REIVINDICAÇÃO

Vendedores de açaí fazem protesto em Belém

Vendedores de açaí fazem protesto em Belém Vendedores de açaí fazem protesto em Belém Vendedores de açaí fazem protesto em Belém Vendedores de açaí fazem protesto em Belém

A Associação de Vendedores de Açaí do Ver-o-Peso realizou uma manifestação na noite de ontem (14), na Feira do Açaí, no bairro da Cidade Velha, em Belém. A categoria reivindica a adoção de uma nova forma de comercialização do produto no momento em que ele chega à feira. Segundo a associação, os atravessadores nos barcos estariam vendendo o açaí em paneiros com uma quantidade menor do que a combinada. Para os trabalhadores, a falta de obrigatoriedade na pesagem do fruto os prejudica, já que os atravessadores se recusam a pesá-lo no modelo de comércio vigente.

“Hoje, você compra 20 latas de açaí e só recebe 17. Você perde latas na compra, e isso prejudica a população porque, por exemplo, uma lata custa R$ 150. Eu começo o dia já perdendo R$ 450. O que eu faço? Tenho que repassar o prejuízo para o consumidor. No fim das contas, ele é quem paga por toda essa maquiagem que acontece no açaí”, explica Jhoy Gerald, representante da Associação de Batedores de Açaí. Ele relata que a entrega de paneiros com quantidade inferior à combinada é uma prática corriqueira.

Já Carlos Noronha, presidente da Associação dos Batedores Artesanais de Açaí do Município de Belém (Avabel), afirma que a gestão anterior da Prefeitura de Belém, liderada por Edmilson Rodrigues, chegou a instituir uma portaria para a pesagem do açaí por meio da antiga Secretaria Municipal de Economia, mas a fiscalização foi insuficiente, tornando a medida ineficaz.

“Existe um acordo com os barqueiros assinado no passado. Há uma portaria assinada pelos barqueiros, pelos batedores artesanais e pelo então secretário de Economia, na gestão anterior. Mas, desde aquela época, essa portaria não está sendo cumprida”, afirma. Noronha destaca que a Avabel apoia a Associação dos Vendedores do Ver-o-Peso, que ameaça entrar em greve caso a reivindicação não seja atendida. “O paneiro não dá o peso correto. Ele não chega a 14 quilos e não equivale a uma lata, como medimos hoje. Isso prejudica o batedor de açaí”, criticou.

Jhoy Gerald ressalta que já iniciou negociações com André Cunha, atual secretário de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura, para a criação de uma lei municipal que obrigue a comercialização do açaí entre atravessadores e vendedores com base no peso em quilos. Segundo ele, o secretário se mostrou receptivo à demanda.

Com 40 anos de experiência no comércio de açaí no Ver-o-Peso, Edilson Rosário, 65 anos, concorda com a reivindicação da categoria. “Apoio, claro, tem que medir. A diferença chega a R$ 20 ou R$ 30 a menos por paneiro”, reclama. Segundo ele, o paneiro de açaí custa, em média, R$ 120, enquanto o da bacaba sai por R$ 60.