GERSON NOGUEIRA

Chegou a hora da superação para o Paysandu na Série B

O PSC precisa vencer o Ituano, hoje, na Curuzu, para se afastar das cercanias da zona de rebaixamento

Foto: Matheus Vieira/Paysandu
Foto: Matheus Vieira/Paysandu

Não há mais como adiar a tomada de atitude. O PSC precisa vencer o Ituano, hoje, na Curuzu, para se afastar das cercanias da zona de rebaixamento e iniciar uma arrancada rumo à primeira página da classificação da Série B. A missão bem que poderia ter sido iniciada na vitória contra o Guarani, mas os confrontos seguintes devolveram o time à situação anterior, deixando um saldo incômodo de apenas uma vitória em 12 rodadas.

Desde que Márcio Fernandes chegou, a expectativa era de que iria partir para mudanças capazes de fazer o time reagir na competição. De perfil tranquilo e apaziguador, o treinador evitou fazer alterações drásticas na forma de atuar do PSC e praticamente não mexeu na escalação.

É provável que tenha errado ao adotar essa postura. O PSC precisava de um choque de gestão desde que Hélio dos Anjos foi demitido. Era evidente que a troca de comando tinha o objetivo de impor uma nova realidade na administração do elenco.

Isso foi adiado e agora, após três rodadas, Márcio passa a ser cobrado quanto à necessidade de fazer o time reagir imediatamente. A sequência negativa precisa ser quebrada, a fim de dar segurança ao próprio trabalho que se inicia. Para isso, porém, o técnico terá que imprimir sua própria marca e definir um time-base adequado às suas ideias.

No confronto desta noite, na Curuzu, contra um Ituano que vem cumprindo boa campanha no returno, o PSC terá que ser determinado na busca pela vitória, sem abrir mão de cuidados defensivos. Nos últimos dois jogos, contra América-MG e Sport, o time sofreu três gols e não marcou nenhum.

A dupla titular da defesa, Quintana e Lucas Maia, está confirmada na equipe, assim como os laterais Edilson e Kevyn. A dúvida maior se localiza no setor de marcação, onde João Vieira pode ter Matheus Trindade ou Netinho como parceiro. Biel, que vem se reabilitando nos treinos, é outro candidato a entrar jogando. Juninho deve ser o meia.

O ataque terá Borasi, Nicolas e Jean Dias, levando em conta a formação do último treino. Mas, diante das mexidas de última hora que costumam ocorrer na Curuzu, Yony González e Esli García também têm chances de aparecer no time titular.

A questão toda a essa altura da disputa – faltando 10 rodadas – é a necessidade premente de vitória. Não importa mais jogar bem, o que vale é garantir os três pontos e demonstrar a todos que o time está vivo no campeonato, disposto a brigar pela permanência.

Antes de dar a entrevista diária, o técnico Márcio Fernandes tentou ensaiar um discurso forte, lançando recados para “os que querem derrubar o PSC”. Mensagens indiretas não costumam ter efeito prático, soam como bravatas. Talvez o discurso deva ser trocado por ações práticas, dentro de campo. Só os resultados irão fortalecer o time e a comissão técnica.

Dois brasileiros nas semifinais da Libertadores

Atlético-MG, Botafogo, Peñarol e River Plate são os times que conseguiram passar à fase semifinal da Copa Libertadores. Com todos os méritos, diga-se. Teremos, após alguns anos de confrontos domésticos, dois clássicos sul-americanos, com times tradicionais e respeitados.

O Atlético passou pelo Fluminense na segunda partida das quartas de final, marcando 2 a 0, com gols de Deyverson, em Belo Horizonte. Um jogo controlado pelos atleticanos na maior parte do tempo, com base num ataque formado por cinco jogadores de força e técnica.

O Fluminense, que defendia a vantagem inicial de 1 a 0, mostrou-se incapaz de resistir ao poderio do Galo e à pressão de milhares de torcedores na Arena MRV. Depois do confronto, o técnico Mano Menezes reconheceu o nó tático imposto por Gabriel Milito e a má atuação de seus comandados. O River, que já estava classificado, será o adversário do Atlético.

No outro confronto entre brasileiros, o Botafogo passou pelo São Paulo em jogo eletrizante, um dos melhores da temporada. Na saga para avançar na competição, fazendo sempre a segunda partida como visitante, o Glorioso marcou logo aos 18 minutos, com Almada aproveitando uma falha coletiva da zaga tricolor.    

O que parecia ser um sinal de que o Botafogo iria ter uma caminhada mais tranquila mostrou-se ilusório. Apesar de ter desfrutado de outras chances no 1º tempo, o Alvinegro sofreu um pênalti esquisito (bola bateu primeiro na mão do atacante Lucas, do São Paulo), sobreviveu ao erro da arbitragem, mas caiu de rendimento no período final.

O São Paulo passou a ter espaço para explorar e pressionou muito. Perdeu excelente oportunidade com Calleri, mas acabou chegando ao gol em cabeceio perfeito do atacante argentino, a 5 minutos do fim. Nos penais, porém, a vitória sorriu para o Botafogo, que indiscutivelmente foi superior nos dois duelos.  

O time de Artur Jorge terá o Peñarol como adversário na semifinal, pois o time uruguaio segurou um 0 a 0 com o Flamengo ontem, depois de ter vencido no Maracanã por 1 a 0. Previsível, pouco contundente, o time rubro-negro não mostrou qualidades para reverter a situação.

Sob o comando de Tite, o Flamengo tem se destacado pela maneira confusa e desarticulada de jogar. Os desfalques importantes contribuem ainda mais para que o time, que era um dos favoritos para a conquista da Libertadores, tenha ficado pelo caminho.

Remo busca garantir recorde no novo Mangueirão

Desde que o estádio Jornalista Edgar Proença foi reinaugurado, a eterna rivalidade entre PSC e Remo tem sido testada na capacidade de lotar as instalações da arena. Até o momento, o recorde é do Papão, que levou 49.807 pagantes ao jogo com o Amazonas pela Série C 2023.

Ontem, com a informação de que a capacidade do estádio foi aumentada em 5 mil lugares nas cadeiras, o limite de público para o jogo Remo x São Bernardo subiu para 55 mil. Perspectiva de um novo recorde.