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Capitão bicolor garante que novatos são bem-vindos no Paysandu para a disputa da Série C

Tylon Maués

Depois do jogo deste sábado diante do Águia, na volta da semifinal do Campeonato Paraense, o Paysandu vira a chave e pensa momentaneamente somente no Campeonato Brasileiro. Na quarta-feira (3), o Papão recebe na Curuzu a Aparecidense-GO, pela primeira rodada da Série C. Nunca foi segredo dentro do grupo de que o principal objetivo da temporada é a busca pelo acesso. Isso fica patente no fato de que, em 40 dias, o Papão contratou 14 jogadores para a competição nacional. Um deles, o volante Léo Baiano, que chegaria fatalmente para ser titular, foi embora sem estrear. Essa quantidade de atletas leva a crer que a formação que entrará em campo daqui a três dias deve ser bem diferente da que atuou neste final de semana.

O fato de grande parte desses atletas já estar na Curuzu, alguns apenas treinando e sem poder jogar até aqui, aumenta as chances de que mudanças devem vir diante da equipe goiana. Para quem já estava no elenco, a chegada de novos companheiros é vista com bons olhos e com a confirmação de que o time pode chegar fortalecido ao Brasileirão.

“A formação do elenco tem sido boa, com a diretoria procurando contratações pontuais, sempre o melhor para o Paysandu. Quem está chegando e quem vai chegar é para aumentar nosso nível”, afirma Genilson, que ressalta a importância de quem tem experiência no clube em receber esses novatos. “Acho que quem está aqui pode ajudar muito quem chega. Isso aconteceu comigo quando vim para cá, conversando e explicando como funciona aqui. É um processo natural dentro do elenco”, afirma.

Os bicolores destacam também a questão do calendário apertado, com o Paysandu ainda disputando o estadual, a Série C e a espera pela confirmação das datas da decisão da Copa Verde contra o Goiás-GO. O meia João Vieira afirmou que com o tempo em que os novatos estão na Curuzu, o entrosamento está vindo aos poucos e naturalmente.

“A gente vem se entrosando cada vez mais. É difícil até treinar pelo pouco tempo entre os jogos, mas fora de campo a gente tem a ajuda dos analistas e de muita conversa para os acertos”, diz. “Estamos disputando três competições, um jogo atrás do outro. O que podemos fazer é aproveitar cada instante para descansar. O Paysandu tem uma estrutura que nos proporciona aproveitar esses dias”, completa João Vieira.

“Com esse calendário brasileiro tudo é mais difícil. Muitas vezes não temos tempo para treinar, então fazemos o que pode ser feito. Quando se tem tempo, a gente tem que aproveitar da melhor maneira possível”, confirma Genilson, que lembra do que foi o final da temporada 2022 para que a história agora seja diferente. “Não só para nós atletas, como para comissão técnica e diretoria ficou a lembrança que o final da Série C do ano passado não foi legal. Pecamos quando não podíamos e aprendemos muito com nossos erros. Nesse próximo Brasileiro estaremos mais atentos e ligados”.

COM MORAL PARA ASSUMIR A TITULARIDADE

Desde a formação no elenco no começo do ano, com algumas saídas por decisão do clube – processo que deve continuar -, o Paysandu perdeu, de fato, apenas o volante Léo Baiano, que criou bastante expectativa na torcida, mas não ficou. Os contratados foram o goleiro Alan; o lateral-direito Edilson; o lateral-esquerdo Igor Fernandes; o zagueiro Rodolfo Filemon; os volantes Geovane, Kelvi e Arthur; os meias Leandrinho e Juninho; e os atacantes Luis Phelipe, Gustavo Furtado e Vinícius Leite. Alguns já puderam entrar em campo e se colocaram na disputa para ser um destaque na Série C.

  • Vinícius Leite (atacante) – Definitivamente, a melhor contratação feita na véspera do início da Terceirona. Ídolo da torcida, o jogador assumiu a camisa dez e ainda foi inscrito a tempo de jogar o Campeonato Paraense, onde foi decisivo diante do maior rival. Além do ataque, pode jogar mais recuado, auxiliando na criação das jogadas. De todos que chegaram, é o único que ostenta a condição de titular absoluto.
  • Rodolfo Filemon (zagueiro) – Genilson é soberano no setor, mas a disputa ao lado dele é grande e Filemon chegou em boa condição física e tem revezado com Bocanegra e Wanderson na companhia do capitão bicolor. Como Márcio Fernandes também utiliza o esquema com três zagueiros, a presença de jogadores do mesmo nível facilita a escolha. Não chega a ser, até aqui, destaque entre os demais, mas vem mostrando segurança e velocidade nas antecipações.
  • Luis Phelipe (atacante) – Uma excelente surpresa para o torcedor. O jogador ainda precisa ajustar a mira, mas já passou muitos dos que estavam dentro do elenco para ser uma boa opção de banco a Márcio Fernandes. Além de Mário Sérgio e Vinícius Leite, incontestáveis, e Bruno Alves, que se recupera de lesão, ele se destacou nas oportunidades que esteve e ganhou espaço em pouco tempo.
  • Igor Fernandes (lateral-esquerdo) – O dono da posição continua sendo Eltinho, que tecnicamente é um dos melhores do elenco, mas Igor chegou para ser uma solução para o setor, que sem uma sombra penava com a sobrecarga sobre o titular, pois já é veterano e tem que ser preservado em alguns momentos do Campeonato Brasileiro e suas viagens desgastantes. O vigor físico e a disposição são seus principais trunfos.
  • Geovane (volante) – Jovem, mas com a experiência de ter atuado nas Séries A e B pelo Ceará-CE, Geovane surpreendeu a torcida ao assumir a posição com força na marcação e bom passe. Não se pode dizer que tem vida tranquila na posição, até pela concorrência, mas nos jogos mais importantes desde que chegou ele esteve em campo. Está se firmando como primeiro volante do time titular.