Até minutos antes do jogo ABC x PSC, amanhã à noite, em Natal (RN), a torcida alviceleste terá que conviver com dúvidas importantes sobre a escalação do time. O técnico Márcio Fernandes , cujas dúvidas já devem ter sido dirimidas nos últimos treinos, vai manter o suspense só por uma questão de hábito ou superstição.
O cenário exige cautela e, por isso, esconder o jogo é parte do ritual. O ABC faz o jogo do acesso. O PSC faz o jogo da vida. Vencer é o que ambos buscam e precisam. Ao Papão, empatar ou perder tem o mesmo significado: o fim do sonho do acesso.
Para o ABC, empate ou derrota não elimina a chance do acesso, mas torna a caminhada mais difícil, sujeita a riscos – pode ser superado por Figueirense e Vitória. Por esse motivo, o time potiguar vai buscar os três pontos a todo custo.
É natural um jogo de pressão e abafa por parte do ABC. É o tipo da situação tão previsível que o PSC já embarcou para Natal sabendo que vai levar sufoco em boa parte do jogo.
O lado bom é que Márcio Fernandes tem a possibilidade de preparar seu time para encarar um cenário agressivo, com ataques em ritmo intenso. Ao mesmo tempo, abre a perspectiva de armar um sistema eficiente de contragolpes, centrado na rapidez da transição.
Nesse aspecto, o PSC tem como buscar inspiração em sua própria campanha. Os vídeos do jogo contra o Ferroviário, em Fortaleza, na fase de classificação, devem ter sido revistos e analisados pela comissão técnica e pelo elenco. Estão ali os elementos necessários para que o Papão consiga resistir à pressão e sair em velocidade rumo ao gol adversário.
Naquela ocasião, o PSC fez 2 a 0 em contra-ataques de almanaque, contando com a rapidez e a precisão nos passes, a partir de jogadas construídas ainda no campo de defesa por José Aldo e Marlon.
É muito provável que o jogo de amanhã reapresente situações muito parecidas, talvez até com mais intensidade. Ao PSC caberá ser resiliente, fechar bem a defesa e sair de preferência pelos lados, com Leandro Silva e Patrick Brey, a fim de romper a marcação do ABC.
Por essa razão, o papel do trio José Aldo, João Vieira e Mikael na cobertura à zaga será decisivo para que a equipe tenha equilíbrio no setor defensivo e boa capacidade de retomada. Caso esse balanço não funcione bem, ficará difícil criar contra-ataques consistentes.
José Aldo, em particular, é o nome mais importante da configuração tática do PSC. É o homem da marcação qualificada no meio e o ponto de partida para todas as saídas em direção ao campo inimigo. Amanhã, terá que reforçar a proteção ao centro da zaga, pela primeira vez formado por Naylhor e Lucão.
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O ataque, pelo que se desenhou no último treino em Belém, deve ter Robinho e Marlon, com Serginho sendo o quarto homem da articulação no meio-campo. Há, também, a chance de Pipico ou Marcelo Toscano na frente, o que deixaria Serginho de fora.
Contra o Figueirense, em Florianópolis, Pipico foi escolhido para iniciar o jogo e teve alguns bons momentos no primeiro tempo. Na ocasião, porém, o PSC não vivia uma situação-limite, como amanhã. Márcio Fernandes pode até inventar, mas não poderá errar nas escolhas.
Leão programa peneira para garimpar talentos
O Remo abre uma janela de avaliações das categorias de base, abrindo peneiras para a faixa de sub-12 até sub-19 no futebol masculino e do sub-15 ao adulto na categoria feminina. A seleção de talentos está prevista para o período de 21 a 23 de outubro, no CT do Leão, em Outeiro.
As inscrições estarão abertas de 19 de setembro a 19 de outubro, na secretaria da sede social (avenida Nazaré), das 8h às 18h de segunda a sexta-feira e de 9h às 12h, aos sábados. Os candidatos devem apresentar RG e laudo de aptidão física no dia do teste.
A iniciativa é louvável, pois é justamente em peneiras que muitos jogadores foram descobertos dentro do próprio Remo. A avaliação deve envolver garotos do interior do Estado, alguns indicados por olheiros do clube.
O único ponto que merece uma reflexão é o valor da taxa cobrada, de R$ 50,00, proibitivo para muitos garotos e suas famílias. Não se pode perder de vista que o nível de empobrecimento da população cresceu muito e o país convive hoje com mais de 30 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar – ou seja, passando fome.
Para pessoas dessa faixa socioeconômica, dispor de R$ 50,00 é luxo. Cabe à direção do clube reavaliar a cobrança ou estabelecer flexibilidades a fim de não perder a chance de garimpar bons atletas.
Corinthians fechou espaços do Flu para ir à final
A semifinal da Copa do Brasil entre Corinthians e Fluminense foi bem mais acirrada do que a disputa entre Flamengo e São Paulo na outra chave. O empate no primeiro jogo, realizado no Maracanã, tornou ainda mais indefinido o segundo confronto.
O Corinthians se organizou para fechar os espaços e não permitir a troca de passes que o Fluminense tem como principal arma, sob a batuta de Paulo Henrique Ganso (foto). Desta feita, nem o camisa 10 e nem seus companheiros de meio e ataque conseguiram fazer o time evoluir.
Com força e presença em todo o campo, o Corinthians conseguiu anular por completo o time de Fernando Diniz, como ainda não tinha ocorrido nesta temporada. O primeiro gol, de Renato Augusto, tranquilizou e deu mais confiança ao time de Vítor Pereira.
Os gols nos minutos finais saíram em consequência da desarrumação do Flu, que precisou abrir ainda mais a guarda para sair em busca do empate. Apesar do baixo desempenho coletivo do tricolor, 3 a 0 soou exagerado.