Folhapress
O inédito título brasileiro no Campeonato Mundial de Vôlei feminino foi novamente adiado. Em final disputada neste sábado (15), o Brasil foi derrotado pela Sérvia por 3 sets a 0 (24/26, 22/25 e 17/25).
A equipe comandada pelo técnico José Roberto Guimarães buscava o troféu diante de uma adversária invicta na competição e, mesmo com placares apertados nos dois primeiros sets, não conseguiu vencer nenhuma parcial.
Com a derrota, a seleção brasileira acumula mais uma decepção em finais na história do torneio, agora com quatro vice-campeonatos (1994, 2006, 2010 e 2022), além de uma medalha de bronze (2014).
A estrela da final foi a oposta sérvia Tijana Boskovic, com 24 pontos marcados na decisão. Uma das melhores do mundo na atualidade, ela também foi eleita a MVP (jogadora mais valiosa) do torneio.
Os principais destaques individuais da campanha brasileira no Mundial foram a central Carol e a ponteira Gabi Guimarães, com o melhor bloqueio e a melhor recepção do campeonato, respectivamente. Gabi foi também a maior pontuadora do Brasil, e quinta colocada nesse quesito no ranking geral do torneio.
“Das 14 jogadoras, pouquíssimas estavam jogando um Mundial pela segunda vez.
Sabemos que poderíamos ter feito uma história diferente nos primeiros sets, mas a Sérvia está de parabéns e mereceu muito. Não podemos desvalorizar a prata de forma alguma. É um grupo renovado, muito jovem, mas que tem mostrado confiança e sai fortalecido pensando em Paris [Jogos Olímpicos de 2024]”, afirmou Gabi após a partida ao canal SporTV.
Além de Boskovic, Carol e Gabi, a seleção ideal do campeonato eleita pela organização contou ainda com as italianas Sylla (ponteira) e Danesi (central), e as sérvias Pusic (líbero) e Drca (levantadora).
A caminhada do Brasil no Mundial teve 12 partidas e apenas uma derrota antes da final, para o Japão, ainda na primeira fase. No mata-mata, a vaga na decisão veio após uma virada emocionante contra as próprias japonesas, nas quartas, e vitória sobre a tradicional Itália, na semifinal.
Do outro lado, a Sérvia superou um retrospecto bastante desfavorável diante do Brasil para manter a invencibilidade e faturar o título. As europeias contabilizavam 22 derrotas e apenas três vitórias na história dos confrontos prévios.
Em campeonatos mundiais, a final deste ano foi o quarto duelo entre as duas seleções. Nos anteriores, o Brasil havia vencido duas vezes (2006 e 2014) e perdido uma (2018).
Com o triunfo, a seleção europeia comandada pelo técnico italiano Daniele Santarelli conquistou o bicampeonato consecutivo, após ter levantado a taça também na edição anterior do Mundial, em 2018, em cima da Itália. Uma final de Campeonato Mundial não terminava com placar de 3 a 0 desde a edição 1998, no bicampeonato de Cuba, sobre a China.