O Clube do Remo volta a campo neste sábado (23), às 16h30, no Couto Pereira, para enfrentar o Coritiba pela 23ª rodada da Série B. A partida carrega um peso considerável, tanto pela tradição dos clubes envolvidos, mas também pela oportunidade que se apresenta: em caso de vitória, o Leão Azul pode, enfim, ingressar no sonhado G4, o grande foco da temporada.
O desafio, porém, vem cercado de desconfiança da torcida, que tem cobrado duramente a equipe pela perda de pontos importantes em jogos acessíveis e pela irregularidade recente no campeonato. Ainda assim, alguns elementos se somam para alimentar a crença de que o time paraense pode surpreender em Curitiba, assim como foi no primeiro turno quando os azulinos venceram por 1 a 0 no Mangueirão.
O primeiro deles é a constatação de que o Coritiba não vive seu melhor momento. Apesar do peso do Couto Pereira, o próprio Paysandu, rival estadual do Remo, já mostrou que é possível dominar o Coxa em sua casa. Na ocasião, os bicolores aplicaram uma expressiva goleada de 5 a 2, quando ainda figuravam na zona de rebaixamento, enquanto os paranaenses lideravam a competição. Outro fator que fortalece a esperança azulina é o histórico recente do Remo em duelos de peso. Contra o Goiás, no primeiro turno, o Leão foi amplamente superior contra o então líder da Segundona, criou uma enxurrada de chances, mas não venceu por pura ineficiência nas finalizações, cedendo apenas o empate. A tendência de crescer diante de grandes adversários é um trunfo a ser considerado.
O Coxa também não tem conseguido se impor como mandante. Nos últimos três jogos em seus domínios, foram dois empates (1 a 1 com o Amazonas e 0 a 0 com a Chapecoense) e uma derrota justamente para o Bicolor. Nessa sequência, a equipe paranaense marcou apenas um gol e sofreu seis, revelando fragilidade diante da própria torcida. Outro ponto é a ausência de Pedro Rocha, artilheiro remista, que cumprirá suspensão. Pode soar negativo, mas a lembrança recente mostra o contrário: a última vitória azulina ocorreu fora de casa e justamente sem o camisa 32 em campo, sinal de que o time sabe se reinventar em sua ausência.
Por fim, pesa o aspecto da pressão. Mesmo sob críticas, o elenco parece ter se unido em torno do técnico António Oliveira. Nas redes sociais, diversos atletas publicaram fotos ao lado do treinador, em clara mensagem de apoio. Esse espírito de resiliência, aliado ao potencial técnico já demonstrado em jogos grandes, mantém vivo o otimismo.
Confira: 5 pontos para acreditar:
- 1. Adversário comum: embora na liderança, o Coxa já demonstrou que é irregular como todos os outros clubes. Em seus domínios, o Coritiba foi goleado por 5 a 2 no Couto Pereira, na época disputa entre membros do Z4 e líder.
- 2. Jogo grande: o Remo cresce contra adversários de renome, como mostrou diante do Goiás, na época líder, ao dominar o Esmeraldino. Em Belém, venceu o Coxa por 1 a 0.
- 3. Mandante instável: três jogos sem vitória do Coxa em seus domínios, com uma derrota e dois empates, sendo uma goleada por 5 a 2 para outro paraense.
- 4. Ausência do artilheiro: a última vitória veio sem Pedro Rocha, desfalque novamente, que permitiu com que o elenco entregasse o algo a mais.
- 5. Fechado com o Portuga: o elenco mostra união em torno do técnico Antônio Oliveira, que anda pressionado pela ausência de resultados positivos. Sob pressão desde a chegada, o treinador tem nas mãos uma oportunidade de transformar a desconfiança em esperança. A demonstração pública de apoio dos jogadores pode ser o combustível necessário para que o comandante consiga liderar o Leão a um triunfo que, além de devolver confiança, pode significar a entrada definitiva na luta pelo acesso.