Entre quinta e domingo Belém será palco do 1º Encontro Nacional de Comunicação Indígena (ENCI), que reunirá 100 comunicadores de todos os biomas do Brasil na Casa Maraká, novo espaço de mobilização cultural da cidade. O evento, realizado pela Mídia Indígena em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas, é um marco na construção de estratégias coletivas para dar protagonismo às vozes indígenas antes, durante e após a COP30.
Durante quatro dias, a programação contará com painéis, oficinas, cinema indígena e debates sobre cultura, política e clima. O objetivo é fortalecer a comunicação indígena como ferramenta de resistência e de incidência nos espaços de poder.
“Esse encontro representa a força coletiva dos povos indígenas na construção de suas próprias narrativas. Comunicação também é território de luta e de resistência”, afirma Fly Tentehar, integrante da Mídia Indígena.
Participam do evento Sônia Guajajara (Ministra dos Povos Indígenas), Sineia Wapichana (Enviada Especial da COP30), Célia Xakriabá (Deputada Federal), Kleber Karipuna (APIB), além de jornalistas, cineastas e pesquisadores que atuam na visibilidade das lutas dos povos originários.
A sede do encontro, a Casa Maraká (Av. Nazaré, 630) nasce como referência para a comunicação indígena e terá atividades permanentes até a COP30. A iniciativa conta com o apoio da cantora Anitta, madrinha do espaço.
Eixos de Discussão e a COP30
Eixos de discussão
- O evento está organizado em cinco eixos:
- Memória e identidade da comunicação indígena;
- Formação política e técnica de comunicadores;
- Articulação de uma rede nacional;
- Astratégias de comunicação para a COP30;
- Criação de campanhas de impacto e diálogo com a sociedade.
- Plano de cobertura para a COP30
Plano de Cobertura colaborativa da COP30
Um dos momentos mais aguardados será a construção coletiva do plano de cobertura colaborativa da COP30, definindo estratégias de produção, conteúdos e logística para garantir a presença ativa das vozes indígenas no debate climático.
“Queremos que o mundo veja, além da COP, os rostos, histórias e saberes dos povos indígenas como protagonistas na luta climática”, reforça Tipuici Monoki, da Terra Indígena Irantxe (MT).
O encontro também celebra os 10 anos da Mídia Indígena e marca o início da consolidação da Rede Nacional de Comunicação Indígena, considerada por lideranças como um passo histórico para unir novas gerações de comunicadores e fortalecer a luta coletiva.