Atletas da seleção devem movimentar R$2 bi em transferências

Atletas da seleção devem movimentar R$2 bi em transferências

Em um período aquecido do mercado internacional, seis jogadores da seleção brasileira vão movimentar 400 milhões de euros (R$ 2 bilhões) na atual janela de transferências. A cifra é relevante considerando também a proximidade com a Copa do Mundo.

Quando o Manchester United confirmar a contratação de Antony junto ao Ajax por 100 milhões de euros (R$ 500 milhões), esse montante se somará aos 300 milhões de euros (R$ 1,5 bilhão) já investidos em Richarlison, Gabriel Jesus, Lucas Paquetá, Casemiro e Raphinha.

Todas as transações envolvem ao menos um clube da Premier League – apenas Raphinha fez a rota de saída do Campeonato Inglês, trocando o Leeds pelo Barcelona, da Espanha. Ele tem sido titular da seleção na ponta-direita e foi negociado por 58 milhões de euros (R$ 291,8 milhões).

Casemiro fez o caminho inverso, deixando o Real Madrid e aceitando a missão no Manchester United, em uma operação que movimentou 70 milhões de euros (R$ 352 milhões). Um dos líderes da seleção brasileira, o volante de 30 anos ganhou a Liga dos Campeões da Uefa cinco vezes e estava ansioso por um novo desafio na carreira. A estreia foi no fim de semana passado.

“Muitas movimentações foram impulsionadas pela Copa do Mundo, com jogadores se reposicionando para estarem em ligas mais atrativas. Alguns querem jogar Champions League, outros querem mais minutos ou mercados com melhores produtos”, avalia o advogado Marcos Motta, que participou, por exemplo, da operação envolvendo Paquetá.

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Outro titular de Tite que terá novos ares, o meia trocou o Lyon pelo West Ham por 61,6 milhões de euros (cerca de R$ 310 milhões). O desenho do negócio prevê que 18,6 milhões de euros sejam pagos como bônus ao longo dos cinco anos de duração do contrato de Paquetá com o clube londrino. O Lyon também assegurou 10% do lucro em uma futura venda de Paquetá, ao mesmo tempo em que destinará 15% do lucro na operação atual ao Milan. Paquetá saiu da Itália por 20 milhões de euros. Logo, foi vendido por 41,6 milhões de euros a mais.

“São operações mais estruturadas, complexas e sofisticadas. Tem as chamadas smart clauses, como a sell on, que é a participação em venda futura, e outras cláusulas de bonificação e performance. Isso facilita a operação porque traz um fluxo de pagamento amortizado ao longo do contrato do atleta”, completou Marcos Motta.

Mas o mercado interno do futebol inglês também trouxe movimentações para os brasileiros da seleção. Gabriel Jesus trocou o Manchester City pelo Arsenal, após pagamento 52 milhões de euros (R$ 261,6 milhões). Na concorrência por uma vaga na Copa e com moral com Tite, Richarlison deixou o Everton e foi para o Tottenham. O valor da operação foi de 58 milhões de euros (R$ 291,8 milhões).

Além das questões financeiras, essa troca de clubes traz aos jogadores da seleção a missão de não baixar o nível de desempenho, sob pena de perder espaço na lista de Tite. O começo de alguns tem sido promissor, como é o caso de Gabriel Jesus – com dois gols em um Arsenal que é líder da Premier League, com 100% de aproveitamento em quatro jogos.

A mudança de país para alguns jogadores fará com que a comissão técnica da seleção reorganize as viagens para observação in loco, já que há uma concentração de jogadores na Inglaterra. De forma mais abrangente, o roteiro no último mês passou a incluir o México, por exemplo, em razão da transferência de Daniel Alves para o Pumas.A Inglaterra é o país que mais cedeu jogadores às listas de Tite. Foram 152 convocações com nomes em atividade no futebol inglês.