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Análise: Mal das pernas, Papão cai em casa

Foto: Irene Almeida/Diário do Pará
Foto: Irene Almeida/Diário do Pará

Mal das pernas, Papão cai em casa

O PSC perdeu a chance de se aproximar do bloco de cima da classificação e, de quebra, viu ruir a invencibilidade de 12 meses na Curuzu. O algoz foi o Grêmio Novorizontino, cirúrgico no aproveitamento de oportunidades e na exploração das falhas do time bicolor. A segunda derrota seguida liga o alerta no Papão. O baixo rendimento já havia se manifestado na partida anterior, diante do Brusque.

A partida foi movimentada, com troca de ataques nos primeiros momentos, mas com o Novorizontino sempre melhor posicionado em campo. Com três zagueiros, o time se postou no meio-campo sem permitir muito espaço para Cazares. Apesar disso, o meia equatoriano foi o primeiro a arriscar um chute perigoso.

Com mais precisão nos passes, o Novorizontino logo assumiu o controle da partida. Saía de seu campo em alta velocidade, com lançamentos longos buscando Neto Pessoa e Rodolfo dentro da área do PSC, causando sempre problemas à defensiva bicolor.

A marcação adiantada provocava seguidos erros dos zagueiros e dos volantes do Papão. O atacante Rodolfo perdeu uma grande chance ao receber cruzamento da direita. Finalizou junto à pequena área, mas a bola saiu à esquerda da trave.

Nicolas, que era a esperança de um ataque mais consistente, entrou em campo, mas saiu logo aos 18 minutos, em consequência da contusão sofrida no jogo anterior, contra o Brusque. Ruan Ribeiro entrou em seu lugar.

E foi Ruan que deu a única alegria da noite à torcida. Aos 33 minutos, ele recebeu um presente do goleiro Jordi, que se atrapalhou ao tentar bater o tiro de meta. Ruan pressionou, ganhou a disputa e tocou a bola para o fundo das redes. A vantagem não fazia justiça à melhor atuação do Novorizontino, mas deu novo ânimo ao Papão.

A reação do Novorizontino não tardou. Nos instantes finais do 1º tempo, em rápida escapada pela esquerda, Rodolfo entrou na área e driblou Wanderson. Como último recurso, o zagueiro derrubou o atacante. Pênalti. O VAR revisou e confirmou. Rodolfo bateu rasteiro e empatou.

Depois do intervalo, o PSC voltou mais ágil e adiantou suas linhas, buscando o segundo gol. Aos 12 minutos, Cazares cobrou falta e a bola bateu no peito e no braço do zagueiro Luizão, após desvio de Rafael Donato. O VAR levou quase 10 minutos para revisar. O árbitro foi chamado na cabine e decidiu não dar o pênalti.

Aos poucos, o Novorizontino reequilibrou as ações e voltou a impor um jogo de transição rápida. A defesa do PSC continuou intranquila, rebatendo bolas e sem conseguir acertar a saída. João Vieira, que voltou à equipe, fez uma de suas piores atuações, errando muitos passes.

Apesar de melhor, o Novorizontino não criava chances claras. Voltou a ameaçar aos 34 minutos, com um chute que passou à direita da trave de Diogo Silva. Quatro minutos depois, a casa caiu.

Lucca, que havia acabado de entrar, foi lançado entre os zagueiros após erro de Paulinho Boia. Fez uma finta sutil e mandou um chute certeiro no ângulo esquerdo. Um golaço. Virada paulista na Curuzu.

Só então o técnico Hélio dos Anjos resolveu trocar peças. Lançou Robinho, Juninho e Esli Garcia nas vagas de Cazares, Paulinho Boia e Jean Dias. O efeito da mudança foi mínimo, pois o Novorizontino se fechava bem.

O tiro de misericórdia veio aos 51 minutos. João Vieira deu um passe torto e a bola chegou a Waguininho, que foi levando até a entrada da área sem receber combate. Diante de dois zagueiros, ele encontrou espaço para encaixar um chute no canto direito, sem defesa para Diogo Silva.

A última derrota na Curuzu tinha ocorrido em julho de 2023 diante do Brusque, também por dois gols de diferença. O revés de ontem marca a primeira sequência de duas derrotas consecutivas nesta Série B.

Veterano chega ao Remo com status de titular

Aos 37 anos, o andarilho Bruno Silva tem mais de 20 clubes no currículo. Passou pelas Séries A, B, C e D. Foi um volante eficiente, há 10 anos. Nos últimos tempos, vem espaçando as participações e reduzindo a quantidade de jogos. Passou o semestre parado, voltou a jogar em maio, pelo Paraná Clube.

Mesmo assim, desembarcou no Baenão com status de titular. O técnico Rodrigo Santana, que indicou a contratação, fez rasgados elogios a ele. Lembrou que é um jogador que tem perfil de líder dentro e fora de campo, o que pode ser útil ao combalido estado emocional do Remo.

Pode ser. A questão é que restam quatro jogos na fase de classificação.  Bruno Silva deve entrar já na partida diante da Aparecidense, na próxima segunda-feira, no Mangueirão. Sua chegada provoca uma rearrumação do setor de meio-campo.

Pavani deve ser seu parceiro à frente da zaga. Jaderson será liberado para as ações ofensivas, ao lado de Ytalo e o incrível Cachoeira, a nova descoberta de Santana para o ataque.

Surfe encanta com manobra espetacular de Medina  

O tricampeão mundial Gabriel Medina teve a participação mais brilhante entre as disputas individuais envolvendo brasileiros nos Jogos Olímpicos. Ele venceu sua eliminatória, superando Kanoa Igarashi, seu algoz nos Jogos Olímpicos de Tóquio, e conquistou um 9.90 espetacular.

Nas águas desafiadoras da Polinésia Francesa, Medina surfou uma onda quase perfeita e saiu de um tubo mostrando a nota 10 com as mãos. Não foi atendido pelos juízes, mas recebeu um impressionante 9.90. A manobra impressionante motivou um salto de comemoração sobre as ondas.

O próximo rival de Gabriel Medina será o compatriota João Chianca. Com isso, um brasileiro já está na semifinal da competição. Por conta do mar agitado e a possibilidade de adiamento da prova feminina, as quartas de final devem acontecer nesta terça-feira.

Com poucos destaques brasileiros na Olimpíada, além de decepções no skate e na natação, Medina desponta como a primeira possibilidade real de uma medalha de ouro.