
Os bastidores da gestão de Ednaldo Rodrigues, atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), começam a ser expostos em meio a acusações graves. Um dos casos mais polêmicos envolve a suposta contratação de profissionais do sexo para “entreter” convidados em eventos oficiais da entidade.
A denúncia partiu de Luísa Xavier da Silveira Rosa, ex-diretora de patrimônio da CBF, em entrevista à revista Piauí. A primeira mulher a ocupar um cargo na diretoria da entidade relatou não apenas o escândalo envolvendo as acompanhantes, mas também situações de assédio sexual e humilhação durante sua passagem pelo comitê.
Contratada ainda na gestão de Rogério Caboclo para supervisionar a construção de 14 centros de treinamento, Luísa teve seu pedido de demissão – para assumir um cargo na FIFA – negado por Ednaldo Rodrigues. Em vez disso, ele a promoveu a diretora de patrimônio, movimento que sua advogada classifica como “pura jogada de marketing”. Segundo ela, a executiva sofreu retaliações, teve suas funções esvaziadas e recebeu menos da metade do salário de seu antecessor no cargo.
Escândalos e Acusações na CBF
Além do constrangimento profissional, Luísa revelou que, em eventos da CBF, era submetida a comentários misóginos e convites inapropriados. Ela citou nominalmente Rodrigo Paiva, ex-diretor de comunicação da entidade, e Arnoldo de Oliveira Nazareth Filho, ligado à Federação Amazonense de Futebol, como autores de “elogios insinuantes” e assédio.
Em resposta às acusações, Paiva negou qualquer conduta inadequada, afirmando que sua carreira sempre promoveu “a desconstrução da cultura do assédio”. Já Nazareth Filho não foi localizado para se manifestar.
Impacto e Debate no Futebol Brasileiro
Enquanto a CBF não se pronuncia oficialmente, as ações judiciais movidas por Luísa – por assédio sexual contra os dois executivos e por assédio moral contra Ednaldo – acendem um debate urgente sobre machismo e poder no futebol brasileiro.