série A nacional. Um feito e tanto para um clube que penou por três anos na Segunda Divisão e esteve à beira da falência, antes de ser resgatado pela adesão à SAF pelas mãos de seu ex-artilheiro Ronaldo Fenômeno.
Foi ele que comandou a festa, entrando em campo para abraçar os jogadores e o técnico Paulo Pezzolano ao final da partida. Carismático, Ronaldo é um astro em modo contínuo, mesmo na pele de cartola. Agradeceu ao time, aos funcionários e acenou para a massa cruzeirense nas arquibancadas.
Resumiu bem o feito: “Hoje é o dia da glória”.