Quando os torneios entram na reta decisiva entram em cena as estatísticas, respaldadas por tintas científicas por estudiosos da matemática. Nesse sentido, o site Chance de Gol, do estatístico Marcelo Arruda, ganhou espaço nos últimos anos, projetando desfechos nas quatro divisões nacionais. O nível de acerto é razoável e faz com que se torne uma espécie de oráculo confiável.
Ao calcular percentuais de chances, o site leva em conta dados históricos de cada clube, fazendo com que isso entre no liquidificador das probabilidades. E é aí que a coisa pode azedar porque tradição nem sempre é um porto seguro no mundo pragmático das disputas esportivas.
Existem clubes historicamente mais referenciados que outros. Conquistaram títulos, revelaram grandes jogadores, atraíram um grande contingente de torcedores. No entanto, a fotografia do momento é que vai realmente definir suas possibilidades de êxito.
As duas chaves de quatro times da segunda fase da Série C têm um quadro muito parecido quanto à pontuação. No grupo B, o Mirassol lidera com oito pontos (campanha invicta de duas vitórias e dois empates) e tem quase 100% chances de obter o acesso. No grupo C, com a mesma pontuação e também invicto, o ABC tem 89% de possibilidades.
É o grupo C que nos interessa, pois lá está o PSC, representante paraense que luta para retornar à Série B. O vice-líder é o Figueirense, com 6 pontos e 73% de chances. A vitória (por 1 a 0) do Papão sobre o Figueira na rodada passada colocou o time paraense novamente em pauta na disputa.
Dos meros 2% que tinha anteriormente, o Papão pulou para a casa dos 10,1%. Ainda é um percentual modesto, afinal o time de Márcio Fernandes segue na lanterna do grupo C com apenas 3 pontos e três derrotas. À sua frente está ainda o Vitória, com 5 pontos e 27% de probabilidade de acesso.
Os algoritmos sinalizam cenários e variam de alvo quando a questão é a final do Brasileiro. Pelos números tabulados do Chance de Gol, o Mirassol tem 56% de possibilidade de ser finalista, enquanto o Botafogo de Ribeirão Preto fica com 44% no grupo B.
No grupo C, o ABC tem chances maiores, 62,2%, que o Figueirense (32,4%). O Vitória aparece com apenas 3,3% e o PSC tem 2%.
Em termos de tabela, a questão está bem mais acirrada do que projetam os cálculos matemáticos. Neste final de semana, um jogo pode alterar por completo as projeções: ABC x PSC (no sábado à noite) pode determinar o acesso do time alvinegro ou a ampliação das esperanças bicolores.
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Caso o ABC vença, estará automaticamente garantido na Série B 2023. Se o Papão ganhar, passará a ter boas chances de subir, indo a 6 pontos e ficando na dependência de um novo triunfo contra o Vitória na 6ª rodada.
O PSC ainda dependeria do resultado de Vitória x Figueirense, no domingo. Caso o Vitória vença, o caminho fica bastante facilitado para o acesso bicolor. Já um triunfo do time catarinense fará com que o Papão dependa do outro jogo (Figueirense x ABC), além da vitória sobre os baianos em Belém.
Sob esse turbilhão de possibilidades, a reta final da Série C fica particularmente emocionante, ao alimentar sonhos e instigar medos nas torcidas envolvidas.
Jogos Abertos reúnem mais de 1.000 atletas
Os atletas da 11ª edição dos Jogos Abertos do Pará (Joapa) irão disputar a fase estadual em Belém, de 15 a 18 de setembro, reunindo os campeões das 10 fases regionais. A organização é da Federação Paraense de Desporto Escolar (FPDE) em parceria com a Secretaria de Esporte e Lazer (Seel).
Mais de mil atletas irão participar da etapa estadual nas modalidades de futsal, futebol de areia, voleibol, basquetebol, handebol e tênis de mesa, entre masculino e feminino. Com entrada gratuita, a abertura será hoje, às 19h, no Mangueirinho.
Em fase de louvação, Tite iguala Pedro a Lewandowski
Não há como não reconhecer que Tite tem contribuído de maneira brutal para engordar o anedotário do futebol brasileiro. Faz um esforço quase diário para marcar seu momento na Seleção Brasileira como uma oportunidade para fincar o “titês” como novo idioma pátrio.
A última do técnico do escrete canarinho foi, a título de comparar Pedro a com o polonês Lewandowski (Barcelona), no programa de Galvão Bueno no canal Sportv, repetir uma de suas marmotas preferidas, a tal lorota do “jogador terminal”.
Ao endossar a tese de Galvão, que citou Lewandowski, Tite citou uma conversa com Dorival Júnior, técnico do Flamengo: “Eu vejo e o Dorival também vê (Pedro como Lewandowski). Eu conversando com ele falei: ‘É impressionante a jogada terminal dele’. Ele acompanha qualquer raciocínio. A capacidade dele de tabela, de acompanhar rápido os jogadores, a capacidade técnica…”.
E tome epítetos engrandecendo o centroavante do Fla. “Ele sempre é o jogador do ‘não é força, é jeito’”, disse, enfatizando que entre os jogadores de ataque Pedro possui características diferentes dos concorrentes, como a capacidade para fazer o pivô e o cabeceio.
Como trem desregulado, o técnico seguiu enchendo a bola do artilheiro – e castigando o vernáculo: “É o jogador da jogada terminal. Não queira dele transição em velocidade, mas dê a bola nele, para escorar, para uma tabela, uma jogada de cabeceio, para furar a defesa de um adversário que joga com a bunda lá atrás”.
Devagar com o andor. Pedro, o “terminal” endeusado por Tite, está longe do nível de Lewandowski, um atacante completo, que articula jogadas e tem um repertório amplo e consolidado para superar as melhores defesas do mundo. Bom jogador, o rubro-negro pode evoluir e até alcançar o polonês, mas, por enquanto, nem passa perto.