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Catalá conquista bons números no Remo, mas fica a frustração. Ele vai continuar?

Tylon Maués

A entrevista coletiva de Ricardo Catalá, sábado à noite, foi emblemática da passagem dele pelo Leão Azul. O semblante firme, mas ao mesmo tempo claramente com pitadas de frustração pelo resultado final da primeira fase, mostravam um profissional que liderou o time a números muito bons, mas sem conseguir levar o Clube do Remo para a segunda fase da Série C. Desde que chegou, Catalá conseguiu 25 pontos em 15 jogos, uma campanha que poderia ser de G8, não fossem as quatro derrotas seguidas com Marcelo Cabo no comando. No possível desenlace de sua breve passagem pelo Baenão, o treinador comentou sobre seus números, sobre a falta de contratações e a possibilidade de uma renovação com o Clube do Remo para 2024.

O que deu errado? – “Infelizmente, não foi possível reverter o que havia sido feito. Sob meu comando, nossa campanha foi de pelo menos quarto colocado. Montar um time de futebol requer equilíbrio. Sob meu comando tivemos a segunda melhor defesa, tivemos mais chances claras. Mesmo não tendo as peças que gostaria para fortalecer o elenco, o trabalho foi bem feito. É claro que o torcedor olha a campanha como um todo e não fomos competentes para ir adiante. Diante das dificuldades que encontrei, oscilamos muito pouco. Conseguimos um trabalho louvável com as condições que tivemos. É a questão do copo meio cheio e meio vazio. Entrego um time bem melhor colocado do que estava quando encontrei. Foi uma recuperação sem praticamente nenhuma peça que viesse encorpar o elenco. Por outro lado, tenho o olhar crítico pelo que poderia ter feito a mais”.

O que mudaria? – “Falar depois é sempre mais fácil. Eu não mudaria nada do que foi feito, trabalhei em meu máximo, abri mão da minha família para me dedicar ao Remo. Fui sempre o primeiro a chegar e o último a sair. Algumas coisas pesaram para que a gente não tivesse esses pontos a mais”.

Vai renovar? – “Nem aceitaria uma proposta antes de dar a oportunidade de o Remo me dar uma proposta. Essa conversa já existiu, mas é um ano de eleição. O clube tem que resolver isso o quanto antes. Já passei minhas condições para ficar e o mais importante é o projeto esportivo. Nos dois anos anteriores eu obtive títulos e acessos e nesse ano não conquistei nada (…) O meu futuro agora é ir para casa, ficar com minha esposa, minhas filhas, me recarregar de boas energias para o próximo desafio”.

Futuro do clube – “Não sei o que aconteceu nesses últimos anos, pois não estava aqui. Mas, vejo o Remo a dar um passo adiante. Não deve nada, construiu uma fama de bom pagador e isso é muito importante”.

Chances aos jovens – “A minha carreira é pautada por essa marca, de dar oportunidades a jogadores jovens. Terminamos a partida com três garotos da base. Entendo que o treinador não pode passar por uma instituição sem deixar um legado esportivo, no desenvolvimento de jogadores”.