Bola

Chegou a hora de torcer pelo hexa: clima de Copa toma conta de Belém

Matheus Miranda

A espera finalmente chegou ao fim! Após um ciclo de quatro anos, os fãs e simpatizantes do maior esporte do mundo vão acompanhar mais uma Copa do Mundo, a partir das 13h (horário de Brasília) deste domingo, com a abertura do mundial do Qatar em um duelo entre a seleção do país-sede frente ao Equador.

O torneio com as principais seleções do cenário mundial tem em 2022 realização em um período diferente do habitual, em final de ano, e a estreia em solo no Oriente Médio. Em meio às novidades, uma tradição intocável: o clima contagiante da torcida espalhado pelas ruas das mais variadas cidades do Brasil. Em Belém, celeiro de apaixonados pelo futebol, não é diferente.

Em diversos pontos da capital paraense os populares fizeram questão de estampar as cores da bandeira através de fitas, bordados, pinturas e arte como meio de transmitir boas energias para o desempenho impecável da seleção brazuca rumo à sexta estrela no manto mais pesado do esporte. Para esta edição de Copa do Mundo, o Brasil, invariavelmente, é um dos grandes favoritos a conquistar o caneco.

Até por isso, confiantes em soltar o grito de campeão no dia 18 de dezembro, os moradores da Travessa Três de Maio, no bairro da Cremação, deixaram o perímetro da localidade entre a Pariquis e a Caripunas com uma roupagem de dar inveja em Doha pela criatividade, com pinturas enormes na pista com o logo do mundial, taça, seleção e, claro, a bandeira do Pará, além de enfeites e bonecos estilizados com as cores tradicionais do Brasil.

O organizador da brincadeira, Paulo Evaristo, morador no local há 60 anos e conhecido como Grande Vitelo, destacou a importância de manter a tradição viva. “É a época do nosso hexa. Estamos fazendo a nossa parte. A Copa é motivo de alegria e nos reunimos para demonstrar o nosso amor pela nossa seleção que vai ganhar essa Copa. Em dezembro aqui vai ser só festa com mais um título”, aposta o morador, que informou que todo o material para customização foi adquirido através de coleta e bingo.

O morador Vinícius da Silva completou. “Essa rua tá muito linda e maravilhosa, de ponta a ponta. Se os jogadores vissem iriam fazer gol pra gente. É uma grandeza muito linda. Vamos jogar tudo pra cima que o nosso Brasil vai ser campeão”, projeta.

A Copa dá o seu pontapé neste domingo, mas a estreia da seleção brasileira ocorre somente na quinta-feira (24), contra a Sérvia. Os moradores já estão contando os dias para a partida do time. “Aqui a gente brinca muito. A gente gosta de confraternizar, não tem briga. Contagem regressiva para podermos comemorar com o jogo”, disse o morador Manoel Saraiva, conhecido como Seu Maneca.

Passagem Santa Terezinha, na Maracangalha, é um exemplo de amor pela seleção canarinho Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará

Tradição de enfeitar ruas resiste ao tempo e anima vizinhança

Diferente das últimas edições de Copa do Mundo, a quantidade de ruas enfeitadas em clima do Mundial de seleções deu uma leve brecada devido aos diversos assuntos que tomaram conta no país nos anos anteriores. Mas, nada disso entrou em pauta entre os moradores da Passagem Santa Terezinha, na Maracangalha, em Belém.

Os populares fizeram questão de deixar o local com o fino da customização ao elaborar arte nas calçadas com as cores da bandeira, estádio e a tradicional fitinha ligadas de uma casa a outra. O bandeirão de medidas extremas foi o grande reflexo do clima dos torcedores que estão no aguardo da estreia Canarinho no gramado.

João Miguel Freitas, de 36 anos, um dos organizadores informou que todo o processo de enfeite durou uma semana após o suporte da vizinhança com coleta e mão de obra. Dessa maneira, a missão, agora, é uma só.

“Com o trabalho feito agora é só torcer. Ganhamos o jogo aqui e eles vão ganhar lá”, brincou, ao destacar que, independente de qualquer adversidade, a tradição segue viva no local. “Todo mundo se juntou. Íamos fazer algo simples, mas veio a ideia de todos e nos empenhamos. É uma tradição que a gente não pode deixar acabar. Temos que acreditar na nossa seleção. Confio num bom resultado e eu tô confiante na sexta estrela”, acredita.

Raimundo Baia Everdosa, também organizador, reiterou. “Isso é um motivo de alegria para nós, porque envolve toda a vizinhança. Deixa o local mais alegre, mais vivo. Foi um esforço de todos. Todos estão de parabéns e agora é só esperar o nosso título”, destaca.