A vitória de virada sobre o Coritiba, com um homem a menos, fez o PSC alcançar 40 pontos na classificação e praticamente se garantir na Série B para 2025. Matematicamente, ainda faltam cinco pontos para sacramentar a permanência, mas animicamente o Papão já alcançou a linha invisível que permite afirmar que não haverá rebaixamento.
O jogo começou nervosamente, como ocorre quase sempre na Curuzu lotada nesta Série B, mas o PSC se movimentava com desenvoltura e tentava impor um ritmo ofensivo mais forte. O Coritiba facilitava essa tarefa, preso excessivamente ao setor de defesa.
As tentativas do PSC, mesmo pouco efetivas, eram reveladoras da intenção de conquistar a vitória. Tinha mais posse de bola e cercava a área o tempo todo, mas não conseguia ser efetivo nas finalizações. Em duas jogadas, o Coritiba foi ao ataque e estabeleceu a vantagem inicial.
Aos 19 minutos, Junior Brumado chutou forte para uma defesa difícil de Matheus Nogueira. Aos 25’, o mesmo Brumado recebeu passe de Lucas Ronier e abriu o placar, calando a Curuzu. O gol afetou o PSC, que reduziu o ritmo. Em poucos minutos, porém, voltou a pressionar e levar perigo.
Nos acréscimos, Borasi foi lançado entre os beques do Coritiba e finalizou na saída do goleiro Pedro Morisco. Depois de revisão pelo VAR, o gol foi anulado. Borasi estava adiantado por centímetros. O lance gerou muitas reclamações do Papão e inspirou até memes, com uma linha de impedimento fake circulando na internet.
Para mudar o panorama da partida, Márcio Fernandes tomou uma providência óbvia: tirou Nicolas, que não havia feito absolutamente nada na primeira etapa, colocando Ruan Ribeiro no jogo. Para desespero da Fiel torcida, aos 9 minutos, o PSC ficou com um jogador a menos: Matheus Trindade foi expulso após atingir a nuca do atacante Matheus Frizzo com um pontapé. Expulsão justíssima.
Sem ter muito a fazer além de ir ao ataque para o tudo ou nada, o PSC impôs pressão, já com Jean Dias, Netinho e Kevyn em campo. Aos 27’, uma bola cruzada na área paranaense foi cortada por Benevenuto e tocou no braço do meia Figueiredo. O VAR revisou e confirmou a penalidade, que foi cobrada por João Vieira. Empate e alívio na Curuzu.
Ainda assim, o resultado não era o melhor para as pretensões bicolores. Por isso, o time seguiu insistindo, aproveitando-se da impressionante apatia do Coritiba, que mesmo em vantagem numérica não construiu um ataque sequer e não chutou mais contra a meta de Matheus Nogueira.
Aos 49’, após uma bola roubada em seu campo de defesa, o PSC saiu rápido pela esquerda e Ruan Ribeiro cruzou rasteiro para a finalização de Jean Dias, que fechava no segundo pau. Um gol importantíssimo para pavimentar o projeto de permanência bicolor na Série B.
Com a vitória, arrancada nos acréscimos, o Papão ganha força e confiança para os dois jogos que irá fazer na sequência fora de casa, contra o Ceará Sporting e a Ponte Preta. Serão confrontos difíceis, mas o time entrará com a tranquilidade de quem está a cinco pontos de se garantir na 2ª Divisão.
Em noite mágica, Fogão passa o carro sobre o Peñarol
Foi uma das maiores atuações da história do Botafogo e, seguramente, a melhor atuação do time na Libertadores. A goleada de 5 a 0 sobre o Peñarol foi tão mágica e merecida que o torcedor botafoguense gostaria que a partida se prolongasse noite adentro. O fato é que uma alegria sem tamanho domina os corações botafoguenses desde o segundo tempo do confronto.
Com 43 mil vibrantes alvinegros no estádio Nilton Santos, o Fogão viveu momentos atrapalhados no primeiro tempo, deixando-se envolver pela catimba dos uruguaios e pela confusa arbitragem colombiana. Luiz Henrique apareceu bem em dois lances, mas Almada, Igor Jesus e Savarino foram muito bem marcados pelo Peñarol.
A segunda etapa pareceu um jogo completamente diferente. Após inspirada troca de passes entre Luiz Henrique e Savarino, o meia venezuelano entrou livre na área e tocou rasteiro na saída do goleiro. Foi a senha para uma verdadeira aula de pura técnica.
O zagueiro Alexander Barboza marcou o segundo gol 8 minutos depois, após um toque de cabeça de Igor Jesus. Savarino voltou a balançar as redes aproveitando contra-ataque puxado por Igor. Com um leve toque de Vitinho, ele foi lançado e bateu para vencer o goleiro Aguerre.
Aos 28 minutos, o Botafogo conseguiu transformar a vitória em goleada: Savarino devolveu a gentileza de Igor Jesus, que lançou Luiz Henrique. O camisa 7 deu um tapinha na bola para encobrir Aguerre no gol mais bonito da noite.
Logo depois, em ação coletiva, a bola sobrou para Savarino, que passou para Almada finalizar. Aguerre espalmou no susto. Igor Jesus aproveitou o rebote para mandar de cabeça para o fundo do barbante.
A decisão está marcada para quarta-feira (30), no estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu. A vantagem construída no Nilton Santos é excepcional para uma semifinal de Libertadores e deixa o Glorioso muito próximo de sua primeira decisão continental.
O mais impressionante da atuação foi a mudança radical de postura e arrumação da equipe entre o primeiro e o segundo período. Para quem havia esbarrado nas linhas de marcação do Peñarol por 45 minutos, o segundo tempo trouxe o jogo qualificado e impositivo que é marca desse Botafogo de Artur Jorge.
Peças tecnicamente diferenciadas, como Luiz Henrique, Almada e Savarino, foram fundamentais na virada de chave, mas é justo reconhecer a excelente atuação de Igor Jesus, Barboza e Alex Telles. O bom funcionamento defensivo nem permitiu ao goleiro John ter grande destaque – fez apenas uma grande defesa, em cobrança de falta.
A noite foi especialmente boa porque o Botafogo honrou brilhantemente sua rica história de glórias.