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Candidatos à presidência do Remo apresentam propostas; confira

O Remo vai decidir seu futuro com a eleição da nova presidência. - Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará
O Remo vai decidir seu futuro com a eleição da nova presidência. - Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará

Tylon Maués

Atualmente, três azulinos colocaram o nome à prova para participarem da eleição que escolherá o novo presidente do clube. A oficialização das candidaturas só pode ocorrer a partir do dia 28 de setembro, então até lá todos são pré-candidatos e outros podem aparecer.

Segundo o estatuto do Remo, o prazo para inscrições de chapas inicia 45 dias antes do pleito e será encerrado exatamente um mês antes da eleição. Quem se interessar a concorrer à presidência do Leão deve formalizar a candidatura entre os dias 28 de setembro e 13 de outubro.

Até aqui, apresentaram-se como pré-candidatos o atual vice-presidente de gestão do clube, Antônio Carlos Teixeira, da situação; além do advogado Marco Antônio Pina e o ex-diretor comercial do Remo, Jader Gardeline, ambos pela oposição. O BOLA procurou os três para entrevistas, com as mesmas perguntas e espaços iguais a todos. Destes, apenas Teixeira não respondeu às perguntas. O espaço continua aberto para outras edições.

Quem for eleito substituirá o empresário Fábio Bentes, que esteve à frente do clube por cinco anos. Nesse período, ele comandou o Remo em dois títulos paraenses, uma Copa Verde e um acesso à Série B. No entanto, também teve um rebaixamento para a Terceirona e, nas duas últimas temporadas, sequer esteve próximo de se classificar à segunda fase da Série C, mesmo com orçamentos entre os maiores da terceira divisão. Além disso, em 2023 o Leão Azul ficou com o vice-campeonato no Parazão ao perder para o Águia e foi eliminado da Copa Verde para o maior rival.

ACOMPANHE AS ENTREVISTAS

JADER GARDELINE

Tecnicamente o Remo está devendo há pelo menos dois anos, quando sequer se classificou para a segunda fase da Série C. Administrativamente, o clube vem conseguindo se organizar. Como dar essa virada dentro de campo para fazer valer o investimento que vem sendo feito no futebol?

R – Tivemos durante a pandemia o acesso à Série B em 2020. Porém, em 2021, já com a nova composição de diretoria tivemos a queda em apenas dez meses. Desde aquele momento já havia um sinal de alerta ligado para a falta de profissionalismo e competição dos nossos diretores de futebol, incluindo o nosso vice-presidente Tonhão. A história se repetiu em 2022 e 2023. Como a história prova, não houve atitude da presidência do clube em afastar os responsáveis pelas contratações e mando no futebol profissional. O resultado não poderia ser outro. Administrativamente, louvo a gestão do amigo Fábio Bentes. Ele honrou os compromissos salariais, da Justiça Trabalhista e aumentou o patrimônio do clube comprando a área do nosso novo CT.

Caso eleito, desde o primeiro dia de mandato formaremos um departamento institucional de análise de mercado e de desempenho, que deverá nos munir de todas as estatísticas possíveis sobre atletas que irão compor o nosso elenco.

Ricardo Catalá é apontado como dono de um bom trabalho no período em que esteve à frente do time. É um nome forte para permanecer em caso de você ser eleito?

R – O técnico Catalá foi contatado por mim. Ele me disse em mensagem que está em período de descanso e não negociaria até mesmo com a atual gestão. Ele prefere aguardar a situação política do clube se definir. Ele disse que só aceitaria o seu retorno se o clube der condições de trabalho e a possibilidade de montar um projeto esportivo vencedor. Esta também é minha percepção. Só traremos os melhores profissionais, seja atleta ou comissões técnica, se dermos estrutura de trabalho aos mesmos.

O CT ainda não está funcional. Quais as informações que você tem do espaço e que tipo de investimento e melhorias você prevê para ele?

R – Em nosso planejamento, o CT será a nossa fábrica de formação de base de atletas de alto rendimento e, principalmente, de cidadãos. Buscaremos incansavelmente ter o certificado de clube formador emitido pela CBF. Nossa base será nosso maior patrimônio. Nesta semana, visitamos o CT da base Sporting, referência no nordeste em formação de base. Sua estrutura é avançada e trocamos conhecimento da formação completa de um atleta. Desde a sua alimentação, com suplementação, até a sua preparação educacional. O serviço social busca trazer tranquilidade ao atleta no acompanhamento junto à sua família. Teremos uma equipe multiprofissional trabalhando em tempo integral na formação. É um bom modelo para seguir.

MARCO ANTÔNIO PINA

Tecnicamente o Remo está devendo há pelo menos dois anos, quando sequer se classificou para a segunda fase da Série C. Administrativamente, o clube vem conseguindo se organizar. Como dar essa virada dentro de campo para fazer valer o investimento que vem sendo feito no futebol?

R – Penso que o Remo não está devendo há dois e sim há três. Iniciando essa trajetória de fracassos desde 2021, quando do inexplicável rebaixamento da Série B para a C, e aí todos já sabem dos fiascos de 2022 e 2023. Folhas altíssimas, elencos fraquíssimos com o Remo em uma situação lamentável, sem sequer conseguir passar para a segunda fase. O que fazer para dar essa virada? Não tem outra saída que não a profissionalização como um todo. Tem que haver uma gestão profissional, em especial no futebol, que é o carro chefe do clube. É preciso se cercar de pessoas capacitadas e não de amigos, como foi nesses cinco anos do presidente Fábio Bentes, sem expertise no futebol, sem contatos e experiência. Ele apostou em profissionais de qualidades duvidosas e deu no que deu, com contratações ruins, jogando o dinheiro no lixo.

Ricardo Catalá é apontado como dono de um bom trabalho no período em que esteve à frente do time. É um nome forte para permanecer em caso de você ser eleito?

R – Por tudo o que ele fez na temporada, sim. Ele pegou o Remo numa situação muito difícil, teve um aproveitamento de 55,55%, penso que ele merece a chance de iniciar um trabalho. É um treinador que conhece a competição e isso é importante. Ele deu resultados mesmo sem as peças que pediu e não foram entregues. Se fosse levado apenas o período em que esteve à frente do time, o Remo teria se classificado bem. Já me manifestei publicamente que ele merece ficar.

O CT ainda não está funcional. Quais as informações que você tem do espaço e que tipo de investimento e melhorias você prevê para ele?

R – Com todo respeito, mas aquele terreno do Outeiro não pode ser considerado um centro de treinamentos. Eu estive lá semana passada e vi de perto a falta de estrutura da área, o que me deixou muito triste. O Remo adquiriu aquela área em 2021 e quase nada evoluiu de lá para cá. Aquilo ali é um patrimônio do clube, tudo bem, mas falta muito para ter uma estrutura mínima para ser chamado de CT. É preciso um investimento inicial para se estruturar.