Nildo Lima
Da mesma forma que o atacante vive de gol, no futebol, o treinador também sobrevive de resultados e esses resultados não estão acontecendo no Paysandu, o que coloca em xeque a permanência do treinador Hélio dos Anjos, 66 anos, no comando da equipe. Dos 15 pontos disputados pelo Papão até aqui na Série B do Brasileiro, a equipe só conseguiu vencer três, o que representa o mísero aproveitamento de 20%. O aproveitamento é similar ao de Guarani-SP e Ituano-SP e inferior aos 26,7% do Botafogo-SP, que encabeça a zona de “degola” do campeonato. O time bicolor ocupa a lanterna da competição nacional.
Apesar do retrospecto negativo de sua equipe, Dos Anjos assegura não estar preocupado com a possibilidade do desemprego já na partida de sábado, contra o Amazonas-AM, em Manaus, pela 6ª rodada da Segundona. “Não trabalho precisando de alguém para me pressionar”, disse. “Não sou treinador de trabalhar com o se ganhar (fica), se não ganhar vai embora”, ratificou Dos Anjos, rebatendo as notícias que diziam que ele tinha sido cobrado pela diretoria do Paysandu antes do jogo de anteontem, contra o Goiás-GO, quando o time voltou a desperdiçar pontos em casa.
“Teve conversa de que a diretoria conversou comigo e que se eu não ganhasse o jogo (contra o Goiás) seria demitido. Conversei cinco minutos com o presidente (Maurício Ettinger) e ele veio me avisar que o salário iria sair ontem (anteontem). Conversei cinco minutos com o Roger (Aguilera, vice-presidente), que me apresentou um jogador”, revelou. Dos Anjos fez elogios ao comando administrativo do clube. “A postura da minha direção é uma postura profissional, nossas discussões são profissionais. O presidente sabe, a diretoria sabe que enquanto o Hélio dos Anjos estiver aqui as coisas estão sob controle”, disse.
A diretoria bicolor pode até seguir prestigiando o trabalho de Dos Anjos, que levou, no ano passado, o Papão de volta à Série B, depois de cinco anos afastado da divisão. Mas a pressão da torcida pela troca de treinador pode, de repente, ficar insustentável diante de um novo tropeço no campeonato. Os resultados adversos da equipe, principalmente nas partidas em casa, contra o Botafogo, Avaí e Goiás já incomoda uma grande parte da Fiel. Só uma vitória no próximo final de semana, na Arena da Amazônia, pode fazer com que o torcedor descontente volte a confiar no trabalho do treinador, cuja o time até tem jogado bem, mas não tem conseguido o principal: vencer.