Em Belém há cerca de dois meses, o meia grego Panagiotis Tachtsidis foi, de longe, a contratação mais sui generis da temporada azulina. Com passagens por grandes clubes europeus e pertencente ao elenco da Grécia que esteve na Copa do Mundo do Brasil, em 2014 – embora não tenha entrado em campo -, ele demorou um pouco para engrenar, mas conseguiu virar titular e vem na equipe de cima há quatro rodadas. Mas, nesse período ele não conseguiu terminar nenhum jogo. Ele garante que, fisicamente, está bem, mas que entende as escolhas de Guto Ferreira em substituí-lo por causa da intensidade da equipe remista.
“Eu me sinto muito bem, meu corpo está bem. Mas, quando você joga por 70 minutos pressionando, pressionando, pressionando, precisa de mais gente para continuar pressionando. Então, para mim, eu acho que é uma boa tática essa mudança que ele faz. E eu estou feliz com isso. Mas, fisicamente, eu estou bom e posso jogar por 90 minutos”, disse o meia, que ainda não balançou as redes e, na última rodada, deu a assistência para um gol.
Ele reconhece que sempre procurou mais os passes, mas que vem tentando chutes de média e longa distância. “Sempre na minha carreira eu gostei mais de fazer assistências e quase não chutava em gol. Foi o meu maior problema na minha carreira, porque eu gostava mais de fazer assistências para os meus companheiros para os gols. Mas, agora eu tento arriscar mais de média e longa distância, porque eu consegui alguns gols assim antes”.
Pana garante que o Remo pensa jogo a jogo em busca do acesso. “Temos que pensar em vencer esse jogo e depois ver o que está acontecendo nos outros jogos. Você vê que é um tempo muito curto. São cinco equipes que lutam pela promoção. É melhor pensar em jogo por jogo, porque se pensarmos que podemos perder e ganhar o outro, é um grande problema para nós, que não vamos chegar assim à primeira divisão. Agora é o Cuiabá e vamos tentar vencer esse jogo e vamos seguir a mesma linha como nos últimos cinco jogos”.
Panagiotis comenta sobre adaptação ao Brasil
Panagiotis conta que alguns fatores influenciaram em sua adaptação, alguns mais difíceis que outros, mas que hoje se sente bem e pronto para render mais ainda. “Não foi fácil para mim, porque aqui faz muito calor. Eu vim de um momento em que não vinha treinando muito tempo, então eu preciso trabalhar mais para chegar ao meu nível, porque até agora eu não estou no meu nível. Eu posso melhorar para jogar futebol. Fisicamente eu estou bem, mas para jogar futebol eu posso melhorar mais”, afirmou. “Felizmente, tenho um grupo muito bom aqui no Remo, muitos bons jogadores, e eles me ajudaram, é como uma família. É mais fácil para eu me adaptar aqui”.
O jogador europeu lembrou que ao chegar no Brasil teve que se adaptar a uma cultura diferente, assim como os torcedores também. “A forma como eles vivem sobre o futebol é diferente aqui. Eu vejo isso em alguns times, grandes times como aqui no futebol brasileiro. E eu estou muito feliz porque isso te dá mais poder, mais energia para lutar por este time. Para fazer as pessoas felizes, para ver como elas vivem esta atmosfera”.
Sobre a rotina em Belém, Panagiotis admite que ainda conhece pouca coisa da cidade, o que pretende fazer assim que o Remo chegar aos seus objetivos. “Eu sou um cara que prefiro ir do treinamento para casa. Não vou muito para outros lugares, não vou muito para fora. Eu sou muito profissional, a minha comida é controlada, o meu sono, e até agora eu não vi nada. Eu prefiro que quando terminar o campeonato, tudo vá bem. Depois de dois ou três dias, eu vou ver a cidade”.
Editado por Carlos Eduardo Vilaça