Bola

Clubes paraenses estão com a bola murcha no Campeonato Brasileiro

Nildo Lima

Os clubes paraenses envolvidos na disputa do Brasileiro estão em dívida com os seus torcedores. Paysandu, Clube do Remo, Cametá e Águia de Marabá, os dois primeiros nas Séries B e C da competição, respectivamente, e os dois últimos na D, começaram o campeonato com campanhas desastrosas. Em dez partidas – já incluída a de ontem entre Águia e Fluminense-PI – as equipes locais não obtiveram uma só vitória, tanto em casa como no reduto adversário. Foram 30 pontos disputados no total e apenas três conseguidos – dois pelo Papão e um pelo Azulão, ambos jogando dentro de casa, o que soa mais como derrota que conquista.

O cenário é, no mínimo, preocupante e aterrorizador, principalmente para o Papão e o Leão, que, a continuarem nessa toada, não tardarão a conviver com o fantasma da queda às Séries C e D do Nacional. No caso dos times do interior não há mais para onde descer. A possibilidade de queda de bicolores e azulinos deixa seus torcedores com os nervos à flor da pele, sobretudo os do Leão, que só tem mais 16 partidas a cumprir na primeira fase da Terceirona. O quadro é diferente em relação ao Papão, que ainda tem 35 partidas a cumprir na Segundona, disputada em sistema de pontos corridos.

No caso de Cametá e Águia de Marabá, o número de jogos é ainda menor, apenas 14 no total, com sete dentro e outro tanto fora de casa. Dois dos confrontos já foram disputados por cada uma das equipes. Ao final da 1ª fase se classificam para a etapa seguinte do campeonato os quatro primeiros colocados de cada um dos oito grupos. No caso da Série B, os quatro primeiros colocados asseguram presença na Série A do ano seguinte, enquanto que a Série C prevê a classificação à 2ª fase dos oito primeiros colocados ao término da 1ª fase.

As campanhas feitas por Paysandu e Clube do Remo neste começo de Brasileiro talvez estejam relacionadas à montagem de suas equipes. Mais uma vez, bicolores e azulinos parecem ter tomado o Parazão como referência para a disputa da competição nacional, bem mais competitiva que o Estadual. Os atletas contratados pelos clubes, com raras exceções, até aqui não conseguiram justificar suas vindas. Alguns, no caso do Papão, sequer estrearam pelo clube, mas a expectativa sobre esses atletas não é lá muito positiva.

Para os representantes do interior, ter caído no grupo com times, em sua maioria, do Nordeste em vez de rivais nortistas, pode ter pesado para a campanha ruim, pois aumentou o nível de competitividade. O Cametá ainda está fazendo bons jogos, mas pecando na hora das finalizações; o Águia, por sua vez, parece vir em queda livre já desde a reta final do Parazão, após o ápice visto com as classificações na Copa do Brasil.

É claro que o Brasileiro só está começando, com uma boa quantidade de jogos, principalmente no caso do Paysandu, para que os times consigam se recuperar. Mas a volta por cima das equipes precisa vir o quanto antes, pois do contrário o rebaixamento de bicolores e azulinos deixará de ser uma possibilidade para se tornar algo concreto, como em edições anteriores da competição nacional.