Nildo Lima
Afastado dos últimos jogos do Paysandu na Série C do Brasileiro em razão de uma lesão no joelho esquerdo, que o levou a uma cirurgia no local atingido, o zagueiro Paulão esteve, ontem à tarde, na Curuzu, para conversar com a imprensa. A contusão foi contraída em um choque com um jogador adversário durante a partida contra o Náutico-PE, valendo pela 17ª rodada da competição.
Após deixar o gramado, ainda no 1º tempo do jogo, o atleta acabou desfalcando o Paysandu nas duas últimas partidas da 1ª fase e em todos os seis jogos da 2ª etapa do campeonato, passando apenas a torcer e motivar seus companheiros.
O defensor falou sobre o drama em ter de se limitar apenas a assistir os seus companheiros em campo, sem poder ajudar a equipe. “Num 1º momento foi doloroso por não poder ajudar os companheiros ativamente dentro de campo. A gente acaba sofrendo tanto quanto eles. Isso se deu nos últimos jogos na reta final (da Série C). Sei o quanto foi difícil não estar numa reta final, não fazer parte e não poder ajudar os companheiros, mas a gente entende que precisa passar por esse processo para estar totalmente bem e confiante para poder voltar”, comentou.
Paulão se disse consciente das dificuldades que ainda terá de superar até poder voltar a trabalhar normalmente. “Acredito que esse processo será sim um pouco doloroso, mas estou com a cabeça tranquila sobre isso”, garantiu. O zagueiro lembrou que mesmo afastado do elenco, esteve ao lado de seus companheiros na sequência do campeonato. “Estava com o grupo, fazia questão de estar presente até mesmo para passar força aos meus companheiros”, observou Paulão, admitindo que vai precisar ter uma atenção mental maior durante o tempo que ficará afastado do restante do elenco bicolor.
“Durante esse tempo preciso trabalhar muito a minha mente. Preciso estar com a mente muito tranquila e muito forte porque são três competições que vou precisar estar fora”, declarou. O jogador ressaltou que o fato de nunca ter tido nenhum tipo de lesão grave, a contusão que sofreu acabou mexendo muito com o seu emocional. “Isso, obviamente, ocasiona várias situações. O cara começa a pensar em várias coisas. Eu procuro me apegar às coisas positivas. Obviamente que gostaria de estar presente na reta final e poder ajudar (o time), mas sei que isso faz parte do futebol, faz parte da minha vida”, argumentou.
Zagueiro deve ficar fora dos gramados por sete meses
O médico Edilson Andrade, responsável pelo procedimento cirúrgico ao qual o zagueiro Paulão foi submetido, na semana passada, em um hospital de Belém, deu, ontem à tarde, na Curuzu, explicações detalhadas sobre a lesão sofrida pelo atleta e que o levou à operação. “O atleta sofreu uma entorse do joelho e foi constatada uma lesão ligamentar. De imediato ele iniciou o tratamento para reduzir a inflamação, com controle medicamentoso e fisioterápico. Por conta da grande inflamação que o local lesionado apresentava, a gente precisou esperar algumas semanas até que o procedimento cirúrgico pudesse ser executado”, explicou.
Andrade informou que Paulão já se encontra na fase de reabilitação, que, segundo o médico, “será longo até que o atleta fique à disposição” para os treinos e jogos do Paysandu. O médico explicou que mesmo em condições costumeiras, o processo para a cirurgia do jogador levaria certo tempo, não tão longo como aconteceu. “Naturalmente nós iremos aguardar algumas semanas para a redução do edema ósseo e o derrame articular causado pelo trauma. Então, iniciamos a fisioterapia para ‘enxugar’ o joelho do atleta e colocá-lo em condições de iniciar uma reabilitação, que a gente chama de funcional”, detalhou.
De acordo com o médico, ocorrendo “nas condições agudas”, a cirurgia na 1ª e até 2ª semanas do trauma, não teríamos uma reabilitação inicial adequada, afirmou. “Então juntamos todas as peças e achamos que o ideal (para a cirurgia) seria ser feita na semana passada, como ocorreu”, disse Andrade, ressaltando que o atleta deve continuar afastado da bola por pelo menos sete meses. “Em média temos isso. A gente já tem uma experiência de cinco anos aqui no clube em situações como essa e temos conseguido colocar os atletas para trabalhar com bola dentro desse tempo”, concluiu o médico.