Tylon Maués
Grande contratação da temporada do Leão Azul, o meia Camilo foi alvo de algumas críticas de parte da torcida nos dois últimos jogos, o empate sem gols no Re-Pa e a derrota de 3 a 2 para a Tuna Luso, quando entrou no decorrer da partida. Aos 37 anos, com a experiência de já ter defendido alguns dos maiores clubes do país, como Cruzeiro-MG, Botafogo-RJ e Internacional-RS, além de uma breve passagem pela seleção brasileira, ele sabe que oscilações acontecem no futebol, seja num time de primeira ou de terceira divisão. Assim, mantém a tranquilidade quanto ao momento azulino, na expectativa de que as coisas vão melhorar quando o time estiver encaixado com mais entrosamento dentro do elenco. “Estamos focados na melhora de todos os setores. No futebol você tem que crescer constantemente. E eu vejo isso no nosso elenco, uma capacidade enorme de a gente ter um ano muito positivo. Então, temos que manter o foco na preparação, na melhora de cada um, individualmente e coletivamente”, disse o meia. Nesta segunda-feira, 12, Camilo concedeu entrevista coletiva onde falou sobre o momento azulino e a confiança de que as coisas melhorarão. Confira:
OSCILAÇÃO E MELHORA
“O professor está definindo em relação à equipe, a gente está evoluindo cada vez mais, estamos felizes pela evolução e espero que continue assim. Estamos em construção de uma equipe, de uma identidade. É praticamente um time novo em relação ao que tinha já no elenco do Remo. Então, vamos passar por alguns momentos de oscilação, de conhecimento, de entrosamento. Temos que manter a cabeça serena, acreditar no trabalho e na preparação. A gente vê a melhora e, com isso, as vitórias vão aparecer e vai se tornando mais fácil a nossa adaptação com todos os atletas dentro do campo”.
DEVER DE CASA
“Em casa, a gente fica com o torcedor ao lado e é sempre difícil para o adversário, então nós temos que fazer realmente da casa uma força do Remo agora e em outras competições. A gente fica triste de ver a casa cheia e não conseguir a vitória. Temos que fazer valer o mando de campo para levar alegria ao nosso torcedor também. A gente só tem que pedir desculpas pelo o que aconteceu e trabalhar para que haja melhoras para as vitórias virem e a gente dar uma boa resposta”.
CONFIANÇA NO POTENCIAL
“A gente tem cobrança interna. O atleta está se cobrando no dia a dia para melhorar na sua performance. O futebol tem que ter esse nível. Pela experiência que tenho, até para o mais jovem, é tentar ajudar a ele a bloquear a sua mente em relação ao que vê ou escuta. Você tem que acreditar no trabalho, na sua melhora, para que você não possa interferir negativamente dentro do seu mental. Porque o futebol também tem uma parte mental, você tem que estar concentrado no seu trabalho, na sua evolução para melhorar o desempenho”.
ATAQUE MELHOROU, DEFESA NÃO
“A gente está numa construção, então quando faz o gol é mérito de todo mundo, da criação à parte defensiva até chegar ao ataque, e da parte defensiva é a mesma coisa, é o ataque ajudando na marcação. É um conjunto sendo construído para que possa ficar sólido, que a gente venha a não sofrer, como não vinha sofrendo gols há três jogos e acabamos sofrendo três gols em um único jogo. É no dia a dia com você trabalhando para que possa estar com a equipe forte, com tudo assimilando”.
ORIENTAÇÃO AOS MAIS JOVENS
“É natural que ao ter convivido em grandes equipes, ter jogado no nível de Série A, isso te dá uma condição para que você possa ajudar meninos novos a chegar a esse patamar, a chegar a grandes equipes. Eu vejo que o Clube do Remo tem meninos com muito potencial a serem trabalhados. O Felipinho é um menino realmente que assimila as coisas, humilde de coração para poder escutar e isso é um bom sinal para que você consiga crescer. Ele está colhendo aquilo que trabalhou no último jogo, participando de gols, tendo uma boa atuação. Eu espero que ele possa melhorar mais, evoluir assim como os outros meninos, o Henrique, o Kadu e Ronald, que todos eles possam ter essa condição e a gente possa ajudar com experiência”.
O JOVEM CAMILO
“Quem me chamava para conversar era o Fabinho Guerreiro, ele me orientava desde os meus 15 anos e nem chegamos a jogar juntos. Ele jogou no Flamengo-RJ, no Cruzeiro-MG, no Grêmio-RS e no Fluminense-RJ e teve muitos títulos na década de 90. Foi um cara que me ensinou muito. Então, eu lembro que eu sempre fui um menino que sempre gostava de escutar para aprender. Você aprende com os seus próprios erros ou você aprende com o erro dos outros. Então, ele me orientava para poder me sair bem quando chegasse ao profissional. Então é importante essa conexão dentro do elenco, para que você possa ver um jovem com um grande potencial realmente daqui a pouco”.